LISTA DE ASSUNTOS
Lição 1 -A Instituição da família
Lição 2 - O primeiro problema enfrentado em família
Lição 3 - As diferentes mudanças sociais da família
Lição 4 - Preparando-se para construir uma família
Lição 5 - Deixando pai e mãe
Lição 6 - O papel do marido na família
Lição 7 - O papel da esposa na família
Lição 8 - A comunicação na família
Lição 9 - Conflitos familiares
Lição 10 - Quando a divisão se instala na família
Lição 11 - A família segundo o coração de Deus
Lição 12 - A família de Jesus
Lição 13 - A Família no Século XXI
Lições Bíblicas CPAD
Jovens 2º Trimestre de 2016
Título: Eu e minha casa — Orientações da Palavra de Deus para a família do Século XXI
Comentarista: Reynaldo Odilo
Lição 2: O primeiro problema enfrentado em família
Data: 10 de Abril de 2016
TEXTO DO DIA
“Porque, onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra perversa” (Tg 3.16).
SÍNTESE
A inveja transtorna qualquer ambiente, mas Deus, pela sua Palavra e pelo seu Espírito, transforma maldição em bênção.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA — Gn 4.6
Deus questiona a ira entre irmãos
TERÇA — Gn 38.8-10
Deus não aprova a falta de solidariedade entre irmãos
QUARTA — Gn 37.28; At 7.9
Deus abençoa o injustiçado entre os irmãos
QUINTA — 1Sm 16.11,13
Deus exalta aquele que serve aos irmãos
SEXTA — Mc 13.12
Jesus adverte sobre o aumento da hostilidade entre a família
SÁBADO — Jo 7.8-10
Jesus evitou conflito com seus irmãos
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
APRENDER a respeito da responsabilidade de cuidar de nossos irmãos, tanto na família como na igreja;
CONTRIBUIR para que os inevitáveis conflitos familiares não transformem a família, campo de treinamento de Deus, em campo de batalha da carne;
MOSTRAR que a inveja é pecado e o antídoto para combatê-la é o ensino das Escrituras.
INTERAÇÃO
Professor, sabemos, não são raras, as classes de Escola Dominical funcionarem em quartinhos apertados, cozinhas de igreja, gabinetes de pastores, e outros lugares inusitados. Mais comum ainda são várias classes funcionando, ao mesmo tempo, em um mesmo ambiente (dentro dos templos), o que gera ruídos, interferências, dispersão, etc. Contudo, querido docente, é possível fazer um excelente trabalho na Escola Dominical, mesmo que nem todas as condições sejam favoráveis. Não é demais lembrar que a primeira reunião da Escola Dominical no Brasil aconteceu na cozinha do casal Kalley. Portanto, esteja certo de que Deus o ajudará a vencer quaisquer dificuldades.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Estimado professor, é de extrema importância o interesse do aluno pelo assunto a ser estudado, por isso, desperte a atenção dele já no início da aula. Sendo assim, na classe de jovens as discussões devem ser uma constante, não sendo aconselhável apenas o professor falar e expor suas ideias.
Hoje, trataremos de um assunto muito conhecido de todos: a inveja, o único pecado envergonhado, como dizia o médico espanhol Ramón Cajal, ganhador do Prêmio Nobel de medicina em 1906: “A inveja é tão vergonhosa que ninguém se atreve a confessá-la”. Indague seus alunos sobre o tema, se conhecem alguém invejoso, se já tiveram tal sentimento em relação ao próximo, quais são as suas consequências, etc. Não se esqueça de ressaltar que essa obra da carne é um grave pecado, o qual deve ser combatido fortemente.
TEXTO BÍBLICO
Gênesis 4.1-10.
1 — E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do Senhor um varão.
2 — E teve mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra.
3 — E aconteceu, ao cabo de dias, que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor.
4 — E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura; e atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta.
5 — Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o seu semblante.
6 — E o Senhor disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante?
7 — Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás.
8 — E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel e o matou.
9 — E disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão?
10 — E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Desejar os bens alheios é cobiça, mas ficar enfurecido pelo sucesso do próximo é inveja, um ato claramente indigno, desprezível, que traz perturbação (Tg 3.16). Alguém pode mentir por uma causa nobre (como salvar uma vítima de sequestro), ou orgulhar-se alegando amor próprio, mas isso nunca acontece em relação a essa obra da carne, porquanto a inveja sempre traz consigo desonra, como dizia o médico espanhol Ramón Cajal, ganhador do Prêmio Nobel de medicina em 1906: “A inveja é tão vergonhosa que ninguém se atreve a confessá-la”. É uma queda, uma fraqueza, um desvario, presente apenas na espécie humana. Aconteceu com Caim, representação do velho homem, da natureza humana decaída que pode comprometer severamente uma família. É preciso, pois, mortificar este sentimento abominável, com o objetivo de manter a harmonia nos lares!
Pense!
Por qual motivo Deus perguntou a Caim por Abel, se o Senhor sabia de tudo que estava acontecendo?
Ponto Importante
Deus espera que cada pessoa seja guardadora de seus irmãos. Essa era a maior obrigação de Caim, mas ele não a cumpriu e foi severamente punido. E nós?
Pense!
Como vencer os maus pensamentos que insuflam inveja em nossos corações, como os que sobrevieram ao primogênito de Adão?
Ponto Importante
Somente dando ouvidos à voz de Deus, é possível resistir à tentação. Caim preferiu destruir seu irmão a mudar sua conduta. Ele servia ao maligno.
III. VENCENDO O INIMIGO
Pense!
Somente o ensino da Palavra de Deus na família é suficiente para debelar toda a maquinação invejosa ou faz-se preciso um acompanhamento psicológico também?
Ponto Importante
Através do ensino da Bíblia Sagrada, conhecemos quem é Deus e quem somos nós, o que é um excelente antídoto para a inveja, uma doença da alma.
CONCLUSÃO
Na vida em família é preciso ter cuidado. Repentinamente, como se deu no episódio estudado, o velho homem pode surgir poderosamente contra a vontade de Deus. Até o cristão mais espiritual pode ser tentado e cair, cometendo um pecado horrível. Não há inatingíveis. Todos os humanos são fracos, por isso carecem da graça do Senhor, que falou: “E as coisas que vos digo digo-as a todos: Vigiai” (Mc 13.37).
HORA DA REVISÃO
Cobiça: querer o que o outro tem. Inveja: ficar enfurecido pelo sucesso alheio.
Ser guardador de seu irmão (Gn 4.9).
A inveja.
O ensino da Palavra de Deus.
Marcos 13.37.
SUBSÍDIO I
“Vamos enfrentar os fatos — a ideia de ser o número um, de ter poder, sucesso, dinheiro e prestígio, é muito sedutora.
Essa ideia tem sido o ‘coração’ do mal desde que Lúcifer comparou o que possuía com o que Deus tinha. Ele sentiu-se roubado na parte que recebeu.
A inveja também obscureceu a mente de Caim, afastando-o da verdade. Como resultado, o sangue de seu irmão Abel correu sobre a terra amaldiçoada e a história se alterou tragicamente. Os temas ciúme, inveja e cobiça percorrem os séculos.
Os irmãos de José tiveram inveja do favor de seu pai Jacó, e cobiçavam o papel de filho favorito. Certo ou errado, Jacó escolheu José para um lugar especial na família. Deus, por sua presciência, deu sonhos a José, que estava sendo preparado, sem saber, para sofrimentos e triunfos futuros.
A inveja é geralmente baseada no temor — medo de perder algo. A inveja é sempre uma emoção egoísta.
Deus deu sonhos a José, e então seus irmãos perderam o prestigio. Quando Jacó presenteou José com uma túnica multicolorida, o orgulho e a auto-estima dos irmãos foram feridos, produzindo a necessidade de retaliação.
Muitos dos nossos problemas são resultado direto de um coração invejoso. Devemos nos observar cuidadosamente” (DORTH, Richard W. Orgulho Fatal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, pp.68,69,75).
SUBSÍDIO II
“O Assassinato de um Irmão Crédulo (Gn 4.1-16)
Na estrutura geral, esta história é muito semelhante à anterior. Tem um cenário (Gn 4.1-5), um ato de violação (4.8), uma cena de julgamento (4.9-15) e a execução da sentença (4.16).
A história dos primeiros dois rapazes nascidos a Adão e Eva (1) realça as repercussões do pecado dentro da unidade familiar. Os rapazes, Caim e Abel (2), tinham temperamentos notavelmente opostos. Caim gostava de trabalhar com plantas cultiváveis. Abel gostava de estar com animais vivos. Ambos tinham uma disposição de espírito religioso.
Os filhos de Adão levaram sacrifícios ao SENHOR (3) [...]
Caim não suportava que algum outro ficasse em primeiro lugar. A preferência do Senhor por Abel encheu Caim de raiva. Só Caim podia ser o ‘número um’.
O Senhor [...] abordou Caim e lhe deu um aviso. Deus não o condenou diretamente, mas [...] informou Caim que ele estava em real perigo. Em hebraico, a palavra aceitação (7) é, literalmente, ‘levantamento‘, e está em contraste com descaiu (6). Um olhar abatido não é companhia adequada de uma consciência pura ou de uma ação correta. O ímpeto das perguntas de Deus era levar Caim à introspecção e ao arrependimento” (Comentário Bíblico Beacon. Volume 1. RJ: CPAD, 2015, p.43).
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Jovens 2º Trimestre de 2016
Título: Eu e minha casa — Orientações da Palavra de Deus para a família do Século XXI
Comentarista: Reynaldo Odilo
Lição 4: Preparando-se para construir uma família
Data: 24 de Abril de 2016
TEXTO DO DIA
“E pelo conhecimento se encherão as câmaras de todas as substâncias preciosas e deleitáveis” (Pv 24.4).
SÍNTESE
Deus tem interesse em abençoar os jovens na construção de um novo lar, mas, para isso, todos devem se submeter ao plano divino.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA — Gn 24.2-4
Escolhendo o cônjuge no lugar certo
TERÇA — Gn 26.34,35
Escolhendo o cônjuge no lugar errado
QUARTA — Gn 29.9-11
Passeando no lugar certo
QUINTA — Gn 34.1
Passeando no lugar errado
SEXTA — Pv 18.22
Alcançando o favor de Deus
SÁBADO — 2Co 6.14-18
Prendendo-se a um jugo desigual
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
CONSCIENTIZAR-SE de que a construção de uma nova família, dentro do propósito de Deus, exige preparação;
ASSUMIR o compromisso de observar o padrão divino nas fases de namoro e noivado;
DEFINIR o casamento como uma bênção que deve ser almejada por todo e qualquer jovem.
INTERAÇÃO
Professor, é necessário que haja um bom relacionamento entre os docentes da classe dos jovens. Porém, queremos chamar a atenção para a relação professor-aluno. É muitíssimo importante que você construa um vínculo afetivo e de confiança com aqueles que Deus lhe confiou pra ensinar e orientar. Evite aquele contato apenas semanal e extremamente superficial. Se eles confiarem em você, receberão de bom grado o seu ensino, seguirão suas orientações, ouvirão seus conselhos, etc. Por outro lado, a proximidade com eles proporcionará a você um melhor conhecimento sobre suas vidas, e isso é algo que todo professor de Escola Dominical deve buscar com afinco. Na próxima lição, falaremos mais sobre essa busca.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado docente, inicie a aula com a apresentação, pelos alunos, dos resultados da pesquisa solicitada na aula passada (sobre as estatísticas de casamento e divórcio no Brasil, bem como sobre curiosidades como o número de solteiros e o tempo médio de duração do casamento). Essa apresentação vai abrir a discussão sobre a aula de hoje, que vai tratar da preparação necessária à construção de uma nova família, debaixo da orientação divina. Reflita com os alunos, por alguns instantes, sobre as causas de tantos casamentos destruídos, muitas vezes em tão pouco tempo, e por que isso ocorre até mesmo entre cristãos. Conclua dizendo que, para existir um casamento abençoado e duradouro, é preciso observar o padrão divino desde a fase preparatória (namoro e noivado).
TEXTO BÍBLICO
Gênesis 29.9-20.
9 — Estando ele ainda falando com eles, veio Raquel com as ovelhas de seu pai; porque ela era pastora.
10 — E aconteceu que, vendo Jacó a Raquel, filha de Labão, irmão de sua mãe, e as ovelhas de Labão, irmão de sua mãe, chegou Jacó, e revolveu a pedra de sobre a boca do poço, e deu de beber às ovelhas de Labão, irmão de sua mãe.
11 — E Jacó beijou a Raquel, e levantou a sua voz, e chorou.
12 — E Jacó anunciou a Raquel que era irmão de seu pai e que era filho de Rebeca. Então, ela correu e o anunciou a seu pai.
13 — E aconteceu que, ouvindo Labão as novas de Jacó, filho de sua irmã, correu-lhe ao encontro, e abraçou-o, e beijou-o, e levou-o à sua casa. E contou ele a Labão todas estas coisas.
14 — Então, Labão disse-lhe: Verdadeiramente és tu o meu osso e a minha carne. E ficou com ele um mês inteiro.
15 — Depois, disse Labão a Jacó: Porque tu és meu irmão, hás de servir-me de graça? Declara-me qual será o teu salário.
16 — E Labão tinha duas filhas; o nome da mais velha era Leia, e o nome da menor, Raquel.
17 — Leia, porém, tinha olhos tenros, mas Raquel era de formoso semblante e formosa à vista.
18 — E Jacó amava a Raquel e disse: Sete anos te servirei por Raquel, tua filha menor.
19 — Então, disse Labão: Melhor é que eu ta dê do que a dê a outro varão; fica comigo.
20 — Assim, serviu Jacó sete anos por Raquel; e foram aos seus olhos como poucos dias, pelo muito que a amava.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
O propósito de Deus na vida do seu povo, em regra, é que ninguém esteja só, não obstante alguns, por escolha própria ou determinação de Deus, não constituirão uma nova família, como foi o caso do profeta Jeremias (Jr 16.2). Vale dizer que, mesmo solteiro, é possível ser feliz [aliás, tudo leva a crer que o profeta Daniel (Dn 1.9), e o apóstolo Paulo (1Co 7.7,8), homens de grande envergadura espiritual, eram solteiros]. A felicidade de uma pessoa não se resume ao casamento. Não obstante, o casamento feito no Senhor é uma grande fonte de alegria (Ec 9.9). Para a construção de um lar sólido e feliz é indispensável uma boa preparação, o que envolve muitas coisas, mas serão citados, aqui, para fins didáticos, somente sete passos: esperar no Senhor, escolha certa, preparação intelectual (profissional), trabalho, namoro, noivado e casamento. Esses passos não estão elencados cronologicamente, mas todos eles devem ser dados.
Posteriormente o Todo-Poderoso disse não ser bom que o homem estivesse só e, em consequência, anestesiou a Adão (fê-lo dormir), e retirou uma costela do homem, preenchendo com carne o lugar e, em seguida, o presenteou com uma formosa mulher, celebrando na sequência o primeiro casamento.
Pense!
Para encontrar o grande amor da vida é preciso que o jovem crie estratégias humanas de conquistas?
Ponto Importante
O Senhor é quem mais se interessa pela construção de um novo lar em sua presença.
Por outro lado, o noivado, fase do relacionamento humano tão relevante quanto o namoro, caracteriza-se por intimidade intelectual, emocional, mas também econômica. Nesse momento da vida dos nubentes, os preparativos para o casamento já ficam mais concretos. Começam os planejamentos para as compras essenciais do novo lar. A intimidade, nesse momento, não deve avançar além daquilo que é a vontade de Deus, para que não se percam as bênçãos decorrentes de um relacionamento centrado nEle (1Ts 4.3). Nada de intimidades físicas.
Pense!
O namoro e o noivado são fases da vida que são decididas pelos próprios jovens, ou é o Senhor quem prepara esses encontros?
Ponto Importante
Os encontros significativos na vida do crente fiel são promovidos pelo Senhor (Pv 19.14), como aqueles que aconteceram entre Isaque e Receba, e Jacó e Raquel.
III. CASAMENTO
Pense!
O que o jovem cristão deve fazer para conseguir um emprego, com o objetivo de realizar o sonho do casamento e manter com dignidade seu lar?
Ponto Importante
A preparação intelectual é indispensável para, quando chegar o tempo certo, o Senhor usar o conhecimento adquirido a fim de que, pelo trabalho, a casa se encha de bens (Pv 24.4).
CONCLUSÃO
O jovem cristão deve entender o tempo de Deus para sua vida. Às vezes, tudo parece que não vai dar certo. Decepções amorosas, condições materiais desfavoráveis, incertezas etc., tudo fustiga o jovem que espera em Deus pelo seu novo lar. O ideal é seguir o conselho bíblico: “Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1Pe 5.7). Um dia, ainda que demore, a promessa de Deus cumprir-se-á.
HORA DA REVISÃO
Devem relacionar-se somente no campo intelectual e emocional.
Intensa intimidade intelectual, emocional e social.
Adão e Jacó.
Preparação intelectual.
Jeremias.
SUBSÍDIO
“Por causa da forte influência tribal e da unidade do clã na sociedade patriarcal, os pais consideravam seu dever e prerrogativa assegurar esposas para seus filhos (Gn 24.3; 38.6). Normalmente, a noiva em perspectiva, assim como o noivo, simplesmente concordava com os arranjos feitos de acordo com os interesses da família e da lealdade à tribo. [...] O casamento com mulheres estrangeiras era desaconselhado (Gn 24.3; 26.34,35; 27.46; 28.8) e mais tarde foi totalmente proibido (Êx 34.16; Dt 7.3; Ed 10.2,3,10,11) [...]. Casamentos mistos eram tolerados apenas no caso dos exilados (por exemplo, José, Gn 41.45; Moisés, Êx 2.21) e dos reis apenas por razões políticas.
Por outro lado, havia em Israel a oportunidade para casamentos baseados no namoro. O jovem podia declarar a sua preferência (Gn 34.4; Jz 14.2). [...] Na época do Antigo Testamento as mulheres não eram mantidas como reclusas, como nos países muçulmanos, e podiam sair às ruas com o rosto descoberto (cf. 1Sm 1.13). Elas cuidavam das ovelhas (Gn 29.6; Êx 2.16), carregavam água (Gn 24.13; 1Sm 9.11), colhiam nos campos (Rt 2.3) e visitavam outros lares (Gn 34.1). Dessa maneira, os jovens tinham a liberdade de procurar a futura noiva sozinhos” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.388).
fonte www.avivamentonosul.com
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Jovens
2º Trimestre de 2016
Título: Eu e minha casa — Orientações da Palavra de Deus para a família do Século XXI
Comentarista: Reynaldo Odilo
Lição 5: Deixando pai e mãe
Data: 1º de Maio de 2016
TEXTO DO DIA
“Seus filhos erijam, crescem com o trigo, saem, e nunca mais tornam para elas” (Jó 39.4).
SÍNTESE
A ordem de deixar pai e mãe não significa desprezá-los, abandoná-los, pois o dever de honrá-los permanece para sempre.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA — Gn 2.24
A origem do mandamento
TERÇA — Gn 12.1
Deus reitera o mandamento
QUARTA — Gn 24.58
Rebeca obedece ao mandamento
QUINTA — Gn 24.67
Isaque cumpre o mandamento
SEXTA — Mt 19.5; Mc 10.7
Jesus ratifica o mandamento
SÁBADO — Ef 5.31
Paulo confirma o mandamento
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
MOSTRAR que para a construção de uma nova família, é imprescindível deixar pai e mãe;
SABER que o afastamento em relação aos pais deve acontecer nas dimensões geográfica, psicológica e financeira;
EXPLICAR o aparente conflito entre o mandamento de honrar pai e mãe e o de deixá-los para iniciar outro núcleo familiar.
INTERAÇÃO
Professor, você sabe dizer quantos e quem são seus alunos? Infelizmente, muitos de nós não sabemos. É imprescindível que você conheça o perfil de sua turma: a estrutura familiar (mora sozinho ou com os pais? Pais crentes? Separados?). O nível de escolaridade (estuda?), vida profissional (onde e em que trabalha?), tempo de evangelho (“nasceu no evangelho?”), etc... Se sua turma é pequena, essa tarefa não lhe trará maiores dificuldades, porém, se a classe for numerosa, sugiro que elabore um questionário e peça que todos respondam, explicando qual a finalidade. Assim, você terá uma série de informações, em um só momento, e perceberá que conhecer sua turma fará diferença na hora de planejar suas aulas e elaborar suas estratégias de ensino.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Estimado docente, o assunto de hoje é de extrema relevância para a vida de seus alunos, portanto cuide para que ninguém saia com dúvida. Para começar, lance a seguinte pergunta: “O que pode acontecer no casamento do rapaz e da moça os quais não deixaram pai e mãe geográfica, psicológica e financeiramente, desobedecendo a ordem divina?”. Espere que seus alunos respondam e registre todas as colocações no quadro ou em outro recurso disponível. Deixe que todos, sem exceção, participem da tarefa, independentemente de você concordar ou não com a resposta. Após, comece a analisar, junto com eles, cada uma das afirmações. Aproveite para elogiar os participantes e desfazer eventuais equívocos, tendo o cuidado de não causar constrangimentos, pois isso pode desestimular novas participações.
TEXTO BÍBLICO
Efésios 5.31-33; Efésios 6.1-3.
Efésios 5
31 — Por isso, deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e serão dois numa carne.
32 — Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.
33 — Assim também vós, cada um em particular ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.
Efésios 6
1 — Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.
2 — Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa,
3 — para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
O primeiro mandamento de Deus para o homem (não o maior mandamento) é que, antes de casar, deve deixar seus pais (Gn 2.24). Esse paradigma para o casamento foi estabelecido de maneira tão veemente por Deus porque, talvez, essa fosse a única forma de quebrar o forte elo que liga pais e filhos, para poder surgir um novo ente social, a nova família. Como Deus é sábio! Tal acontecimento, identificado como individuação, tem alcance geográfico, psicológico e financeiro, não significando o distanciamento entre pais e filhos, mas colocando limites. Adão e Eva foram os únicos humanos que se casaram, e não tiveram de deixar pai e mãe, mas todos os demais devem cumprir a determinação divina. É certo que isso, às vezes, pode ser difícil. Entretanto não se trata de uma faculdade, mas de uma obrigação do novo casal. Afinal o verbo está no imperativo: deixará! Ao longo da história bíblica, os casais que serviram a Deus cumpriram integralmente essa norma divina.
Pense!
Por que Deus estabeleceu como requisito para a formação de uma unidade nEle (marido e mulher) a quebra de outra unidade perfeita (pais e filhos)?
Ponto Importante
Na família, os filhos devem aprender com os pais, mas, em tempo oportuno, devem sair de casa para ensinar também aos seus próprios filhos. Esse é o ciclo da vida.
Pense!
Por que tantos pais querem manter o controle sobre o filho após ele se casar? Seria isso amor ou egoísmo?
Ponto Importante
Deixar o filho seguir seu próprio caminho, para construir um novo lar, como acontece com as cabras monteses (Jó 39.4), é sinal de amor. Reter o que Deus liberou é egoísmo!
III. CONFLITO ENTRE MANDAMENTOS
Há, na Bíblia, dois mandamentos que aparentemente se contradizem: deixar e também honrar pai e mãe.
Pense!
Quando o filho deixar os pais para construir um novo lar, pode esquecer o que seus genitores fizeram por ele durante a vida?
Ponto Importante
Sobre os filhos penderá, sempre, o dever de honrar os pais até o fim, entretanto o dever de estarem em submissão cessa com o casamento do filho.
CONCLUSÃO
Os pais e filhos que forem fiéis ao mandamento mais antigo de Deus para a família — ao casar, deixar pai e mãe — desfrutarão do ciclo da vida familiar em conformidade com a vontade do Criador. E isso é muito bom e proveitoso. Obedecer às ordens do Senhor não é um peso, mas um privilégio, pois a obediência garante um futuro de paz e a fruição de toda a sorte de bênçãos divinas (Lv 26.3-10).
HORA DA REVISÃO
“Honrar pai e mãe” (Êx 20.12).
É o fenômeno através do qual um organismo se singulariza dentro da espécie, sem abandonar as características comuns dos seus pares.
Podem aconselhar, mas não interferir.
Para dar início a um novo ciclo familiar.
Afastamentos geográfico, psicológico e financeiro.
SUBSÍDIO I
“O casamento bíblico começa ‘deixando’ (a fundação), é sustentado ‘apegando-se’ (o processo) e resulta em uma carne (o resultado). Deixar implica em uma transformação radical do básico e forte relacionamento pré-conjugal, entre o homem e a mulher e seus respectivos pais, e, desta maneira, todos os demais relacionamentos. A Bíblia não defende o abandono dos pais e parentes para se casar (1Tm 5.8), mas espera uma transformação radical no relacionamento entre pais e filhos, de modo que uma nova unidade se forme, pelo casamento.
É importante que um casal recém-casado perceba que é de seu interesse modificar o seu relacionamento com seus pais. A raiz de muitos maus relacionamentos com os parentes do cônjuge frequentemente devem-se ao fato de que os pais ou os filhos não são capazes de transformar o seu relacionamento, [...], a fim de que se torne uma carne. [...] Um indivíduo não pode se casar e se comportar como uma pessoa solteira, no que diz respeito à administração do tempo, hábitos alimentares e associação com amigos e parentes. No entanto, a Bíblia se concentra no mais básico de todos os relacionamentos, que é o de pai e filho, para enfatizar a necessidade de mudanças fundamentais, que devem ocorrer no casamento” (ADEI, Stephen. Seja o Líder que Sua Família Precisa. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2010, p.110).
SUBSÍDIO II
“Deixará ('āzabh) raiz primitiva; soltar, i. e., abandonar, permitir, etc.: — encomendar-se, entregar-se, deixar, abandonar, desamparar, ajudar, retirar, mudar, dar de mão.
Verbo derivado de duas raízes separadas. Na Bíblia hebraica, a mais comum é 'āzabhl, que significa partir, abandonar, desamparar, soltar. A palavra pode ser usada para designar a partida para um novo local (2Rs 8.6) ou para separar-se de outra pessoa (Gn 44.22 Rt 1.16). Quando o pai de Zípora a encontrou sem Moisés, perguntou: ‘Por que deixastes o homem?’ (Êx 2.20). Um homem deve deixar os seus pais para se casar (Gn 2.24). Deixar na mão é uma expressão idiomática que significa confiar (Gn 39.6). A palavra também pode ter uma conotação muito mais negativa. Os israelitas abandonaram suas cidades depois que o exército fugiu (1Sm 31.7) o sinal supremo de derrota (e frequentemente do juízo de Deus) eram cidades abandonadas (Is 17.9; Jr 4.29; Sf 2.4). Os profetas conclamavam o povo para que abandonassem, antes, os ídolos e o pecado (Is 55.7; Ez 20.8; 23.8)” (Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. 2ª Edição. RJ: CPAD, p.1834).
fonte www.avivamentonosul.com