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Esboço do livro de Apocalipse
O Apocalipse é um livro de mui difícil interpretação. Isto é um fato reconhecido por todos os estudiosos das Escrituras.
Apocalipse é o apogeu da revelação divina. É qual um imenso caudal onde desembocam todos os rios (livros), tanto os do Antigo, como os do Novo Testamento. Ele é o oposto do livro de Gênesis. Este é o livro dos começos; aquele, o das consumações. É também o Apocalipse a resposta da oração do povo de Deus em todos os tempos: “Venha o teu reino”.
Deus divide a raça humana em três grupos, a saber: judeus, gentios e a Igreja de Deus (1 Co 10.32), e na sua Palavra Ele apresenta uma mensagem definida para cada um desses três grupos. Por exemplo, o livro de Daniel, trata somente de judeus e gentios. Nos Evangelhos temos a aparição ou manifestação da mensagem divina para a Igreja, e nas Epístolas a explanação dessa mensagem. Já no Apocalipse temos a mensagem final de Deus para os judeus, gentios e a Igreja.
Contém o livro a última mensagem de Jesus à Igreja, uma mensagem referente à sua volta: “Certamente venho sem demora” (22.20). Daí dizer-se que nos Evangelhos somos levados a crer em Cristo; nas Epístolas somos levados a amá-lo; e no Apocalipse somos levados aesperá-lo.
1 Advertência aos estudantes das Escrituras. É bom que cada estudante leia agora 1 Coríntios 2.10-16 e medite cuidadosamente em cada um de seus versículos. Os versículos 14 e 15, na Versão ARC (Almeida Revisada e Corrigida), advertem o seguinte: “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido”.
O homem espiritual a que se refere o versículo 15 é aquele que é nascido do Espírito, que é submisso ao Espírito, que é guiado pelo Espírito, que é possuído pelo Espírito, que é cheio do Espírito. Por sua vez, o discernimento referido nos ditos versículos é aquele que dimana da operação do Espírito Santo no crente.
O estudante precisa distinguir corretamente os sentidos literal, figurado, e simbólico da Escritura, para interpretar corretamente o texto bíblico. Por exemplo, sabemos que o cavalo de Apocalipse 19.11 é simbólico devido ao uso simbólico da espada no versículo 15 do mesmo capítulo. Às vezes, o próprio texto adverte que a sua linguagem é figurada, como em Apocalipse 17.5, onde a palavra “mistério”indica isto.
2 O autor do livro é João, o Evangelista, um dos apóstolos de Jesus. Isto é declarado em 1.1,4,9; 22.8. Seu pai, Zebedeu, era homem de posses, pois tinha empregados nas atividades pesqueiras que explorava (Mc 1.20). João foi um dos primeiros discípulos de Jesus (Mt4.21; Mc 1.19). A ele e a seu irmão Tiago, Jesus chamou “Boanerges”, que quer dizer filhos do trovão (Mc 3.17), ou por causa do poder com que testemunhavam, ou devido ao seu zelo (sem entendimento) ao desejarem fogo do Céu para consumir uma cidade (Lc 9.54,55). É ele sem dúvida, o “discípulo amado” citado em João 13.23; 19.26; 21.20. João, por modéstia, escondeu-se atrás dessa frase.
João assistiu ao julgamento de Jesus e sua crucificação, demonstrando, assim, sua fidelidade, firmeza e amor (Jo 18.15,16; 19.26). Ele integrava o grupo íntimo de discípulos de Jesus, constituído de três deles (Mt 17.1; 26.37; Mc 5.37; 13.3).
Irineu, nascido cerca de 130 d.C., discípulo de Policarpo, que por sua vez, foi discípulo de João, afirma que após o retorno de João, do seu banimento em Patmos, ele permaneceu em Éfeso, vivendo ali até sua morte, no reinado de Trajano.
3 Época e local do livro. Pastoreava João a igreja em Éfeso quando foi banido por Domiciano, em 95 d.C. Voltou a Éfeso no ano seguinte. Nesse meio tempo foi escrito o livro. A data comumente aceita é 96 d.C.
A divisão geral do livro. Jesus mesmo faz essa divisão em 1.19. É uma tríplice divisão:
Parte I - CONCERNENTE AO SENHOR
Capítulo 1
São coisas passadas no tempo de João - “coisas que viste” (1.19).
Parte II - CONCERNENTE À IGREJA
Capítulos 2 e 3
São coisas presentes - “coisas que são” (1.19).
Parte III - CONCERNENTE ÀS NAÇÕES
Capítulos 4 a 22
São coisas futuras - “coisas que hão de acontecer” (1-19).
Nesta última divisão está compreendida a 70ª “semana” de Daniel 9.27, nos capítulos 6 a 19. Apocalipse é, pois, um livro profético: aliás, o único livro profético do Novo Testamento. Isso está explicitado em 1.3; 22.7,10,18,19, onde lemos a expressão “as palavras da profecia deste livro”.
4 Tema do Livro. É a vinda de Jesus em glória, isto é, sua revelação pessoal em glória e poder a Israel e às nações. Isso é declarado no primeiro versículo do livro: “Revelação de Jesus Cristo”. O texto-chave do livro todo está em 1.7: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém”.
Uma das formas de estudo da santa Palavra de Deus é a do método sintético, o que inclui o esboço de cada livro. O estudo sintético da Bíblia considera e estuda, entre outras coisas, o seguinte:
a. A Bíblia como um todo, isto é, seus 66 livros em conjunto.
b. Cada grupo de livros da Bíblia como um todo.
c. Cada livro da Bíblia como um todo.
d. Esboço de cada livro da Bíblia.
O método de estudo sintético da Bíblia é prioritário para quem quiser passar à análise dela. Noutras palavras: jamais se deve procurar analisar a Bíblia, seus livros, seus capítulos, versículos, palavras, frases e ideias, sem primeiro fazer uma acurada e completa síntese de tudo isso. Espiritualidade, discernimento espiritual, e maturidade são de vital importância aqui - seja síntese ou análise da bíblia.
O método sintético pode ser comparado ao viajante que sobe à montanha para obter uma visão global e panorâmica de toda a região que pretende conhecer e explorar detalhadamente. Em se tratando da Bíblia, significa estudar o conteúdo geral de cada um de seus livros antes de cuidar de sua interpretação e/ou análise. Sintetizar é abreviar, esboçar; analisar é ampliar decompondo.
Tema do livro: A revelação pessoal de Cristo em glória, em sua vinda.
Cap. 1 - A VISÃO DE CRISTO GLORIFICADO
Caps. 2,3 - A IGREJA NO PASSADO E NO PRESENTE
Cap. 4 - A IGREJA ARREBATADA
Cap. 5 - A IGREJA GLORIFICADA
Caps. 6-18 - A GRANDE TRIBULAÇÃO
Cap. 19 - A VOLTA PESSOAL DE JESUS EM GLÓRIA
Cap. 20 -O MILÊNIO E O JUÍZO FINAL
Cap. 21,22 - O PERFEITO ESTADO ETERNO
Uma palavra explicativa sobre cada ponto do esboço:
Cap. 1 - A VISÃO DE CRISTO GLORIFICADO
Trata-se de uma visão de Cristo, como Ele está atualmente na Glória.
Caps. 2,3 - A IGREJA NO PASSADO E NO PRESENTE As sete igrejas aí mencionadas representam sete períodos da história da Igreja Universal como o corpo de Cristo. Para tanto, basta que se faça um confronto entre as igrejas locais mencionadas nos capítulos 2 e 3 e os períodos da história da Igreja. Quanto às 7 cartas como número representativo, compare-se o fato de que o apóstolo Paulo também escreveu a sete igrejas, quando, nos seus dias, existiam muito mais igrejas. Essas sete igrejas foram: Roma, Corinto, Galácia, Éfeso, Filipos, Colossos, e Tessalônica. As suas demais cartas foram dirigidas a pessoas, não a igrejas.
Cap. 4 - A IGREJA ARREBATADA
O arrebatamento à altura dos fatos do capítulo 4, prefigura claramente o arrebatamento da Igreja após sua história neste mundo.
Cap. 5 - A IGREJA GLORIFICADA
Aqui temos representados os santos do Antigo e do Novo Testamento sob a forma de 24 anciãos perante o trono do Cordeiro, integrando um culto em que tomam parte todos os seres celestiais. Trata-se da Igreja já glorificada, após seu arrebatamento.
Caps. 6-18 - A GRANDE TRIBULAÇÃO
A Grande Tribulação é um período de aflição sem paralelo que sobrevirá aos judeus e aos gentios após o arrebatamento da Igreja. Não há palavras que possam descrever os horrores do sofrimento nesse período.
É um período de 7 anos, segundo um estudo comparativo da Bíblia. Os capítulos 6 a 10 abrangem a primeira metade da Tribulação, isto é, seus primeiros 3 anos e meio. Os capítulos 11 a 18 abrangem a segunda metade dessa Grande Tribulação, isto é, os últimos três anos e meio.
Cap. 19 - A VOLTA PESSOAL DE JESUS EM GLÓRIA
É a última fase da sua volta, sendo a primeira o arrebatamento da Igreja. No arrebatamento, Jesus virá para os seus santos. Na sua volta em glória, Ele virá com os seus santos para livrar Israel, julgar as nações e estabelecer o Milênio.
Cap. 20 – O MILÊNIO E O JUÍZO FINAL
O Milênio é o glorioso reinado de Cristo por 1.000 anos aqui na terra.
O Juízo Final seguir-se-á ao Milênio, ocasião em que todos os ímpios falecidos desde o tempo de Adão ressuscitarão para serem julgados segundo as suas obras.
Caps. 21,22 - O PERFEITO ESTADO ETERNO
Aqui temos um quadro mostrando como serão todas as coisas depois que o pecado for julgado e banido do universo, juntamente com os ímpios e o Diabo. Isto é um quadro da Terra e seus ocupantes quando Deus fizer novas todas as coisas, assim como eram no princípio.
SISTEMA DE INTERPRETAÇÃO DO APOCALIPSE
Há quatro principais sistemas ou escolas de interpretação do livro de Apocalipse. É bom que cada leitor tome conhecimento desses sistemas, não esquecendo da advertência que fizemos na introdução do livro.
Os sistemas mais conhecidos são o futurista, o histórico, o preterista, e o simbólico.
O sistema futurista é o que imagina o livro como de cumprimento futuro. Considera que a Igreja será arrebatada a qualquer momento, vindo a seguir a Grande Tribulação para Israel e as demais nações da terra, com os juízos divinos sob as trombetas, selos e taças da ira de Deus. Há entre os futuristas alguns que ensinam que a igreja passará pelas tribulações, ignorando eles o que a Palavra de Deus declara em 3.10; 1 Tessalonicenses 1.10; Romanos 5.9. Esse dia da ira do Senhor é o período da Grande Tribulação (Ap 6.17).
O sistema histórico interpreta o Apocalipse como a história bíblica da Igreja, do século primeiro aos tempos atuais. No entender deles, grande parte dessas profecias já estão sendo cumpridas e as demais se estão cumprindo agora mesmo nos acontecimentos mundiais.
O sistema preterista interpreta o Apocalipse como sendo profecias todas cumpridas. João descreveu eventos que ocorreram na terra somente na época do Império Romano. Eles manipulam datas para tudo, inclusive para os dez reinos como expressão final do Império Romano. Ora, fatos passados não são mais profecia, estritamente falando: são história. Entretanto, o livro de Apocalipse continua dizendo que ele é uma profecia. (Ler 1.3; 22.7,10,18,19.)
O sistema simbolista é também chamado idealista e espiritualista. (Espiritualista, aqui, nada tem com o espiritismo.) Este sistema de interpretação ensina que no Apocalipse tudo é simbólico, representando o conflito entre o bem e o mal. Nesse sistema não há nada de histórico nem de profético, e o que o livro contém são princípios fundamentais espirituais. O sistema simbolista é, portanto, uma forma de expressão do racionalismo, infelizmente chamado de racionalismo cristão.
Os racionalistas acham que suas próprias opiniões valem mais do que a Palavra de Deus. Aquilo da Bíblia que não couber em suas mentes eles recusam como absurdo, como se a Palavra de Deus dependesse do julgamento do homem. Procuram desacreditar o cumprimento literal das profecias de Daniel, Apocalipse, Zacarias, Ezequiel e outros livros da Bíblia. Substituem a inspiração divina pelo raciocínio humano. Noutras palavras: divinizam a razão humana e desprezam a operação interior do Espírito Santo.
É claro que não estamos aqui para erigir um monumento à ignorância, mas também não vamos para o outro extremo e endeusar a sabedoria humana, como habilmente se expressa o respeitado pastor e professor João Pereira de Andrade e Silva.
Os ensinos bíblicos dos racionalistas, sendo produto exclusivo da razão humana, são aparentemente perfeitos, mas... sem vida. São como uma flor artificial - quase perfeita, mas sem vida e sem perfume! Na linguagem mais franca chamemos os racionalistas dehumanistas. São discípulos da filosofia maldita de John Dewey, cujo Manifesto Humanista, publicado em 1932 continua sua obra demolidora, negando o sobrenatural e exaltando apenas a ciência e a cultura humanas. A princípio era o humanismo apenas uma filosofia. Hoje é uma religião, um princípio de vida, com multidões de seguidores, dentre todas as camadas e no mundo inteiro, inclusive influindo em algumas igrejas.
FONTE Bibliografia Pr Antonio Gilberto