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o final da grande tribulção "Zacarias 14"
o final da grande tribulção "Zacarias 14"

 

                      SEGUNDA FASE DA VINDA DE JESUS APÓS A GRANDE                                       TRIBULAÇÃO Zacarias cap 14.

 

    O CERCO DE JERUSALÉM ZACARIAS 14 ETC. 

 

A primeira sentença ou peso da última parte da profecia de Za­carias cobriu os capítulos 9 a 11. A segunda cobre os capítulos 12 a 14. Do ângulo da luz que esses capítulos jorram sobre a consumação da história de Israel, eles estão entre os mais importantes das Escri­turas proféticas.

 

A grande confederação e o conflito de que fala o capítulo 12 de Zacarias deveriam ser comparados com as predições do capítulo 14. Por estranho que pareça, essa passagem tem sido explicada como registro da invasão da Palestina por Nabucodonosor nos dias que precederam o cativeiro da Babilônia. Essa interpretação é impossível por diversos motivos, especialmente porque os resultados dos con­flitos não foram de modo algum os mesmos. Outro estudioso do texto aplica os versículos 1-9 às conquistas macabéias, conforme o capítulo nove. O fato é que nenhuma coligação de nações como essa, nem mesmo na guerra romana do primeiro século contra Israel, jamais se verificou no passado.

 

O capítulo 12 versa sobre acontecimentos anteriores ao reinado do Messias, quando Israel será sitiada pelas nações para seu golpe final de morte contra o povo de Deus. Mas Deus é quem põe por terra seus maus desígnios. A pesada e ameaçadora profecia concerne a Israel no que diz respeito ao benefício e ao bem final do povo de Deus. Ela é ameaçadora para os inimigos de Israel, dos quais o profeta prediz a destruição, para benefício permanente do povo de Deus.

 

Deus é apresentado primeiro como aquele que estende os céus, que lança o fundamento da terra, e forma o espírito do homem dentro dele. As expressões são tais que revelam a Deus sustentando de contínuo a sua criação. O majestoso quadro do Senhor como Criador e Preservador é apresentado para dissipar toda dúvida e increduli­dade concernentes às coisas aqui preditas. Deus é sobremodo capaz de levar a cabo aquilo que ele se propõe a fazer (Números 16:22; Isaías 42:5; Hebreus 12:9).

 

Quando as nações vierem contra Jerusalém para mover-lhe guerra, Deus fará que a cidade se transforme num cálice que deixe os exér­citos com a cabeça zonza. O cálice é um símbolo bem conhecido para representar a ira de Deus. Israel, também, havia bebido desse cálice (Isaías 51:17, 22; Jeremias 13:13; 25:15-28; 51:7). O cerco não se confinará à capital, mas será contra Judá bem como contra Jerusalém. O inimigo receberá um golpe que o fará cambalear.

 

O desbaratamento do inimigo será tão grande que Zacarias passa a indicá-lo agora por outra figura. Deus fará de Jerusalém uma pedra pesada, que ferirá gravemente a todos os que tentarem erguê-la. Pensam alguns que existe aqui referência a algum esporte. Jerônimo, que viveu na Palestina, declarou que era comum ali provar a força dos jovens pelo levantamento de pedras pesadas.

 

Os que esmagassem a cidade e o povo de Deus seriam esmagados por Jerusalém. Um claro exemplo disso no passado foi o cerco de Jerusalém por Senaqueribe em 701 a.C.

 

Vê-se a grandeza da confederação pela referência a todas as nações da terra. Visto que a cavalaria sempre constituía uma grande parte das guerras orientais, o inimigo está bem suprido. Deus, contudo, o incapacitará, transformando essa fonte de força em prejuízo e arma de destruição. Os cavalos do inimigo serão feridos com terror e depois com cegueira (para levar seus cavaleiros à condenação), e os que os montam serão feridos de insanidade. Tal será a confusão e tumulto que Deus criará no meio do inimigo, enquanto os olhos divinos se voltarão para Jerusalém e seu povo com grande favor e compaixão. As nações da terra pouco percebem comoincorrem elas na ira de Deus contra si próprias quando tocam em Israel para causar-lhe dano, muito menos quando buscam exterminá-lo da face da terra.

 

Vitória dada por Deus

 

Deus tem duas maneiras de promover a vitória. Em primeiro lugar ele supera os inimigos e priva-os de sua força; em segundo lugar ele fortalece e fortifica o seu povo para resistir aos inimigos e conquistá-los. O profeta deixa claro que a vitória será sobrenatural. O Senhor atuará nos corações dos dirigentes do seu povo, de sorte que eles reconhecerão e confessarão que o apoio que lhes dão os habitantes da terra só é eficaz porque o Senhor sustém e mantém o seu povo. Eles não se considerarão os responsáveis pelo sucesso de sua resis­tência aos violentos ataques nas ações contra eles. A intervenção miraculosa de Deus a seu favor convencerá os chefes do poder de Deus exercido por amor a eles.

 

Os chefes de Judá são comparados a um vasilhame com fogo entre a madeira ou a uma tocha ardente entre feixes de cereais. Consumirão o inimigo por todos os lados. As figuras comunicam as ideias de facilidade e perfeição de sua vitória, bem como de seu irresistível poder sob a direção de Deus. O resultado para o povo de Deus será que os habitantes de Jerusalém estarão capacitados a morar de novo em segurança em sua própria cidade.

 

O livramento de Jerusalém

 

A fim de que todos reconheçam que o livramento é do Senhor, ele intervém primeiro a favor das tendas de Judá. As tendas de Judá contrastam-se com a capital bem fortificada. Os distritos distantes do país, que estariam mais expostos a ataques e assim mais desamparados, serão libertados primeiro.

 

Deus dá prioridade aos fracos e indefesos, de sorte que não há base alguma para a glória humana. O coração do homem anda sempre em busca da sua própria glória, mas Deus a eliminará nesse triunfo dos fracos. Ele acrescenta uma palavra de certeza, e promete ensinar os seus a defender-se. O Senhor mesmo lhes serádefesa, e ele os fortalecerá além de todas as suas capacidades ou limitações naturais. Aquele dentre eles, tão fraco que tropeça ao andar, tornar-se-á como Davi, o grande rei guerreiro invencível na batalha. Ser-lhe-á conce­dido o mais extraordinário tipo de força para conflito na terra (2 Samuel 17:8; 18:3). Os que são da linhagem de Davi, e isso eles saberão naquele dia, serão dotados de poder como o Anjo do Senhor, o mais alto tipo de poder no céu. Ele ia diante de Israel no passado (Êxodo 23:20; 32:34; 33:2; Josué 5:13). Por conseguinte, o Senhor buscará destruir todas as nações ímpias que se atrevam a vir contra Jerusalém.

 

A declaração do versículo nove é feita segundo a maneira do ho­mem, sem nenhuma implicação de fraqueza, especialmente depois da promessa de poder no versículo oito. De maneira sumária Deus eliminará as nações que buscam frustrar os propósitos divinos de tornar Israel uma bênção para o mundo.

 

O espírito de graça

 

Até aqui Deus fez conhecido seu justo juízo contra as nações, mas ele tem propósitos espirituais que devem ser realizados em Israel também. A nação ainda não está no lugar de bênção, ainda não está no lugar de obediência ao Messias e Salvador, no lugar de confiança nele.

 

No restante do capítulo 12 o profeta expõe, como em nenhuma outra parte da Escritura, com tal vividez e poder, a conversão de Israel ao Senhor. Nada na história passada de Israel pode ser inter­pretado como cumprimento dessa passagem. Naquele dia vindouro da expiação nacional de Israel, o Senhor derramará sobrea casa real e sobre todos os moradores de Jerusalém, e depois através da nação inteira, o espírito de graça e de súplicas.

 

As palavras graça e súplicas, no hebraico, derivam da mesma raiz. A referência não é à disposição de confiar na graça e na oração, mas ao Espírito Santo de Deus em todas as suas influências. O derra­mamento da convicção divina sobre eles os impulsionará à oração de fé (Ezequiel 39:29; Joel 2:28-29). Suplicarão, pois, ao Senhor para obter seu perdão e favor.

 

Nessa condição de desespero eles olharão para Aquele a quem trespassaram. O olhar é com ardente consideração e com atenção fixa, percebendo agora o que nunca antes haviam concebido. (Veja a confissão do povo nessa ocasião em Isaías 52:13 a 53:12.) Ela pressupõe uma condição definida de coração. Mas foram eles mesmos que trespassaram o Messias? Por sua incredulidade e por haverem-no rejeitado, eles fizeram suas próprias as ações e atos que seus antepassados cometeram (João 19:37). Do mesmo modo que o derramamento do Espírito implica a divindade do Messias, assim o trespassar indica sua humanidade.

 

Alguns (segundo a tradução grega) gostariam de traduzir “insul­taram” em lugar de “trespassaram”. É uma tradução impossível, porque a palavra em todas as demais passagens onde é empregada no Antigo Testamento não pode ter outro significado senão o de trespassar o corpo (13:3). Ademais, é difícil conceber a intensidade da aflição mencionada mais tarde pela ofensa de insultar o Messias.

 

O Talmude pronuncia paz sobre aqueles que referem a passagem ao Messias, filho de José, ainda por ser morto. A teoria de dois messias, um para morrer e um para reinar, é invenção de rabinos para explicar as passagens que apresentam o Messias como sofredor e como governante, e não tem fundamento na Escritura. A resposta encontra-se nos dois adventos do único Messias, conforme provado por essa mesma passagem que estamos considerando. Zacarias não está falando de algum mártir desconhecido, mas do próprio Messias que virá. Os mais antigos intérpretes da passagem, tanto judeus como cristãos, assim a entenderam. Uma vez que o viram quando rejeitado, eles manifestarão pelo pranto o seu verdadeiro arrependimento.

 

A grande aflição é aqui mencionada como a do tipo de intensa tristeza, semelhante àquela pela perda do único filho. Essa aflição é especialmente imperiosa, porque a ausência de filhos era conside­rada como maldição e desonra. Seus corações serão feridos com a aflição de quem chora a perda do primogênito no lar; uma tristeza peculiar aos pais amorosos. O pranto, comparado à maior tristeza íntima, descreve agora a mais intensa aflição pública de Israel.

 

A calamidade mencionada é a morte do piedoso Josias nas mãos de Faraó-Neco. Josias foi o único raio de esperança da nação entre Ezequias e a queda de Judá (2 Reis 23:29-30; 2 Crônicas 35:22-27). O próprio Jeremias escreveu cantos fúnebres especiais para a ocasião.

 

O nome “Hadadrimom” compõe-se de dois nomes de deuses sírios, Hadade e Rimom (2 Reis 5:18). Era o nome de um lugar na grande planície de Esdrelom, próximo da cidade fortificada de Megido, no lado sudoeste da planície. Foi famosa na história passada de Israel (Juízes 5:19 dentre outras) e o será no futuro também, de acordo com Apocalipse 16:16, de onde vem o nome da Batalha do Armagedom.

 

Nos primeiros séculos da era cristã (segundo Jerônimo) o lugar chamava-se Maximianópolis. O pranto de Jerusalém pela tragédia deve ter sido deveras grande para tornar-se ponto de comparação com a tristeza de Israel penitente por causa da visão de seu Messias rejeitado e trespassado. Graças a Deus por essa tristeza piedosa que opera arrependimento.

 

O pranto nacional

 

Mas Zacarias não concluiu o que ele deseja revelar concernente a esse pranto. E é de tal importância que ele se estende em minúcias. A forma da lamentação é-nos apresentada em pormenores. Haverá pranto universal e individual. O isolamento e a privatividade serão buscados nesse tempo de angústia. O profeta nos apresenta um es­boço da forma pela qual a nação se dividirá em grupos de família, depois se subdividirá em indivíduos à medida que derramam seu amargo choro pela rejeição do Messias, Jesus de Nazaré.

 

A casa de Davi e a de Natã tomarão parte no pranto. Alguns iden­tificam esse Natã com o profeta (2 Samuel 7:2), ao passo que outros acham que se trata do filho mais jovem de Davi (2 Samuel 5:14). Se se tem em mira o primeiro, então se acham incluídos o ofício real e o profético; se o último, então os mais elevados e os mais humildes da casa real são os visados. Não podemos provar nem uma opinião nem outra em caráter final.

 

A casa de Levi fala da família sacerdotal. Simei era da família de Gérson, filho de Levi (Números 3:17, 18, 21). Estão aqui compreen­didas diferentes classes sacerdotais. Os chefes, que são destacados, e o povo comum da terra, se engajarão todos no pranto, cada um em seu lugar individual.

 

Cinco vezes se faz menção de que suas esposas prantearão à parte. No entender de alguns, a referência é ao costume judaico de as es­posas viverem em apartamentos separados, bem como adorarem separadamente. Essa interpretação põe a perder o significado íntimo da passagem. O profeta quer dizer que o pranto será tão intenso ao ponto de transcender mesmo os mais estreitos vínculos da terra, aqueles que existem entre marido e mulher. Cada um desejará estar a sós com Deus naquela hora.

 

“Olharão para mim”

 

Quão simples, e não obstante quão glorioso, é o caminho da sal­vação provido por nosso Deus! É olhar para longe do ego e dos planos e dos esforços de elaboração humana. É olhar para o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Na hora da alegre conversão de Israel, a nação conhecerá o perdão dos pecados olhando para o Mes­sias, a quem eles rejeitaram e trespassaram, o crucificado Salvador dos pecadores.

 

PURGADA A TERRA

 

Purificação para a terra e para o povo

 

Existe a mais íntima conexão possível entre o capítulo 13 e o anterior. Zacarias dá prosseguimento ao tema da conversão de Israel ao Senhor, no dia da alegre salvação e restauração para remoção do pecado e da impureza.

 

A figura da fonte está com destaque colocada aqui, pois ela está sempre fluindo, não como a bacia do tabernáculo ou do Templo, que repetidas vezes necessitava de ser reabastecida. A fonte purificadora abriu-se há muito tempo no Calvário, potencialmente, mas agora esta de fato se abre para eles. O conhecido hino de autoria de Cowper, “Corre uma fonte divinal do Sangue do Senhor”, tem por base esse versículo.

 

Israel apossa-se agora da provisão de Deus no Calvário (Romanos 11:26-27; Isaías 33:24; 59:20-21; 65:19; Ezequiel 36:25; 39:29). A provisão de Deus é de proveito tanto para o pecado quanto para a impureza. Zacarias tem em mente a impureza moral e não a cerimonial. A justificação está aqui e a santificação também. A culpa judicial e a impureza moral serão removidas ao mesmo tempo. Todas as ca­tegorias e classes de Israel terão essa bendita provisão.

 

Os termos que representam pecado e impureza foram empregados com especial referência à idolatria (embora o segundo termo faça referência específica às mulheres em seu período menstrual), for­mando assim uma transição para a verdade declarada no próximo versículo do capítulo 13 (1 Reis 12:30; Ezequiel 7:19-20). A purifi­cação se faz seguir da abolição da idolatria. Os ídolos, os falsos profetas e o espírito imundo serão todos eliminados. Eliminar da terra os nomes dos ídolos, de sorte que seus nomes não mais sejam lembrados, é destruir lhes a autoridade, o poder e a influência sobre Israel. O povo de Deus cessará de reconhecê-los. A adoração de Deus será totalmente purificada e limpa. Desde muito tempo antes Deus havia proibido a menção mesma dos nomes de ídolos (Êxodo 23:13, Deuteronômio 13:3; Salmo 16:4).

 

Os falsos profetas, que profetizavam o que procedia de seus pró­prios lábios, já não levarão o povo a transviar-se. Não haverá ver­dadeiros profetas então, porque a revelação de Deus será completa. O espírito imundo, que dá energia aos falsos profetas e reivindica para estes a inspiração divina, procede de Satanás. A referência é, deveras, à sua atividade maligna.

 

Esse é o único lugar no Antigo Testamento onde se encontra a expressão “espírito imundo”, embora ela ocorra com frequência no Novo. O espírito imundo contrasta diametralmente com o Espírito de graça e de súplicas de12:10.

 

Duas vezes no versículo dois se faz menção da terra. Sustentam alguns que a palavra terra, aí, deveria ser traduzida no seu sentido mais amplo, isto é, a terra toda em lugar de uma simples região ou país, porque a idolatria já havia sido eliminada de Israel por via do cativeiro babilônico. É uma falha tomar em conta o fato de que a Escritura revela o reavivamento da idolatria em Israel depois que a Igreja for levada para estar com Cristo, o Senhor. (Observe Mateus 12:43-45 e Apocalipse 13:11-18.)

 

Toda a idolatria patrocinada pela besta romana e com ela relacio­nada, e pelo falso profeta ou o homem da iniquidade (ou homem do pecado) (Apocalipse 13:1-18), será eliminada. A remoção dos falsos profetas exigirá medidas severas. Estão indicadas aqui as mesmas medidas prescritas pela lei mosaica para o desarraigar da falsa pro­fecia, cabendo ao parente mais próximo dar os primeiros passos para abolir o mal. Ali, porém, o instrumento de morte era o apedrejamento, ao passo que aqui o culpado será trespassado. O amor a Deus e à sua verdade transcenderá o mais querido dos vínculos naturais (Deute­ronômio 13:6-10; 18:20). A glória do nome do Senhor eclipsará todo laço e sentimento terrenos.

 

O falso profeta

 

A falsa profecia foi tal cilada para o povo de Deus através de tantos séculos, que a eliminação final dessa praga espiritual leva o profeta Zacarias a insistir em novos pormenores. A desfaçatez dos falsos profetas em fazer seus pronunciamentos mentirosos será substituída, naquele dia, por vergonha. Eles buscarão todos os meios possíveis para negar qualquer conexão com a falsa profecia. Abster-se-ão de usar o manto de pêlos, que era uma das marcas características do profeta.

 

Como lobos em pele de ovelhas, os falsos profetas haviam-se ata­viado com as vestes do verdadeiro mensageiro de Deus. Os profetas autênticos usavam essa peça de vestuário para mostrar sua maneira de vida frugal, e porque ela harmonizava-se também com seus pronunciamentos fúnebres (1 Reis 19:13, 19; 2 Reis 1:8; 2:8, 13; Mateus 3:4; Marcos 1:6). Os falsos profetas temerão fazer conhecidas suas falsas revelações e não poderão enganar o povo com o uso da vestimenta do profeta de Deus. Eles não hesitarão em acobertar sua atividade maligna recorrendo à mentira.

 

Nos versículos 5 e 6 temos a descrição de como foi descoberto um dos falsos profetas. Alguém do povo acusou-o de ser falso profeta e de falar falsamente em nome do Senhor. Ele sabe que tal acusação bem pode resultar na perda de sua vida por parte daqueles zelosos do nome e glória do Senhor. Portanto, ele busca por todos os meios livrar-se de qualquer suspeita de ligação com a falsa profecia. Como poderia ter ele exercido o ofício profético, pergunta, quando foi man­tido num estado de escravidão desde sua mocidade? Ele alega nunca ter conhecido a liberdade o que o impedia de exercer o ministério profético. Ele esteve sempre tão ocupado com as questões de rotina dum escravo possuído por seu senhor que nunca aspirou ao ofício de profeta.

 

Ele continua, porém, sob suspeita e é interrogado acerca das feridas que traz entre as mãos. Sua resposta é que se trata de feridas que ele recebeu na casa de seus amigos devotados. Alguns sustentam que as cicatrizes do indivíduo questionado estão no peito, ao passo que outros creem que elas estão nas costas. Certamente a primeira opinião é correta, pois, do contrário, como poderiam elas ter sido visíveis ao inquiridor?

 

Entendem alguns que temos aqui uma admissão implícita de que ele fingira profetizar e seus amigos o haviamferido por isso em seu zelo pela glória do Senhor. Não podemos ligar essa passagem com o versículo três de tal maneira, porque a ordem de Deus era para matar o falso profeta, e não apenas feri-lo. O indivíduo sob suspeitaestá simplesmente declarando que seus pais lhe infligiram tal castigo ao discipliná-lo.

 

Nossas observações precedentes indicam que o versículo seis ainda está lidando com o assunto do falso profeta. Alguém propôs que a pessoa em questão é o Anticristo, mas dificilmente poderia sê-lo. Primeiro, essa seria uma forma muito abrupta de apresentá-lo, pois a discussão transcorre em termos muito gerais. Onde quer que se fale do Anticristo nas Escrituras, sua pessoa e obra são definidas com maior clareza. Observe-se como ele é contrastado com o verdadeiro Messias e Pastor no capítulo 11, nos três últimos versículos. Em segundo lugar, no tempo dessa profecia o Anticristo não estará no programa profético, pois esses fatos ocorrerão depois de sua aparição na terra e de sua condenação final. Por esses motivos, a pessoa sob consideração não pode ser o Anticristo.

 

Alguns sustentam que a pessoa mencionada no versículo seis é Cristo, em virtude da referência às feridas entre os braços. Essa opi­nião, conquanto sustentada um tanto geralmente, nada tem que a recomende, exceto uma referência superficial a feridas. É, portanto, uma posição insustentável pelos diversos motivos que damos a seguir:

 

Primeiro, Cristo não foi ferido entre os braços com vários feri­mentos. Seus ferimentos, benditas provas de uma redenção consu­mada, estavam em suas mãos e pés, e a ferida de lança em seu bendito lado. Só é possível criar essas feridas entre seus braços embaralhando as palavras da passagem.

 

Segundo, ele não foi ferido na casa de seus amigos, mas numa cruz de invenção romana.

 

Terceiro, onde, após a sua ressurreição, poderia ele ser interrogado por um inquiridor conforme indicado nesse texto? Sabemos, pelas Escrituras, que ele não apareceu ao mundo após sua morte e ressurreição, mas aos seus para confirmar-lhes a fé e a instrução (Atos 1) na verdade de Deus. Além do mais, há outros motivos que militam contra o entendimento da passagem como se referindo a Cristo.

 

Quarto, Cristo não poderia dizer, e não diria, que não era profeta. Ele não só era profeta, mas o Profeta, e Profeta dos profetas. (Veja Deuteronômio 18:15-18; João 1:18; Atos 3:22; 7:37; e Apocalipse 1:5).

 

Quinto, Cristo não poderia dizer, e não diria, que era lavrador da terra. Sem dúvida, quando jovem ele auxiliou seu pai putativo, José, na carpintaria em Nazaré, mas esse não era trabalho de lavrador.

 

Sexto, Cristo não poderia dizer, e não diria, que havia sido escravo desde sua mocidade, ou que um homem o comprara para prestar-lhe serviço desde os dias de sua juventude. Como poderia qualquer das declarações inverídicas mencionadas ser atribuída a Cristo, que é a verdade?

 

Por fim, a posição em debate não atenta para o contexto quanto a tempo ou circunstâncias. Ela se origina do tipo superficial de interpretação da Bíblia, não obstante, continua a viver porque gostamos de apegar-nos a um ponto de vista aceito. Mas esse nada tem que o recomende, e faz grave injustiça ao nosso bendito Senhor.

 

Ferido o pastor

 

Ao passo que é impossível o versículo seis referir-se a Jesus Cristo, o versículo sete não pode referir-se a outra pessoa senão a ele. As palavras aplicam-se exclusivamente aos sofrimentos de Cristo. (Veja Mateus 26:31 e também a conexão com 11:4, 7,10-14). Cristo aplicou essa profecia a si próprio. A morte do Messias é aqui vista como ato de Deus (João 3:16; Atos 2:23; 3:18; 4:28).

 

Deus convoca a espada para se voltar contra seu Pastor, contra o Homem, seu Companheiro. A palavra expressa o mais elevado poder judicial (Romanos 13:4), e representa quaisquer meios de tirar a vida, e é aqui empregada como instrumento da justiça divina no juízo contra o pecado (Êxodo 5:21; 2 Samuel 12:9; Salmo 17:13; Jeremias 47:6-7). As Escrituras têm muito que dizer a respeito da espada do Senhor.

 

Quando ele se dirige ao Messias como “Meu Pastor”, temos a manifestação do seu amor pelo Filho bem como a declaração de sua justiça no uso da espada. A figura do Pastor de Israel é tão conhecida nossa a partir do capítulo onze que não nos deteremos mais aqui a seu respeito. Mas a designação de “meu Companheiro” é a um tempo raro na Escritura e cheia de muita verdade espiritual para nós. No Antigo Testamento, ela se encontra só aqui e em Levítico 6:2; 18:20; 19:11, 15, 17; 24:19; 25:14, 15, 17. Refere-se a pessoas unidas por lei, por direitos e por privilégios. A palavra vem de um verbo que significa “atar junto”. A palavra hebraica “povo” (os que são unidos por origem e interesses comuns) tem a mesma raiz.

 

Deus está falando de Um como “Meu Companheiro, meu Asso­ciado, meu Amigo, meu Confidente, Um unido a mim, Um com quem me tenho associado, meu Igual, meu Parente”. Não seria possível declarar em termos mais vigorosos a impecável divindade do Messias de Israel (João 10:30; 14:10-11; Filipenses 2:6).

 

A palavra Homem denota sua humanidade; Companheiro, sua divindade. Ferido o pastor, as ovelhas são dispersas. A referência não é apenas à dispersão dos discípulos por causa da prisão do Senhor Jesus (Mateus26:31), mas em última instância à dispersão de Israel como nação. Mas Deus, em sua graça, promete que ele voltaria a sua mão para os pequeninos, uma forma de designar afeição. O Senhor intervirá a favor deles, isto é, por amor dos pobres do rebanho, o restante. O Senhor vigiará sobre os que lhe pertencem.

 

O refinamento do restante

 

Do mesmo modo que no capítulo 11 o profeta avança da rejeição do Messias pela nação de Israel para o juízo de Deus contra essa incredulidade no tempo da Grande Tribulação (11:15-17), do mesmo modo temos o ferimento do Pastor seguido pelo tempo da dificuldade de Jacó.

 

Existe, entre os versículos 7 e 8, um grande lapso de tempo. Na hora da angústia nacional de Israel, duas partes serão cortadas para juízo em toda a terra e a terceira permanecerá. A terceira parte repre­senta o restante. Sabemos que não se tem em mira aqui a exatidão matemática, porque em Isaías 6:13 se fala do restante como um dé­cimo. (Veja Ezequiel 20:34-38, que trata desse restante.)

 

O restante será trazido através de circunstâncias dolorosas e será refinado como prata e ouro. Esse não é o aniquilamento levado a cabo pelos romanos, como entendem alguns, mas a purgação pro­duzida pelo tempo de provação de Israel quando de volta à terra nos últimos dias. A finalidade do refinamento é purificar e desenvolver a fé no restante. O livramento físico será seguido por conversão. Desse modo se cumprirá a nova aliança, que será a plena e final renúncia da idolatria (Jeremias 30:18-22; 31:33; Ezequiel 11:19-20; Oséias 2:23). Israel, o povo do Senhor, e Deus o seu Senhor — este é o clímax e culminância da história de Israel.

 

VOLTA E REINADO DO MESSIAS

 

O último cerco de Jerusalém

 

O capítulo final desse importante livro profético inicia-se, como o capítulo 12, com a última invasão de Jerusalém pelas nações da terra. O tempo em ambos os capítulos é o mesmo. Alguns têm alegado que esse capítulo supera a todos os demais de Zacarias em obscu­ridade, e têm entendido que a passagem contesta a explicação his­tórica. Por outro lado, a profecia tem sido atribuída à invasão de Jerusalém por Nabucodonosor em 586 a.C. ou ao cerco da cidade por Tito no ano 70 d.C.

 

E suficiente dizer que todas as características dessa invasão diferenciam-na das duas que acabamos de mencionar. Temos perante nós a descrição da Guerra do Armagedom. Trata-se de um dia pe­culiar do Senhor, quando os despojos de Jerusalém serão divididos no meio da capital. O dia recebe tal designação porque nele Deus pretende vindicar sua justiça e destruir os maus. É o dia do Senhor como nas profecias de Joel, de Sofonias, de Malaquias e em outros lugares.

 

Jerusalém, destinatária da mensagem, é informada das tristes novas da derrota preliminar. O inimigo, seguro e confiante em sua con­quista, dividirá o despojo da cidade no seu meio. O profeta descreveu o resultado do cerco, e agora expõe o fato e a ocasião de sua ocor­rência.

 

O Senhor diz que ajuntará todas as nações contra Jerusalém para a peleja. Esta é a confederação universal dos exércitos das nações descrita no Salmo 2, em Joel 3, em Ezequiel 38 e 39, em Apocalipse 16 e 19. No versículo dois, Jerusalém é o objeto do juízo de Deus, assim como é objeto de bênção nos versículos 9 a 11 e 16 a 21.

 

Como consequência da invasão, a cidade é capturada, os lares saqueados, e as mulheres violadas. Ocorre uma deportação, mas um resto do povo continua a viver na cidade sitiada.

 

O alinhamento das nações nesse tempo está claro nas Escrituras proféticas. Haverá uma aliança das potências do Norte (Ezequiel 38 e 39); uma união das nações do Sul da Europa (o Império Romano revivido de Daniel 2 e 7, e de Apocalipse 13 e 17); o rei do Norte (Daniel 11); e um pacto dos reis do Leste ou Nascente (Apocalipse 16). E as fases iniciais do conflito verão o sucesso dos braços dos inimigos de Israel.

 

A volta do Messias

 

Mas onde o assunto concerne a Israel, Deus está interessado. Então, na difícil situação de Israel, o grande Campeão de Israel, o Senhor e Messias, sai, como saem os reis para a peleja, ele em pessoa para pelejar contra as nações, conforme lutou em várias batalhas antes dessa (2 Samuel 11:1; Isaías 26:21). O Senhor é, deveras, Homem de guerra (Êxodo 15:3).

 

Esta não é uma descrição das providências que derrubaram o Im­pério Romano, mas uma previsão da interposição visível do Messias a favor do seu povo em seu último conflito. Os pés do Messias, trespassados para a salvação dos pecadores, estarão naquele dia sobre o monte das Oliveiras, que fica ao oriente da cidade.

 

Essa profecia não pode ser relegada à esfera de bela descrição poética. Não há motivo pelo qual ela não possa ser tomada literal­mente. Assim como o mar Vermelho foi na realidade dividido para salvamento dos filhos de Israel, assim agora o monte das Oliveiras é fendido para que eles escapem do inimigo. Em 2 Samuel 15:30 a montanha é chamada “encosta das Oliveiras”. O lugar de sua partida é o lugar de sua volta (Atos 1:11). A cena da agonia testemunhará a exibição de sua glória. O monte das Oliveiras será dividido no sentido este oeste. Parte dele se moverá para o norte, e parte para o sul, originando um grande vale.

 

Em virtude dos juízos em Jerusalém, os sitiados fugirão através do vale feito pelo fendimento do monte das Oliveiras. Trata-se de uma via de escape e não de um lugar de refúgio. O caminho do livramento chegará até Azei, sítio provavelmente próximo do lado leste da ci­dade.

 

A fuga é comparada àquela ocorrida por ocasião do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá. Essa deve ter sido uma perturbação severa, porque embora tenha ocorrido dois séculos antes, ela é lembrada aqui para efeito de comparação (Amós 1:1).

 

Então o olhar do profeta se dirige para o próprio Messias, que vem com os seus santos, os quais são anjos e também elementos da hu­manidade redimida. Seu coração está tão cheio da visão que ele passa para o discurso direto (Isaías 25:9). Para a composição desse grupo, veja Mateus 24:30-31 (anjos) e 1 Coríntios 15:23; 1 Tessalonicenses 3:13; 4:14 (homens redimidos). Graças a Deus, aquele que prometeu vir virá, e com grande poder a glória.

 

Mudanças na natureza

 

Com a vinda do Senhor haverá mudanças drásticas nos fenômenos naturais. Em pleno dia não haverá luz; as luzes do céu se tornarão congeladas e coaguladas, criando assim trevas. Os luminares do céu sofrerão mudança. Será um dia singular, extraordinário, o único de seu tipo. Somente o Senhor conhecerá seu caráter essencial. Não será dia normal, pois o profeta acaba de declarar que a luz estará ausente. Nem será noite como de costume, pois à hora do entardecer haverá luz fora do comum.

 

Nesse tempo águas vivas sairão de Jerusalém e irão para o mar Morto e para o Mediterrâneo, fertilizando assim e tornando próspera toda a terra. Jerusalém é uma das mais áridas cidades do mundo, e alguns acham que “Sião” significa lugar seco. Mas naquele dia de bênção, quando o Messias tiver voltado para o seu povo, águas vivas refrescarão a terra. As águas são, nas Escrituras, símbolo de purifi­cação, de vida espiritual e de refrigério. O abastecimento será cons­tante, no verão e no inverno, não sofrendo a secagem pelo calor do verão (Ezequiel 47:1; Joel 3:18; Apocalipse 2:1-2). O poder e a bênção espirituais sempre acompanham a presença do Messias de Deus.

 

O reinado do Messias

 

Quando o Filho de Davi se assentar no trono de seu pai Davi, o Senhor será Rei sobre toda a terra. A unidade e a glória do Senhor serão reconhecidas universalmente. Só ele será adorado em todo o Universo (Isaías 54:5; Daniel 2:44; Apocalipse 11:15).

 

Toda a terra da Palestina será como a Arabá que permite a livre passagem das águas vivas. A Arabá, ou planície do Jordão, corre desde o mar de Tiberíades até ao golfo elanítico do mar Vermelho.

 

Então o profeta dá as localizações geográficas exatas das mudanças. Geba é a moderna Jeba, nove quilômetrosao nordeste de Jerusalém. Rimom está cerca de cinquenta e seis quilômetros ao sudoeste de Jerusalém. A própria Jerusalém será elevada (Miquéias 4:1) e habitará em segurança no seu lugar, desde a porta de Benjamim na muralha norte da cidade até à primeira porta, cuja localização é incerta, em­bora alguns pensem que se trata da antiga porta, situada na esquina noroeste da cidade; e desde a torre de Hananeel, perto da esquina nordeste do muro próximo da porta de Benjamim, até aos lagares do rei, talvez ao sudeste da cidade, junto dos jardins do rei e do tanque de Siloé.

 

A cidade será reconstruída como nos primeiros dias, e repovoada. A maldição será removida porque não mais haverá pecado. Então os habitantes de Jerusalém morarão sem medo ou alarme. Quão dife­rente das condições angustiantes e tensas de nossos dias!

 

A condenação dos invasores

 

Com o versículo 12 voltamos ao tema com o qual começou o ca­pítulo 14, a saber, o conflito dos últimos dias contra Jerusalém. Há pormenores que não foram tocados aqui. O Senhor dará vitória na­quele tempo enviando uma praga sobrenatural contra as forças do inimigo. A carne de seus corpos cairá por consumpção. Seus olhos se derreterão em suas órbitas, e a língua se lhes dissolverá na boca. Será uma vida miserável. Além do intenso sofrimento físico, eles serão colhidos de surpresa numa confusão sobrenatural: um tumulto da parte do Senhor arremeterá cada homem, furioso, contra seu com­panheiro de farda e contra o seu próximo. As forças do inimigo se destruirão mutuamente. (Ezequiel 38:21).

 

Na primeira fase do conflito a maré da guerra será contra o povo de Jerusalém (v. 1), mas Israel vencerá a segunda e final fase da batalha. Toda a região circunvizinha se congregará para a defesa da capital contra o inimigo comum, que sofrerá grande perda em vidas e em suas possessões. Os exércitos orientais carregavam consigo, em suas marchas, grandes somas de ouro e prata (2 Crônicas 20:25). As vestes muitas vezes são mencionadas nas listas de despojos porque eram um artigo importante de riqueza no Oriente (Juízes 5:30; 2 Reis 7:15).

 

A praga mencionada no versículo 12 é de novo citada para indicar que ela cairá sobre o cavalo, sobre o mulo, sobre o camelo, sobre o jumento e sobre todos os animais que estiveram no acampamento do inimigo. Até mesmo os animais das forças invasoras não estarão isentos da visitação da ira de Deus (12:4).

 

A festa dos tabernáculos

 

Quando a fumaça do conflito tiver desaparecido e o resto das nações for liberto, os piedosos dentre os gentios subirão todo ano a Jerusalém para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, e para celebrar a Festa dos Tabernáculos. As nações subirão em caráter represen­tativo, pois mesmo todo o Israel nunca subiu para as festas sem faltar um homem sequer (Levítico 23:33-44; Deuteronômio 18:13-17).

 

A Festa dos Tabernáculos é a festa da era milenial. Era a festa da colheita e descanso, de alegria, de louvor e de ações do graça (Êxodo 23:16; 34:2). As outras duas festas anuais, Páscoa e Pentecoste, uno são mencionadas, porque seus antítipos foram cumpridos. A festa dos Tabernáculos foi celebrada ao voltar Israel do exílio (Neemias 8:14-18). E proeminentemente a festa da alegria após a colheita da seara (Apocalipse 7:9). Quando raiar o dia milenial, todas as demais festas terão sido cumpridas por seus antítipos. Agora a Festa dos Tabernáculos encontra seu antítipo. Se qualquer das famílias da terra recusar-se a subir a Jerusalém para adorar o Rei, então, como castigo, na sua terra não cairá chuva.

 

Tem-se dado importância demais à suposta dificuldade na vinda das nações a Jerusalém. Afirmam tratar-se de uma impossibilidade física. Mas, como vimos, a passagem não exige que cada pessoa em cada nação vá à festa anualmente. Essa ida será representativa.

 

Os versículos 17-19 pressupõem que haverá desobediência mesmo nessa época. O motivo pode ser encontrado numa passagem como Salmo 66:3, onde está registrado que alguns prestarão obediência fingida (literalmente, mentira) ao Rei Messias Todo-poderoso. A re­tenção da chuva impediria uma colheita no ano seguinte.

 

No caso do Egito a ameaça não teria força, pois esse país não depende de chuva mas do transbordamento anual do Nilo, daí pen­sarem eles estar isentos. Mas o Senhor trará sobre eles a praga, não necessariamente a praga mencionada no versículo 12. Ninguém po­derá, então, contestar a ordem clara de Deus e fazê-lo sem impuni­dade, como não se fez em nenhuma outra idade ou era.

 

“Santo ao Senhor”

 

Embora a desobediência fora de Israel seja visitada com juízo, o povo do Senhor será justo. Todos serão permeados de santidade, o grande alvo e objetivo de todos os procedimentos de Deus com Israel, com a Igreja, ou com qualquer coração em qualquer tempo.

 

A maneira como a santidade permeará a todos os aspectos da vida acha-se indicada nos dois últimos versículos desse grande livro profético. O povo de Deus conhecerá naquele dia a santidade universal que tem sido o ideal de Deus para Israel através dos séculos (Êxodo 19:6: “nação santa”). Até as campainhas dos cavalos, usadas para ornamento, serão inscritas com as mesmas palavras gravadas na tiara do sumo sacerdote de Israel, “Santo ao Senhor” (ou “Santidade ao Senhor”). Os cavalos, em geral empregados para a guerra, agora serão dedicados ao Senhor e à sua glória. As panelas do templo eram consideradas os objetos mais desprezíveis, mas no dia do reinado do Messias elas serão de santidade igual à das bacias colocadas diante do altar que recolhiam o sangue das vítimas para ser espargido diante do Senhor.

 

Onde predomina a santidade, é desnecessária a santidade ceri­monial. O último versículo do livro declara a mesma verdade de outro ângulo. Se todos os vasos do santuário estiverem no mesmo plano de santidade em virtude da purificação universal, até mesmo a panela comum por toda a nação será dedicada ao Senhor. Os vasos dos lares serão tão adequados quanto os do Templo para os serviços da casa do Senhor. Naquele dia não haverá cananeu na casa do Senhor. O nome representa os fenícios do norte de Canaã, notáveis marinheiros e mercadores do mundo antigo, os quais, por serem conhecidos por seus maus caminhos, representam aqui a pessoa pro­fana e ímpia (Oséias 12:7). É a forma negativa de declarar que tudo será santo.

 

 

Bibliografia Charles L. Feinberg,comentário bíblicos novo testamento 1998