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seja honra e toda gloria ao Senhor nosso Deus
seja honra e toda gloria ao Senhor nosso Deus

 

   TODA HONRA E GLORIA SEJA AO SENHOR NOSSO DEUS

ROMANOS 11.

11:33 Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! 

O pensamento da vastíssima misericórdia divina, no caso da redenção humana, e das veredas misteriosas mas graciosas mediante as quaisDeus concretiza a sua misericórdia e redenção, impulsionou o apóstolo Paulo a prorromper em uma doxologia arrebatada, a qual forma o epilogo e a conclusão de toda esta secção de sua epístola aos Romanos acerca das relações entre a nação de Israel e a igreja cristã, nanova dispensação da graça, seção essa que envolve os capítulos nono a décimo primeiro da epístola aos Romanos. 

Paulo havia mostrado que até mesmo o reinado do pecado e da ruína tem por intuito divino produzir um resultado benéfico. Dessamaneira ele foi impelido pela percepção desse fato, por ter visto que se trata da grande esperança do mundo, uma reversão do estado dedesgraça e o raiar da madrugada esperançosa. Sua doxologia é, ao mesmo tempo, a conclusão do seu argumento e a suposição que a sublinha. É a expressão da fé acerca da qual ele havia escrito com tão grande senso de esperança, tanto a respeito de Israel como arespeito dos gentios, no que tange à salvação em Cristo. Paulo ficou profundamente admirado ante a sabedoria e a graça divinas, e amoldou as suas palavras a fim de expressar ao menos uma parte desse sentimento.

 «...profundidade...» Palavra que indica as «riquezas inexauríveis» do Senhor Deus. O apóstolo utilizou-se de uma palavra universal, a fimde dar a entender «incomensurabilidade» a «incalculabilidade», no tocante ao conhecimento e sabedoria de Deus, sobre o que se alicerça a sua sublime misericórdia. Com essas palavras podem ser comparadas as passagens de I Co 2:10; Ef 3:18 e Ap 2:24, onde a palavra«profundidade» ou seu sinônimo tem o fito de transmitir a idéia de algo sem medida, ou cuja medida a mente humana não pode calcular. Essa «profundidade» é aplicada a três características de Deus, a saber:

1. sua riqueza;

2. sua sabedoria; e

3. seu conhecimento.

Alguns intérpretes vinculam essas riquezas (como um agente) com «sabedoria e conhecimento», de tal modo que essas qualidades sãovistas como possuidoras de mui profundas «riquezas». No entanto, parece melhor compreender as «riquezas» como uma categoriadiferente tanto da sabedoria como do conhecimento.

 «...riqueza...» É muito provável que Paulo tivesse em mente as misericórdias de Deus, como virtude por detrás da redenção humana, envolvendo a profundidade e a intensidade do seu amor, de sua bondade eterna e de seus decretos benéficos. Essas «riquezas», pois, indicariam tudo quanto Deus possui e é, naquilo que ele transmite aos homens, visando ao beneficio destes. Somos relembrados aquisobre a riquíssima herança que os homens recebem em Cristo. (Ver Rm 8:17,18). Ele derrama sobre nós as riquezas da pessoa de Cristo, e somos transformados em sua imagem, o que certamente constitui o maior tesouro que a mente humana pode imaginar.

 Essas riquezas são aquelas que Deus transmite espiritualmente aos homens. Não se trata de «coisas» ou «possessões», ainda quecelestiais, mas antes, da transformação do ser, da glorificação em Cristo. (Ver o trecho de Rm 8:29 quanto à plena expressão do que issosignifica. Compete-nos compreender aqui os «recursos inexauríveis», conferidos por Deus aos seus eleitos, tal como o Filho de Deus os recebe de Deus Pai, com o mesmo grau e segundo o mesmo método. Essa palavra, pois, fala sobre a salvação verdadeira, sobretudo emseu aspecto da «glorificação». Isso consistirá da participação nas riquezas espirituais de Deus Pai. (Ver o termo riquezas, usado comoindicador de um sentido absoluto, e não como mero adjetivo, conforme vemos aqui, em Ef 3:8 e Fp 4:19). Na epístola aos Efésios temos as «insondáveis riquezas de Cristo»; e na epístola aos Filipenses encontramos o suprimento fornecido aos crentes, de conformidade com a «sua riqueza em glória».

 «...sabedoria...» Temos aqui os insondáveis recursos divinos de julgamento, em que Deus se utiliza de todos os fatos possíveis, de todo oconhecimento por ele possuído, de maneira ordeira e beneficente. Além disso, a aplicação deve ser essencialmente da sabedoria divina àredenção humana. O vocábulo «sabedoria», neste caso, denota o exercício dos decretos determinadores de Deus, os quais produzemresultados benéficos em cada oportunidade. Nas Escrituras Sagradas, o termo «sabedoria» é atribuído somente a Deus ou aos homenspiedosos, a menos que seja empregado com uma ponta de ironia. (Ver I Co 1:20; 2:6 e Lc 10:21). Cícero chamava a sabedoria de «principal de todas as virtudes».

 O trecho de I Co 1:30 lembra-nos que Deus fez Cristo ser a sabedoria em nós. Portanto, aquilo que podemos conhecer sobre a sabedoriade Deus, em sua aplicação aos homens, especialmente quanto à questão do plano remidor, e como os homens podem retornar a Deus equal seja o alvo desse plano, podemos perceber e admirar na pessoa de Cristo.

 «...conhecimento...» Essa palavra dá a idéia da compreensão perfeita e universal sobre a qual as decisões e ações de Deus se fundamentam, resultando em ações derivadas de sua sabedoria. O mundo dos homens, com todos os seus conflitos, vícios edesobediências, seria uma massa impossível de redimir, se porventura Deus não soubesse como redimir os homens de maneira coerentetanto com a sua justiça como com a sua misericórdia, e a menos que Deus tivesse a sabedoria necessária para aplicar o seu conhecimento.

 «...Quão insondáveis são os seus juízos...» A palavra «insondável» significa aquilo que não pode ser sondado, encontrado ou descoberto,em sentido lógico, aquilo que é inescrutável, algo que ultrapassa a capacidade mental do homem. «Sondável», por sua vez, significaaquilo que pode ser «examinado», «compreendido». O que esta frase significa é que os homens não possuem capacidade intelectual ouintuitiva de julgar os «juízos» de Deus. Poderíamos compreender melhor essa idéia, desdobrando-a nos pontos relacionados abaixo:

1. Isso não significa, neste caso, que os juízos de Deus sejam «maus», isto é, não visam ações disciplinares, embora alguns estudiosospensem que assim deve ser. Um deles disse: «Teus juízos, em seus vários efeitos de destruição e salvação».

2. Pelo contrário, significa suas decisões, como, por exemplo, aquela mediante a qual Israel foi excluída ao passo que os gentios foram admitidos; e então, através da misericórdia demonstrada aos gentios, a misericórdia será restaurada à nação de Israel. Os juízos de Deussão as suas «determinações», incluindo os seus «decretos» divinos e os seus «conselhos», do que resultam os desígnios e as ações quedizem respeito à redenção humana. Disse Moisés, em Dt 32:4: «...todos os seus caminhos são juízo...»

 «...quão inescrutáveis os seus caminhos!...» Isto é, suas veredas, seus métodos de ação, os quais não podem ser acompanhados pelohomem. A mente humana perde-se na teia dos pensamentos e ações aplicadas de Deus. A mente humana não é capaz de acompanhar e de descrever os caminhos de Deus. Disse Robertson (in loc.) acerca dessa particularidade: «Algumas das veredas de Deus ele deixou-asclaras para nós; mas outras estão muito acima de nós». (Com essa expressão poderíamos comparar o trecho de Ef 3:8, o único outrotrecho do N.T. onde ela é usada, e a passagem de Jó 5:9. Na primeira dessas passagens, a expressão é usada para indicar as «insondáveisriquezas de Cristo»). A própria palavra «inescrutável» significa aquilo que «não pode ser seguido»; mas, logicamente, é usada paraindicar o que é incompreensível, inatingível pela mente humana.

 «Chegamos aqui àquele ponto onde a criatura gravita para seu descanso final, a visão da glória de Deus. Repousamos, com profundo e jubiloso silêncio, ante o fato de mistérios resplandecentes demais para a nossa visão. Após todas as revelações do apóstolo, compete-nos aliarmo-nos a ele, mediante a fé, reconhecendo, desde a maior profundeza de nosso ser, o fato que não há como perscrutar, não há comoacompanhar os segredos finais dos caminhos de Deus. Isso torna-se para nós suficientemente maravilhoso, à luz de Cristo, saber que 'oSenhor, o Senhor Deus, misericordioso e gracioso', é também Soberano, Final, e sua própria Satisfação eterna: isto; é, tudo isso é tãoinfinitamente apropriado e bendito que, assim como a sua vontade é a verdadeira causa eficiente de todas as coisas, e assim como a suapresença é o segredo da continuação delas, assim também, em si mesmo, ele, é a Causa, Fim e Alvo final delas; essas coisas cumpremsuas idéias, e elas, encontram sua felicidade em serem completamente dele. 'Todas as coisas foram feitas para ele'». (Moule, in loc).

 11:34 Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor? ou quem se fez seu conselheiro?

 Essa exclamação é extraída de Is 40:13, na versão da Septuaginta, apenas com leves variações. Paulo cita novamente essa passagem em I Co 2:16. Os seus pensamentos, acerca da sabedoria e do conhecimento de Deus, bem como acerca dos caminhos insondáveis do Senhor, levaram o apóstolo a lembrar-se dessa passagem do livro de Isaías, a qual é uma asserção definida, embora em forma de pergunta, que éimpossível para o homem penetrar na mente divina, com suas intricadas profundezas de sabedoria e conhecimento. Sempre é impossívelsaber por que ele faz determinadas coisas, e por que ele usa de certos métodos. É impossível alguém ser um conselheiro de Deus,porquanto ele mesmo é o zênite de toda a sabedoria, e não precisa que alguém venha em seu auxílio, procurando influenciá-lo em suasdecisões.

 Os homens sabem das coisas através da percepção dos sentidos; mas não existe capacidade física ou cerebral que possa penetrar namente divina. Os homens reconhecem as coisas através da razão; e apesar dessa ser uma função elevada, que nos capacita até mesmo adescobrir e reconhecer algumas verdades importantes, contudo, a razão humana na realidade não pode perscrutar os grandes mistériosocultos de Deus. Os homens conhecem as coisas por intuição, o que indica um conhecimento desvinculado de qualquer meio físico ouracional evidente, porquanto se trata de um conhecimento súbito, sem meios intermediários; mas até mesmo esse conhecimento, queparte das maiores profundezas da alma ou da mente universal, jamais poderá realmente penetrar na mente divina, de modo a pensar osseus mesmos pensamentos. Além disso, os homens podem chegar a ter um conhecimento místico, mediante revelações, visões e sonhos, etc. Porém, nem mesmo esse conhecimento, por mais elevado que seja, o qual usualmente aparece em forma de símbolos, poderá revelaro verdadeiro conhecimento da mente divina, mesmo quando esteja servindo de fonte da revelação, já que os pensamentos de Deus sãomais elevados que os pensamentos humanos, e visto que os seus pensamentos são mais elevados que os nossos, não podendo mesmo sertrilhados pelos homens. 

Por conseguinte, não podemos medir a mente divina. E embora contemos com algum critério, não podemos comprovar e descrever comclareza nem mesmo aquilo que já conhecemos, quanto menos aquilo que nem ao menos ainda passou por nossa imaginação. Portanto,ninguém está em momento algum qualificado para dar a Deus um parecer, aconselhando-o quanto a qualquer decisão a ser tomada.

 Paulo, pois, restringiu a audácia da mão humana, a fim de impedir que o homem venha a reprovar a Deus em quaisquer de seus conselhosou decretos. Não temos razão alguma para queixas contra Deus, porque aquilo que sabemos a respeito dele, aquilo que podemos entendersobre sua pessoa, nos autoriza somente a entender claramente que ele é um ser benfazejo, benigno, remidor, santo, sem mancha eperfeito. Ninguém pode fazer de Deus devedor seu; e, no entanto, Deus é o grande Benfeitor universal.

 «Se alguém procurar saber mais do que aquilo que Deus já revelou, será esmagado pelo resplendor ofuscante de uma luz inacessível...porquanto embora a doutrina bíblica, em sua inteireza, ultrapasse em muito, em sua excelência, à mente humana, contudo o acesso àmesma não está vedado para os fiéis, os quais, com reverência e sobriedade seguem o Espírito como seu guia. Mas o caso é totalmentediverso no caso dos conselhos ocultos de Deus, cuja profundidade e altura não podem ser atingidas por qualquer investigação humana». (Calvino, in loc).

 11:35  Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?

 Essas palavras foram tiradas do trecho de Jó. 41:11, mas não da versão da Septuaginta, porquanto expressam mais essencialmente ooriginal hebraico. É interessante a observação de que a única outra citação utilizada por Paulo, e que varia consideravelmente da versãoda Septuaginta (tradução do original hebraico do A.T. para o grego, completada cerca de duzentos anos antes da era cristã), concordandomais de perto com o original hebraico, é a que aparece em I Co 3:19, igualmente extraída do livro de Jó (5:13).

 Este versículo corresponde parcialmente com o pensamento sobre as «profundezas das riquezas» de Deus. As riquezas de Deus são taisque ele não pode incorrer em dívida para com homem algum, de tal modo que ninguém pode impor-lhe reivindicações. Paulo pensava,pelo menos parcialmente, sobre o sistema de méritos de acordo com a lei. Nenhum homem pode fazer Deus ser-lhe moralmente devedor,como se o Senhor fosse obrigado a recompensá-lo espiritualmente, com a salvação ou com alguma outra bênção qualquer. Deus mesmodetermina como ele deve dispensar as suas dádivas espirituais; e isso através do seu sistema gracioso, através do qual ele nada deve aninguém a despeito do que dá tudo aos homens. Mui provavelmente essa é a principal intenção de Paulo na presente citação, idéia essaque se harmoniza admiravelmente bem com a mensagem geral da secção dos capítulos nono a décimo primeiro desta epístola, bem comocom a epístola inteira e com a teologia paulina em geral.

 Igualmente inerente na idéia constante neste versículo é o conceito que nenhum dom que o homem imagine pode ele dar a Deus. De fato,sem importar o que o Senhor permita que um homem consiga fazer, isso não pode ser reputado como algo que obrigue Deus a conferir-lhe alguma forma qualquer de recompensa. Nenhum homem pode levar Deus a endividar-se para com ele. Não obstante, Deus obrigou asi mesmo a abençoar seus eleitos, deixando perfeitamente claro quais formas de atitude e ação são agradáveis aos seus olhos, e como elerecompensa as mesmas. Isso, entretanto, deriva-se da vontade e dos decretos divinos, e não de qualquer ato da vontade e do esforçohumano.

 «Quão belamente isso nos coloca em nosso devido lugar! '...que tens tu que não tenhas recebido? e, se o recebeste como uma dádiva, porque te vanglorias, como se o não tiveras recebido?' (I Co 4:7)... O homem talvez sinta a necessidade de jactar-se de suas 'invenções', desuas 'criações', de sua grandeza, e, especialmente, de seu 'progresso'. Mas eis que o empresário de serviços funerários chega e o leva!» (Newell, in loc).

 Nada possuo, Senhor dos céus e da terra, que me permita pleitear diante de ti, salvo a minha imensa necessidade, e a tua imensa egrande graça.

 «...somos ensinados aqui que não está ao nosso alcance constranger a Deus por meio de nossas boas obras, forçando-o a proporcionar-nos a salvação; mas que ele se antecipa a quem nada merece, mediante a sua bondade gratuita». (Calvino, in loc).

 «Os planos e a graça de Deus possuem uma envergadura tão grande, de entendimento e sabedoria, estampados neles, que as mentesfinitas não podem apreendê-los e sondá-los, e muito menos poderia imaginá-los, antes de haverem sido desvendados» (Brown, in loc).

 «É impossível que haja qualquer mérito na criatura, a qual nada tem senão aquilo que recebeu da parte de Deus, e que nada faz senãoaquilo que tem a obrigação de fazer; e isso mesmo não realiza por suas próprias forças, e, sim, mediante a graça e o poder de Deus—peloque também se conclui que não há recompensa dada por Deus que importe em uma dívida, pois tudo se baseia em sua graça». (John Gill,in loc).

 «. ..como poderia o Criador entrar em dívida ante os seres criados? Como pode a causa depender do efeito? Como poderia o Autor daprovidência, que é o Pai de toda a dádiva boa e perfeita, ficar sob a obrigação de recompensar aqueles em favor de quem tudoprovidenciou, os quais também dependem inteiramente de sua abundância?» (Adam Clarke, in loc).

 

11:36 Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém. 

Deus é a causa primária, a causa material, do que tudo o mais se deriva, «...dele... são todas as cousas...» Deus é a causa formal, isto é, nele começa o plano inteiro do universo. Ele é a «causa eficiente, ou seja, através dele todas as coisas foram produzidas e postas emordem (...por meio dele... são todas as cousas...)». Deus é igualmente a causa final, ou seja, todas as coisas se dirigem para ele, a fim de terem cumprimento e realização. Pois, «...para ele são todas as cousas...» Isso significa, por igual modo, que a vida eterna não consisteem mera existência eterna, e, sim, em uma espécie de vida, a saber, a vida em Deus, a vida espiritual, a participação na própria vida deDeus, o que também se lê no trecho de I Co 8:6, embora essa passagem também faça alusão ao Senhor Jesus Cristo: «...Jesus Cristo, peloqual são todas as cousas, e nós também por ele...»

 Todas as propriedades atribuídas a Deus Pai ou à deidade, isto é, o fato de ser ele a causa ou fonte originária de tudo, bem como o «meio eficaz» de concretizar todos os alvos e de cumprir todos os planos, sendo a «finalidade» mesma de todas as coisas, são tambématribuídas ao Filho de Deus, Jesus Cristo. Um exemplo disso é a própria passagem referida aqui, onde todas as coisas são atribuídas aoFilho, o que também se percebe no primeiro capítulo da epístola aos Efésios, porquanto o «mistério da vontade de Deus» consisteexatamente disso. Essa mesma mensagem aparece no trecho de Cl 1:16, a qual também se refere ao Filho de Deus, dizendo: «...pois nele foram criadas todas as cousas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, querpotestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele...» Toda essa questão, como é evidente, serve de poderosíssimo argumento em favorda autêntica divindade do Filho de Deus, Jesus Cristo, porquanto é impossível que tais poderes e atribuições fossem conferidos a umamera criatura.

 De alguma maneira, todas as coisas derivam sua razão e propósito, bem como a concretização de seus seres, em Deus Pai e em DeusFilho. Trechos diversos da Bíblia enfatizam a proeminência do Pai ou a proeminência do Filho, quanto a esse particular. Aqui, na epístolaaos Romanos, o Pai é destacado. Já no oitavo capítulo da primeira epístola aos Coríntios, e nas epístolas aos Efésios e aos Colossenses, oFilho de Deus é quem é salientado. Seja como for, tudo isso frisa o fato de que a vida eterna consiste em muito mais do que a meraexistência eterna. A vida eterna autêntica, por conseguinte, é a participação na vida divina, conforme essa vida se encontra no Filho deDeus, Portanto, a vida eterna é uma forma ou qualidade de vida.

 Os homens que chegam a participar da vida de Cristo, eventualmente participarão também de seu próprio ser, possuidores do mesmo tipode vida que ele tem. Essa é a vida «necessária» e «independente» de Deus Pai, conferida ao Filho em seu estado encarnado. Essa vida é «necessária» porque não pode deixar de existir; e é «independente» porque não depende de outrem para sua existência, visto ser ela asua própria causa e sustentáculo. Somente a deidade possui essa forma de vida desde a eternidade; mas os eleitos chegarão a tornar-se possuidores da mesma, por intermédio de Cristo Jesus, naturalmente de forma finita, mas sempre aumentando.

 Posto ser Deus a fonte, meio e o alvo de toda a vida, não está ele obrigado a dar recompensa a quem quer que seja, porquanto tudoexiste por intermédio dele, e todas as coisas estão retornando a ele. Tudo isso contribui para salientar a grandeza e a independência deDeus, sem dúvida tendo deixado entendido, na mente de Paulo, a verdade necessária da «salvação pela graça, mediante a fé», que é ogrande tema desta epístola aos Romanos. E isso porque a doutrina da «salvação pelas obras» imporia a Deus uma dívida para com oshomens. Na verdade, todavia, até mesmo as «recompensas» ou «coroas», que serão dadas em face das realizações espirituais fiéis dosfilhos de Deus, devido ao seu desenvolvimento espiritual e ao seu crescimento segundo a imagem de Cristo, segundo o conceito paulino,são reputadas não como um «sistema de obras», um sistema orientado em sentido legalista, mas antes, como um «sistema gracioso» e aomesmo tempo «místico», de tal forma que todas essas realizações e sucessos, em certo sentido, resultam da operação íntima do EspíritoSanto. E assim fica de pé o fato de que nada temos que não nos tenha sido conferido, o que exclui toda a oportunidade de jactânciadiante de Deus.

 Alguns intérpretes têm visto a «trindade» neste versículo, nas três proposições, a saber:

1. «...dele...» indicaria Deus Pai, como fonte originária de tudo.

2. «...por meio dele...» indicaria o Espírito Santo, como a causa eficaz de toda a vida espiritual.

3. «...para ele...» indicaria o Filho de Deus, Jesus Cristo, como grande alvo de toda a vida espiritual.

 Essas proposições são verdadeiras, mas não é muito provável que Paulo as tivesse em mente, quando escreveu este versículo. Antes, otema desta passagem é a própria deidade como fonte, meio e alvo de todas as coisas, sem quaisquer distinções entre as pessoas datrindade. Não obstante, existem passagens bíblicas que estabelecem tais distinções, as quais, por isso mesmo, tornam-se válidas, ainda quenão sejam ensinadas aqui.

 «...A ele, pois, a glória eternamente...» Deus é aqui destacado como a origem, o meio e o alvo de toda a forma de vida, o que o tornadevidamente merecedor de todo o louvor da parte dos seres mortais e imortais, sobretudo em face dos seus desígnios perenementebeneficentes, benignos e remidores, ou seja, «altruístas» no mais alto sentido. Por conseguinte, os incrédulos que o têm ignorado, que têm blasfemado de seu nome, e têm detratado de suas revelações, incorrem em um gigantesco erro e rebeldia. «Ouçamos Voltaire, o brilhantecético francês do século XVIII, que se referiu a Sir Isaque Newton (uma das maiores mentes e mais piedosos homens da história) com asseguintes palavras: 'Consideremos a poderosa mente de Newton. Quando ficou senil começou a estudar o livro chamado de Bíblia; e parece que, a fim de dar crédito à sua fabulosa falta de bom senso, -—devemos acreditar (segundo diz Newton) que o conhecimento dahumanidade aumentará de tal maneira que os homens serão capazes de viajar à velocidade de oitenta quilômetros por hora. O pobrecaduco!' (Voltaire achava ser 'auto-evidente' que qualquer pessoa que viajasse à velocidade de oitenta quilômetros, morreria 'sufocado'). (Newton vinha estudando e escrevendo sobre o trecho de Dn 12:4: '...muitos o esquadrinharão, e o saber se multiplicará', quando fez essapredição).

 Em Daytona Beach, no estado de Flórida, (Estados Unidos da América do Norte), há poucos quilômetros de distância de onde moro,recentemente um homem viajou à velocidade de quase seis vezes oitenta quilômetros por hora! Parece que Voltaire é quem era o tolo e o 'caduco', e não Newton! E a própria sala onde Voltaire afirmou que 'Dentro de cem anos depois da minha morte, a Bíblia será um livrodesconhecido', é atualmente um depósito da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira!» (Newell. In  loc).

 O que diria Newell, que escreveu mais ou menos na época da Segunda Guerra Mundial, se soubesse que não muito longe de sua casa, noestado da Flórida, seriam anos depois lançados foguetes que atingiriam velocidades de mais de trinta e dois mil quilômetros por hora, comseus respectivos astronautas? Ora, não se pode duvidar que estamos apenas no começo daquele período predito pela Bíblia quando osaber se multiplicará; pois feitos ainda mais espantosos se verificarão, de tal maneira que nossas supostas grandes realizações de hoje emdia parecerão brinquedos infantis, em comparação. E o que os homens conseguem fazer é apenas um minúsculo exemplo do que deve sera imensidade da mente divina, porquanto o homem foi criado à imagem de Deus. A Deus, que é a fonte originária, o meio e o alvo detudo, pertence com justiça a glória.

 FONTE Bibliografia Champlin,COMENTARIO BIBLICO DO NOVO TESTAMENTO,2003