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Apologética cosmo visão cristã (3)
Apologética cosmo visão cristã (3)

Por que é importante compreender o Cristianismo como uma visão de mundo abrangente

O Cristianismo é uma mundividência que diz respeito a todas as áreas da vida (Charles Colson)Muitos imaginam que compreender o Cristianismo como uma visão integral de mundo é algo muito teórico e filosófico, e por isso deveria ser assunto somente para pastores e eruditos.

Mas não é. Desenvolver uma cosmovisão cristã deve ser uma preocupação de todo e qualquer crente, seja ele erudito ou não, pastor ou membro da igreja, pois é algo que afeta diretamente nossa espiritualidade e como colocamos em prática nossas principais crenças no dia-a-dia. O evangelho diz respeito a nada menos que todas as coisas (Cl. 1.16-20), e a missão da igreja diz respeito a nada menos que todas as coisas. Desse modo, o Reino de Deus, que é revelado na pessoa de Jesus Cristo, deve se manifestar em cada aspecto da vida de um “cidadão do Reino”, seja na vida devocional, na comunhão no trabalho, no mercado público, na escola na universidade, no lazer, na família.[i] 

Por essa e outras razões podemos enumerar uma série de fatores que atesta a importância de compreender o Cristianismo como uma visão de mundo. 

Compreender o Cristianismo como uma cosmovisão é importante porque evita que os cristãos sirvam a “outros senhores”

 

Jesus disse certa feita que não podemos servir a dois senhores, pois haveremos de odiar a um e amar ao outro (MT. 6.24). Nesse sentido, a compreensão do Cristianismo como uma visão de mundo tem como um de seus objetivos exatamente evitar que os cristãos sirvam a “outros senhores”, isto é, filosofias e concepções que contrariem as doutrinas primordiais da fé cristã; pois aqueles que não olham a sociedade, a cultura e os sistemas de ideias pelas lentes da cosmovisão cristã, sem se aperceberem, são seduzidos por ideologias espúrias e antibíblicas, em virtude da incapacidade de denotarem as forças ocultas e os princípios morais e/ou religiosos que se escondem por detrás de algumas ideias aparentemente inofensivas, porém destruidoras. O desenvolvimento de uma visão de mundo cristã habilita o crente a refletir sobre as pressuposições elementares de toda e qualquer linha de raciocínio e concluir se tais pressuposições são ou não compatíveis com a Bíblia. 

O fato de vivermos em um momento histórico de pluralismo, diversidade e tolerância, com a crescente multiplicação de pontos de vistas, teorias, doutrinas e religiões de todos os tipos e origens, bem como os conflitos morais, teológicos e ideológicos que disso resultam, compreender o Cristianismo como uma cosmovisão torna-se ainda mais relevante, para o fim de discernir as vozes do nosso tempo e destruir os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo (2 Coríntios 10:5). 

Compreender o Cristianismo como uma cosmovisão é importante porque conduz ao entendimento de que a fé cristã não é algo somente privado, mas público 

Influenciados por uma forte tendência de secularização, muitos cristãos estão a aceitar a falsa ideia de que a fé é algo eminentemente privado e que por isso deve ser vivida e expressada somente no âmbito pessoal e religioso, sem a possibilidade de influenciar as questões públicas. Como vaticinou Dinesh D´Souza: “Muitos cristãos renunciaram a essa missão [participação efetiva no mundo], buscando um modus vivendi viável e confortável no qual concordam em deixar o mundo secular em paz se o mundo secular concordar em deixá-los em paz”.[Com efeito, essa dicotomia sagrado/secular, religião/ciência, fé/razão, tem afastado cada dia mais a perspectiva cristã dos debates sociais e das questões públicas. No livro A mente cristã Harry Blamires aborda essa questão e ressalta como os cristãos estão se deixando influenciar pela mente secular. Ele diz:

“Não existe mais uma mente cristã. Ainda há, é claro, uma ética cristã, uma prática cristã e uma espiritualidade cristã. Como seres morais, os cristãos modernos podem subscrever um código do dos não cristãos. Como membros de igrejas, eles podem aceitar obrigações e observações ignoradas por não cristãos. Como seres espirituais, em oração e meditação, eles podem se esforçar para cultivar uma dimensão de vida inexplorada por não cristãos. Mas como seres pensantes, os cristãos modernos sucumbiram à secularização. Eles aceitam religião – sua moralidade, sua adoração, sua cultura espiritual; mas eles rejeitam a perspectiva religiosa da vida, a perspectiva que vê todas as coisas terrenas dentro do contexto do eterno, a visão que relaciona todos os problemas humanos – sociais, políticos, culturais – aos fundamentos doutrinais da Fé Cristã, a supremacia de Deus e da transitoriedade da terra, em termo de céu e inferno”. Por outro lado, o entendimento do Cristianismo como uma visão de mundo desfaz esse equívoco, ao defender a inexistência de separação entre o sagrado e o secular, e que os princípios cristãos possuem densidade suficiente para abordar todas as áreas da vida humana. 

Dentro dessa compreensão, para além de uma mera experiência ou devoção pessoal, o Cristianismo genuíno é a interpretação de toda a realidade, o que implica dizer que nenhuma área da vida humana escapa da soberania divina. O Apóstolo Paulo escreveu que em Cristo foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para Ele (Colossenses 1:16). Em outra oportunidade, o apóstolo dos gentios disse que a terra é do Senhor e toda a sua plenitude (I Coríntios 1.26). 

O Cristianismo, como adverte Francis Schaeffer, não é apenas um monte de fragmentos e pedaços – há um começo e um fim, todo um sistema de verdade - este sistema é o único que resistirá a todas as questões que nos serão apresentadas, à medida que somos confrontados com a realidade da existência. Trata-se, portanto, de uma religião de integridade e plenitude, em que a graça de Deus habita cada espaço da vida. Por essa razão, o Senhor disse aos discípulos: Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento (Marcos 12:30). 

 

Compreender o Cristianismo como uma cosmovisão é importante porque nos prepara para a defesa da fé 

Cada dia mais me convenço que a compreensão do Cristianismo como uma visão de mundo ajuda-nos a fazer uma defesa mais consistente do Cristianismo. Afinal, para termos uma visão profunda e abrangente de nossas crenças, precisamos escavar com mais dedicação rumo aos alicerces de nossa fé. Quanto mais escavamos, mais conhecemos; quanto mais conhecemos, mais fortalecemos a razão da nossa esperança (I Pedro 3.10).

 

Em outras palavras, compreender o Cristianismo como uma cosmovisão ajuda-nos a utilizar a apologética cristãEmbora muitos a usem com essa finalidade, não é objetivo da apologética cristã simplesmente ganhar debates ou discussões no âmbito filosófico, científico ou teológico. Muito ao contrário, a intenção primordial é cumprir o Ide do Senhor Jesus, pregando o evangelho a toda a criatura, por meio de argumentos lógicos e plausíveis ao intelecto.Isso não quer dizer que os cristãos tenham que fugir dos debates. De forma alguma. Charles Colson afirma que “debater pode ser algumas vezes desagradável, mas pelo menos pressupõe que há verdades dignas de serem defendidas, ideias dignas de se lutar por elas. Em nossa era pós-moderna, todavia, as suas ‘verdades’ são as suas ‘verdades’, as minhas ‘verdades’ são as minhas, e nenhuma é significativa o suficiente para alguém se apaixonar por ela. E se não há verdade, então não podemos persuadir um ao outro através de argumentos racionais. Tudo o que resta é puro poder”. 

Além disso, essa visão cristã ampla leva-nos ao estudo das demais cosmovisões, para avaliar seus fundamentos e consequências. Ao fazermos isso, encontramos argumentos suficientes para demover os falsos pressupostos das ideias contrárias ao Cristianismo, ressaltando suas falhas lógicas e consequências absurdas.

 

Compreender o Cristianismo como uma cosmovisão é importante porque nos incita a usar a mente para os propósitos do Reino

 

A mente e a intelectualidade deveriam ocupar lugares de destaque na igreja evangélica, pois, conforme escreveu John Stott, subestimar a mente é soterrar doutrinas cristãs fundamentais. Por essa razão, o estudo direcionado da cosmovisão cristã nos incita a usar o dom divino da inteligência com o objetivo de cumprir a grande Comissão de Cristo. Somos compelidos a pensar de forma cristã, pensar biblicamente ou com a mente de Cristo.

 

Ocorre que vivemos um período turbulento em que muitos cristãos abandonaram a razão e estão a utilizar somente a emoção religiosa, fazendo surgir o mal do antiintelectualismo dentro de algumas igrejas. De acordo com o sociólogo cristão Os Guinness, “o antiintelectualismo é uma disposição em não levar em conta a importância da verdade e a vida da mente. Vivendo numa cultura sensual e numa democracia emotiva, os americanos evangélicos da última geração têm simultaneamente revigorado seus corpos e embotado suas mentes. O resultado? Muitos sofrem de uma forma moderna do que os antigos estóicos chamavam de “hedonismo mental” – possuem corpos saudáveis e mentes obtusas”Com efeito, a cosmovisão cristã ajuda a resgatar a verdade bíblica de valorização do intelecto para o cumprimento dos propósitos divinos, afinal o apóstolo Pedro disse para crescermos na graça e no conhecimento (2 Pedro 3.18), e o próprio Senhor Jesus enfatizou que devemos amar a Deus de todo o nosso coração, de toda a nossa alma e de todo o nosso entendimento (Mateus 22.37).

 

Compreender o Cristianismo como uma cosmovisão é importante porque contribui para que a evangelização e o discipulado sejam mais eficazes 

A visão abrangente do Evangelho serve também como ferramenta de evangelização, como meio de anunciar as boas novas (Marcos 16.15). Aliás, nunca podemos perder de vista que o “Ide” do Senhor Jesus é o ponto chave do Cristianismo abrangente, que de modo algum pode ser ofuscado ou deixado de lado. Isso porque, o Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Romanos 1.16).

Igualmente, a visão cristã de mundo é extremamente útil para o discipulado, para informar e amadurecer um verdadeiro adorador de Cristo com relação às implicações e ramificações da fé cristã. Ela oferece ao novo discípulo um patamar através do qual entendemos o mundo e toda a realidade, mediante a perspectiva divina, para assumir um estilo de  vida de acordo com a vontade de Deus. 

 CARDOSO LEITE, Cláudio Antônio & Fernando Antônio.  Cosmovisão cristã e transformação – Viçosa, MG: Ultimato, 2006; p. 22.

 D´SOUZA, Dinesh. A verdade sobre o Cristianismo: por que a religião criada por Jesus é moderna fascinante e inquestionável; [tradução Valéria Lamin Delgado Fernandes]. – Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2008; p.14.

 BLAMIRES, Harry. A mente cristã. São Paulo: Shedd Publicações, 2006; p. 11/12.

 SCHAEFFER, Francis. O Deus que intervém: São Paulo. Cultura Cristã, 2009; p. 249.

 COLSON, Charles. E Agora como Viveremos-  Rio de Janeiro. CPAD, 2000.

 Citado por James Sire, Hábitos da Mente – a vida intelectual como um chamado cristão. São Paulo, SP. Editora Hagnos. 2005. p. 19. 

 MACARTHUR, John e outros. Pense Biblicamente – Recuperando a visão cristã de mundo - São Paulo: Hagnos, 2005; p. 20


fonte www.avivamentonosul.com