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desmascarando a teologia da prosperidade N.4
desmascarando a teologia da prosperidade N.4

 

       TEOLOGIA DA PROSPERIDADE DESMACARANDO N.4

Dízimo: Décima parte de tudo aquilo que é devolvido ao Senhor, quer em dinheiro, quer em produtos e bens. 

A LIÇÃO  de hoje tem como objetivo estudar um tema muito conhecido e ainda tratado de forma equivocada por alguns. As distorções provenientes da Teologia da Prosperidade comprometem as práticas bíblicas de o crente ofertar e dizimar para a Obra do Senhor. Nesta aula, porém, você terá oportunidade de verificar o assunto à luz das Escrituras Sagradas. 

I. DÍZIMOS E OFERTAS NA BÍBLIA 

1. O Antigo Testamento. O vocábulo dízimo quer dizer “a décima parte”. No contexto bíblico, refere-se àquilo que é devolvido ao Senhor, quer em dinheiro, quer em produtos e bens (Pv 3.9). Já a oferta tem o sentido de contribuição voluntária. O que deve ficar claro é que a lei mosaica não criou as práticas do dízimo ou das ofertas, mas apenas deu-lhes conteúdo e forma através das diversas normas ou leis que as regulamentaram. Tal verdade fica patente ao constatar que o ofertar já era uma prática observada nos dias de Abel (Gn 4.4), e que o dízimo já era praticado pelos patriarcas (Gn 14.20; 28.22).

No período mosaico, o dízimo aparece como preceito de um princípio já existente no período patriarcal. Os preceitos mudam e até desaparecem, todavia, os princípios são imutáveis e permanentes. De acordo com a Lei de Moisés, os dízimos deveriam ser entregues aos sacerdotes para a manutenção do culto e também para o sustento dos levitas, já que estes não tinham possessão em Israel (Nm 18.20-32).

2. O Novo Testamento. Os que supõem estar a prática do dízimo restrita ao Antigo Testamento precisam entender que a natureza e os fundamentos do culto não mudaram. Mudou apenas a forma e a liturgia, mas não a sua função: a adoração a Deus deve ser em espírito e verdade! O culto levítico com seus rituais já não existe. Todavia, o princípio da adoração continua o mesmo (1 Pe 2.9; Ap 1.6). O dízimo levítico pertencia à ordem de Arão, que era transitória. Todavia, o dízimo cristão pertence à ordem de Melquisedeque que é eterna e, portanto, anterior à Lei de Moisés (Hb 5.10; 7.1-10; Sl 110.4).

Jesus não veio ab-rogar a lei, mas cumpri-la (Mt 5.17). Ele não apenas reconheceu a observância da prática do dízimo, mas a recomendou (Mt 23.23). Nas epístolas, Paulo faz referência ao dízimo levítico para extrair dele o princípio de que o obreiro é digno do seu salário (1 Co 9.9-14; Lv 6.16,26; Dt 18.1). Se o apóstolo não reconhecesse a legitimidade da prática do dízimo, jamais teria usado esses textos do Antigo Testamento. 

A prática do dízimo não está restrita ao Antigo Testamento. Ela também é incentivada pelos apóstolos em o Novo Testamento. 

II. A PRÁTICA DO DÍZIMO E DAS OFERTAS COMO FORMA DE ADORAÇÃO 

1. Reconhecimento da soberania e da bondade de Deus. Um dos princípios básicos da prática do dízimo é o reconhecimento de que Deus é soberano sobre todas as coisas. Tudo vem dEle e é para Ele (Ag 2.8; Cl 1.17). Quando o crente devolve a Deus o seu dízimo, demonstra que reconhece o Senhor como a fonte de todas as coisas. À saudação de Melquisedeque: “Bendito seja o Deus Altíssimo!”, respondeu Abraão dando-lhe o dízimo (Gn 14.20). O princípio da devolução do dízimo demonstra que somos dependentes de Deus. É lamentável que alguns crentes ignorem esse fato e ajam como se as suas conquistas materiais fossem apenas mérito de seus esforços (Jz 7.2).

2. Reconhecimento do valor do próximo. Deuteronômio registra que havia um tipo de dízimo que deveria ser repartido entre os pobres (Dt 14.28,29; 26.12-15). Esse “dízimo comunitário” devia ser praticado a cada três anos. O propósito é mostrar apreço pelos menos favorecidos. Inclusive, há uma promessa de a bênção do Senhor estar sobre todas as atividades de quem cumprir esse preceito. 

Um dos princípios básicos da prática do dízimo, tanto no Antigo Testamento como em o Novo, é o reconhecimento de que Deus é soberano sobre todas as coisas. 

III. DÍZIMOS E OFERTAS COMO FONTES DE BÊNÇÃOS 

1. A bênção da multiplicação. Tanto o Antigo como o Novo Testamento demonstram que Deus reconhece e recompensa a fidelidade do seu povo. Quando o crente é liberal em contribuir para o Reino de Deus, uma decorrência natural do seu gesto é a bênção da multiplicação dada pelo Senhor. Deus promete derramar bênçãos sem medida e fazer abundar em toda graça (2 Co 9.6-10). Malaquias relaciona a prosperidade do povo de Israel à devolução dos dízimos e das ofertas (Ml 3.10,11). O mesmo princípio é destacado em o Novo Testamento quando Paulo diz que Deus é poderoso para fazer abundar em toda graça aqueles que demonstram voluntariedade em contribuir para o Reino de Deus.

2. A bênção da restituição. A Bíblia revela que o Senhor é um Deus de restituição (Jl 2.25). O profeta Joel mostra que a terra de Israel era atacada constantemente por gafanhotos que, em diferentes estágios de desenvolvimento, destruíam as suas lavouras. Para garantir a sobrevivência do povo, Deus promete restituir o que a praga consumiu (Jl 1.4; 2.25; Na 3.16). Malaquias associa o devorador àquele “que consome o fruto da terra” (Ml 3.11). A referência aplica-se, num primeiro plano, às pragas de gafanhotos, e num segundo plano a toda ação do mal sobre o povo.

3. A bênção da provisão. Na Antiga Aliança, o Senhor prometeu “derramar bênçãos sem medida” sobre o seu povo (Ml 3.10). Na Nova Aliança, Ele deseja que o crente tenha “toda suficiência” (2 Co 9.8). A prosperidade bíblica é viver na suficiência de Cristo (2 Co 3.5; 9.8). Tal suficiência é vista como sendo a provisão divina para os filhos de Deus. Deve ser lembrado, no entanto, que essa suficiência não deve ser confundida simplesmente com a aquisição de posses materiais, mas o ter o necessário para viver com dignidade e, principalmente, possuir paz com Deus e alegrar-se nEle (Fp 4.11; 2 Ts 3.16). Por toda a Escritura, observamos o cuidado do Senhor no sentido de prover para o seu povo aquilo que é necessário para o seu viver (Mt 6.25-33). Quando conscientizarmo-nos que estamos honrando o Senhor com nossos dízimos e ofertas, Ele derramará sobre nós sua provisão. 

Quando honrarmos o Senhor com nossos dízimos e ofertas, Ele derramará sobre nós sua provisão.

 

Vimos, pois, que a prática dos dízimos e das ofertas sempre esteve presente na história do povo de Deus. Evidentemente que fica para nós o princípio de que somos abençoados não porque contribuímos, mas contribuímos porque já somos abençoados. Deus reconhece a voluntariedade do crente em contribuir para o seu Reino e, por graça e misericórdia, derrama sobre nós as suas muitas e ricas bênçãos.

 RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007.

ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2009. 

“Embora a Bíblia revele claramente o dízimo como uma disciplina financeira divinamente ordenada, com as maravilhosas promessas que o acompanham e garantidas pelo próprio Deus, alguns ainda fazem uma pergunta já bastante batida: ‘O dízimo não se aplica apenas ao Antigo Testamento?’

A ideia aqui expressa é que o dízimo faz parte da Lei e, portanto, não tem significado algum para os crentes do Novo Testamento. Esta resistência geralmente projeta a noção de que ensinar o pagamento do dízimo privará o cristão da sua ‘liberdade’ ou levará o crente a ‘entrar na Lei e sair da graça’. Mas a verdade do dízimo não se encontra apenas no Antigo, pois o Novo Testamento mostra-o tão apropriado para nós, hoje, quanto para os crentes do passado. A Palavra de Deus revela que todas as suas bênçãos e alianças pertencem à graça, não à lei. O próprio Jesus referiu-se à questão do dízimo. Está registrado em dois livros do Novo Testamento: Mateus e Lucas.

Jesus tratava com os fariseus, um grupo de religiosos radicais que se limitavam à letra da Lei sem atender às exigências espirituais. Jesus observou que eles na verdade davam o dízimo, mas atacou a sua suposição de que a obediência a um ‘ritual’ liberava-os da realidade maior: a obediência às responsabilidades do amor.

[...] O dízimo pode ter começado no Antigo Testamento, mas seu espírito, verdade e prática, continuam válidos” (HAYFORD J. A Chave de Tudo. 1.ed., RJ: CPAD, 1994, pp.93-4). 

“A prática do dízimo ensinada no Novo Testamento

Há três referências do dízimo no Novo Testamento. Duas delas são paralelas e se referem ao ensino de Jesus dado aos fariseus (Mt 23.23; Lc 11.42). A terceira referência encontra-se na carta aos Hebreus (Hb 7.1-10). Existe uma teoria anti-dizimista que utiliza esse texto para rejeitar a prática do dízimo na dispensação da graça. O texto está provando a superioridade de Cristo sobre a velha dispensação, e de modo particular, sobre o sacerdócio judaico. O texto diz que Abraão pagou seu dízimo a Melquisedeque, que era sacerdote do ‘Deus Altíssimo’. Ora, isto foi muito antes da instituição da Lei do Antigo Testamento. Se Melquisedeque era figura de Cristo, Abraão lhe deu o dízimo. Assim sendo, hoje os crentes em Cristo lhe dão os dízimos, pois Ele é Sacerdote Eterno, segundo a ordem de Melquisedeque. Se Melquisedeque recebeu os dízimos de Abraão, por que Cristo não receberia o dízimo de seus fiéis para a propagação do evangelho?

Paulo declara e ensina à igreja em Corinto que os que trabalham no ministério cristão também devem viver do ministério (1 Co 9.13). Destaca também que o princípio do sustento do ministério sacerdotal na dispensação da lei é o mesmo da graça. Paulo estava discutindo o seu direito ao seu sustento por parte das igrejas com as quais estava trabalhando. Com esse argumento ele estabelece o princípio entre as duas dispensações, a lei e a graça, e diz: ‘Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho’” (1 Co 9.14) (CABRAL, E. Mordomia Cristã: Aprenda como Servir Melhor a Deus. 1.ed., RJ: CPAD, 2003, p.138). 

Igreja: Organismo místico composto por todos os que, pela fé, aceitaram a Jesus como único e suficiente Salvador, e têm a Palavra de Deus como única regra de fé e conduta. 

A expressão “Israel de Deus”, em Gálatas 6.16, divide a opinião dos estudiosos. Há os que acreditam que Paulo refere-se à Igreja, deduzindo que esta suplantou por completo a Israel nos projetos de Deus. Por outro lado, outros defendem que o apóstolo faz alusão, de fato, a Israel, e que a Igreja entrou no Plano da Salvação até que Deus cumpra seus propósitos com o Povo da Promessa.

A Bíblia de Estudo Pentecostal explica que a expressão “Israel de Deus” refere-se “a todo o povo de Deus debaixo do novo concerto”, isto é, a “todos os salvos, tanto judeus como gentios”. Vejamos por que a Igreja de Cristo é o Israel de Deus e que implicações tem este fato na doutrina da prosperidade. 

I. O POVO DE DEUS NA VELHA E NOVA ALIANÇA 

1. O Israel Nação. O Senhor elegeu Israel para ser a sua propriedade exclusiva (Êx 19.5,6; Dt 7.6,7). Por conseguinte, a nação hebreia deveria ser santa por ser sacerdotal, profética e real (Êx 19.5,6). Dessa forma, os judeus tinham por missão levar o nome do Senhor a todas as nações. Logo, tanto as bênçãos decorrentes da obediência como as maldições advindas da desobediência, na Antiga Aliança (Dt 27-28), devem ser entendidas no contexto da vocação de Israel.

O Senhor promete restaurar o seu povo através de uma “nova aliança” (Jr 31.31-34; Ez 36.26). Mas os judeus, devido à sua incredulidade e dureza de coração, vieram a rejeitar a Jesus como o mediador do novo concerto (Hb 9.15; 12.24; Jo 1.12). Por causa disso, o propósito de Deus de ter um povo que o representasse continuou com a Igreja de Cristo — o Israel do Novo Testamento. Isso não significa que Deus haja se esquecido do povo hebreu (Rm 11.2). Pelo contrário. Afirma Paulo que “todo o Israel será salvo” (Rm 11.26).

2. O Israel do Novo Testamento. A igreja é vista na Bíblia como a comunidade dos chamados para fora, “separada”. Paulo mostra que a Igreja entra no plano da salvação como um mistério (Ef 3.2-10; Rm 16.25-26; Cl 1.25-27). Tal mistério, explica ele, consiste no fato de a Igreja de Cristo ser o “povo de Deus” formado agora tanto por judeus como por gentios (Gl 6.16; Rm 2.28,29; Ef 2.14-22; Fp 3.3; 1 Pe 2.9). Como já foi dito isso não quer dizer que a Igreja tenha suplantado ou substituído a Israel. Paulo realça que Cristo é o “descendente” prometido por Deus, através do qual todas as nações da terra foram abençoadas com a proclamação das boas novas de salvação (Gl 3.16). Em Cristo, Deus não substituiu, mas deu continuidade ao processo de autorrevelação anteriormente iniciado no Antigo Testamento.

3. O povo único de Deus. Donald Hagner observa que a Igreja não assume o lugar de Israel, mas que Israel encontra sua verdadeira identidade na Igreja! O Novo Testamento revela que Deus, através de Jesus, renovou a aliança com seu povo e que nesse ato, tanto judeus como gentios formam um só povo. Ser parte da Igreja é reconhecer Jesus como o Messias — a plenitude das promessas divinas. Essa é a verdadeira prosperidade. 

A Igreja de Cristo é o “povo de Deus” formado tanto por judeus como por gentios. 

II. A IGREJA E SUA NATUREZA 

1. Localidade e universalidade. Quando fazemos referência à igreja que está em uma determinada cidade, falamos do aspecto local da Igreja de Cristo (1 Co 1.2; At 13.1). Paulo também fala da universalidade da Igreja (1 Co 10.32). A Igreja é local, mas também é universal. Isto é, ela é formada por todos os crentes das mais diferentes culturas, raças e nações.

2. O ensino neotestamentário revela que a Igreja é una (Ef 4.4). Ela é um corpo e como tal seu funcionamento assemelha-se a um organismo vivo (1 Co 12.12). A Igreja é o Corpo de Cristo formado por todos os crentes regenerados em toda a parte do mundo através do sangue do Cordeiro.

3. A santidade é tanto posicional como progressiva. No primeiro caso, o crente é santo porque espiritualmente encontra-se em Cristo e, assim, participa de sua natureza santa. Todavia, no seu viver diário, o crente tem sua parte a fazer, isto é, ajustar-se ao que a Palavra de Deus ensina sobre um viver de pureza e integridade (2 Co 7.10). 

A Igreja é o corpo místico de Cristo na Terra. Ela é tanto local quanto universal. 

III. A IGREJA E SUA MISSÃO 

1. Adoração. Em sua primeira epístola aos Coríntios, Paulo dá diretrizes acerca de como deve ser o culto cristão (1 Co 14.26). Entre outras instruções, ele diz: “cada um de vós tem salmo”. Salmo aqui é uma referência ao hinário da Igreja Primitiva, embora saibamos que havia também expressões espontâneas de louvores e cânticos espirituais entre os primeiros crentes (Ef 5.19; Cl 3.16). A essência do culto cristão, portanto, é a adoração.

2. Instrução e edificação. No mesmo texto de 1 Coríntios 14.26, o apóstolo também diz que “cada um de vós tem [...] doutrina”. A palavra grega didaché, traduzida aqui como doutrina, é uma referência à instrução que era ministrada aos crentes através da exposição da Palavra de Deus. Toda igreja verdadeiramente bíblica necessita da exposição das Sagradas Escrituras. Pedro exorta aos crentes a desejarem ardentemente o genuíno leite espiritual capaz de dar crescimento para a salvação (1 Pe 2.2). É por isso que a igreja em Antioquia possuía mestres (At 13.1). O próprio Deus colocou-os na Igreja, visando o pleno desenvolvimento dos santos (Ef 4.11,12).

Paulo afirma que o propósito disso tudo é a edificação da Igreja (1 Co 14.3,26). Outro aspecto a ser observado é que, embora a Escritura mostre o lado comunal da Igreja Primitiva, o Novo Testamento não é avesso aos bens materiais desde que estes sejam usados para a glória de Deus, para a expansão de seu Reino e para o socorro dos mais necessitados (At 4.32-35). O exemplo de Barnabé é bastante significativo (At 4.36-37).

3. Proclamação. Uma igreja adoradora, instruída na Palavra e verdadeiramente próspera, tem como foco principal a proclamação do Evangelho de Cristo. A missão da Igreja é colocar em prática a Grande Comissão (Mt 28.19). Fomos chamados para sermos proclamadores das boas novas do Reino de Deus (1 Pe 2.9). Uma igreja que não prega e não evangeliza está longe de ser realmente próspera, por mais rica que seja. 

A igreja tem como missão a adoração, a instrução, a edificação e a proclamação.

A Igreja é o “Israel de Deus” e, como tal, tem a missão de representá-lo nessa terra. O importante não é apenas ser abençoado, mas ter plena comunhão com o Abençoador. Isso significa fazer parte do corpo místico de Cristo que é a sua Igreja. Celebremos o fato de sermos o Israel de Deus, mas não nos esqueçamos das responsabilidades que isso também nos traz. A igreja realmente próspera é aquela que cumpre plenamente a missão que nos confiou o Senhor Jesus. 

DAMIÃO, V. A Igreja no Século XXI. 1.ed., RJ: CPAD. 2008.
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007. 

“Igreja e a missiologia urbana

Outro aspecto importante da vida eclesiástica tem a ver com o processo de urbanização do mundo, uma realidade desafiadora que exige pronta e contínua resposta da igreja como agente do Reino de Deus na Terra. O fluxo migratório constante dos países pobres para os países mais desenvolvidos e do interior para os grandes centros, em busca de melhores oportunidades, aliados a outros fatores da vida pós-moderna, indica com segurança que nos próximos anos a maior parte da população do planeta estará vivendo nas grandes cidades, transformadas em metrópoles e megalópoles.

A estratégia urbana de Paulo. Para se conhecer como a igreja pode desempenhar bem o seu papel como comunidade terapêutica na urbe pós-moderna, nada melhor do que descobrir a metodologia empregada pelo apóstolo Paulo em suas viagens missionárias. A primeira observação é que ele procura instalar-se nos grandes centros, onde a mensagem seria mais bem repercutida para então irradiar-se pelas regiões adjacentes (At 13.4-6,13,14).

Obediente ao plano divino de universalizar o evangelho mediante a transição da igreja para o mundo gentílico, o apóstolo usou a mesma estratégia quando transpôs os limites da Ásia e alcançou as fronteiras europeias através da Macedônia, atual norte da Grécia (At 16.11,12)” (COUTO, G. Teologia Sistemática Pentecostal. 1.ed., RJ: CPAD, 2008, pp.414,415). 

Trabalho: Conjunto de atividades, produtivas ou criativas, que o homem exerce para atingir um determinado fim. 

Como alcançar a verdadeira prosperidade? Essa pergunta vem recebendo as mais diversas respostas. Em sua maioria, tais respostas resumem-se a fórmulas mágicas de autoajuda. Todavia, na perspectiva bíblica, a prosperidade está condicionada não ao domínio de técnicas ou fórmulas mirabolantes, mas à prática dos princípios expostos na Palavra de Deus. Nesta lição, veremos alguns desses princípios. 

I. CONFIANÇA NA SUFICIÊNCIA DE DEUS 

1. Confiando nas promessas de Deus. São muitas as promessas de Deus para o seu povo. As mais significativas não se resumem aos bens materiais, mas ao perdão dos nossos pecados (Hb 8.12), à adoção (2 Co 6.18), à vida eterna (1 Jo 2.25) e a um novo céu e a uma nova terra (2 Pe 3.13). Essas promessas revelam a suficiência de Deus em nos prover o melhor. De fato, como dizem as Escrituras, as promessas divinas são boas e mui preciosas (1 Rs 8.56; 2 Pe 1.4). Portanto, qualquer ideia de prosperidade, para ser genuinamente bíblica, necessita levar em conta a nossa dependência da vontade soberana de Deus (Sl 103.1-3; 23.1-6).

2. Confiando na fidelidade de Deus. O fundamento do ensino da suficiência divina é que o Pai Celeste nos supre todas as necessidades (Fp 4.19). Através de sua Palavra, o Senhor demonstra todo o seu amoroso cuidado para com os seus filhos (Sl 145.9; Mt 6.26), provendo-lhes o necessário para que tenham uma vida digna (Gn 24.48,56). Por conseguinte, o cristão precisa conscientizar-se que Deus jamais abandonará os seus filhos. É o que Davi declara em sua oração: “E riquezas e glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e na tua mão está o engrandecer e dar força a tudo” (1 Cr 29.12).

Deus é fiel. Ele prometeu e supre todas as nossas necessidades. 

II. DEDICANDO-SE AO TRABALHO 

1. A necessidade do trabalho. O trabalho foi instituído por Deus antes mesmo da queda de Adão e Eva (Gn 2.15). Aliás, o trabalho aparece na Bíblia como algo útil, necessário e nobre (1 Ts 4.11; 2 Ts 3.8; 1 Tm 6.2). Escrevendo aos efésios, Paulo aconselha aos novos crentes: “Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade” (Ef 4.28).

A prosperidade do crente está associada ao trabalho (Dt 8.18) que, no âmbito da Palavra de Deus, tem uma finalidade que transcende o mero acúmulo de bens. O cristão, portanto, deve conscientizar-se de que a bênção do Senhor manifesta-se também por intermédio de nosso labor diário (Dt 15.7,8; Pv 10.22).

2. Os benefícios do trabalho. O trabalho é necessário não somente para suprir nossas necessidades (1 Ts 2.9; At 20.34) mas também as do nosso próximo (At 20.35). Instituição divina que é, o trabalho oferece-nos também um real significado para a vida (Pv 13.11). A Bíblia destaca o valor daqueles que desempenharam bem o seu trabalho (Gn 29.9; 31.6). O Novo Testamento, por exemplo, realça o exemplo de Dorcas, que é lembrada pelo seu trabalho e generosidade (At 9.36,39).

O trabalho foi instituído por Deus antes mesmo da Queda do homem. Ele é útil e necessário aos seres humanos. 

III. USANDO O DINHEIRO CONSCIENTEMENTE 

1. Rejeitando o consumismo. Embora o desejo de consumir seja considerado algo normal, há uma diferença gritante entre consumo e consumismo. Se o primeiro tem a ver com o suprimento de nossas necessidades básicas, o segundo manifesta um impulso incontrolável de se ter, ou possuir, as coisas mesmo quando estas não são necessárias. Um trata com o que é indispensável, enquanto o outro diz respeito àquilo que é supérfluo.

Alguém já disse que o crente deve tomar cuidado para não comprar o que não precisa, com o dinheiro que não tem, visando demonstrar o que ele, na realidade, não é. Administrar bem o dinheiro, atribuindo-lhe o seu real valor, faz parte da verdadeira prosperidade (1 Tm 6.17). A Bíblia destaca, inclusive, o contentar-se com a porção cotidiana proporcionada pelo trabalho digno, honesto e abençoado por Deus (Pv 30.8).

2. Contribuindo para a Obra de Deus. O Reino de Deus, apesar de seu aspecto sobrenatural, necessita de nosso apoio natural para expandir-se até aos confins da terra. Portanto, ainda que não sejamos detentores de grandes posses, seremos considerados prósperos e bem-aventurados se participarmos com nossos haveres do avanço da obra de Deus (Lc 21.1-4; Fp 4.18,19).

3. Contribuição voluntária e regular. A Escritura é clara ao preceituar: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2 Co 9.7). O texto deixa bem patente que a nossa contribuição para a obra de Deus deve ser feita de forma voluntária, regular e amorosa. Isto significa que temos de ser regulares na entrega dos dízimos e das ofertas. Os dízimos, a propósito, têm de ser trazidos à casa do tesouro, conforme exorta o Senhor por intermédio de Malaquias. Ou seja: devemos dar o dízimo à igreja na qual congregamos, para que sejamos realmente fiéis.

O dízimo é tanto normativo (Ml 3.10) como voluntário (Gn 14.20; 28.22). Por conseguinte, o crente prospera quando põe em prática os princípios bíblicos da contribuição. Você tem investido na obra de Deus?

Ser próspero é saber utilizar os recursos financeiros com sabedoria, sempre investindo no Reino de Deus.

A verdadeira prosperidade fundamenta-se, antes de tudo, na providência de Deus. Pois Ele capacita-nos a obter a necessária provisão para a nossa vida. A prosperidade bíblica faz do cristão um autêntico despenseiro dos negócios de Deus. E, como tal, estimula-o a usar de forma adequada aquilo que lhe foi confiado. Há uma ação de Deus em abençoar-nos e uma resposta de nossa parte em reconhecer corretamente os benefícios divinos. Que em tudo o Senhor seja glorificado! 

SALE, F. Você & Deus no Trabalho: A ética profissional do cristão. 1.ed., RJ: CPAD, 2001.
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007. 

“A importância do trabalho

Por que o trabalho árduo é tão importante? A que propósito ele serve, uma vez que Deus prometeu prover todas as nossas necessidades?

As Escrituras dizem muitas coisas sobre a importância do trabalho. Em primeiro lugar, nossos esforços no trabalho são capazes de glorificar a Deus. Em segundo lugar — e relacionado ao primeiro ponto — seja o que for que façamos nesta terra, incluindo o nosso comportamento no trabalho, será um testemunho para as outras pessoas. Por essa razão, Deus espera que sejamos diferentes, que nos salientemos no contexto do mundo em que vivemos e que façamos o nosso trabalho sem murmurações. O terceiro ponto é complexo. A Bíblia deixa claro que o nosso trabalho é um dos veículos que Deus utiliza para suprir as nossas necessidades. O seu intento é que a nossa produtividade nos traga recompensas significativas, tanto tangíveis, como intangíveis. Em seu plano, a preguiça e a falta de produtividade resultam naturalmente em necessidades. Deus quer que estejamos em posição tal, que possamos desfrutar dos resultados de nossos trabalhos. Podemos ter a certeza que Ele seria capaz de nos conceder aquilo que necessitamos, sem qualquer esforço de nossa parte. Existem alguns exemplos em que Ele faz exatamente isto, quando sabe tratar-se de uma situação apropriada” (SALE, F. Você & Deus no trabalho: A ética profissional do cristão. 1.ed., RJ: CPAD, 2001, pp.30-1). 

“Salomão, filho de Davi e Bate-Seba, sucedeu a seu pai como rei de Israel e reinou durante quarenta anos. Ele foi o homem mais sábio do mundo. As Escrituras nos contam sobre todas as suas realizações e a sua consequente fama. Ele era também o homem mais rico do mundo; a história descreve a sua grande fortuna, bem como os seus elaborados projetos de edificação. Ele recebeu sua sabedoria de Deus. Igualmente, sua fortuna foi dada por Deus, por não tê-la pedido. O povo de Israel estava contente sob o seu governo. Com o passar do tempo, o sucesso fabuloso de Salomão fez com que se tornasse autoindulgente. Pelo fato de poder dispor de tudo o que desejasse, passou a sentir que tinha direitos sobre tudo o que quisesse.

Qual é, portanto, a direção que a Bíblia nos oferece, em relação a mantermos as posses na perspectiva apropriada?

   1. Em primeiro lugar, reconheça que seja o que for que alcance ou acumule neste mundo não durará para sempre. Como diz o ditado popular, ‘você não pode levar nada consigo’. Você estará deixando este mundo com as mãos vazias, como quando a ele chegou.

   2. A segunda diretriz das Escrituras é que não sejamos avarentos. Esforce-se pela moderação saudável em tudo aquilo que desejar. Tudo o que você possui é uma bênção, uma dádiva divina. A Palavra de Deus oferece uma boa medida sobre quanto dinheiro é suficiente: o bastante para que você não tenha que roubar, porém, nem tanto a ponto de esquecer-se da sua origem.

   3. A terceira diretriz das Escrituras é que não nos preocupemos - não importa qual seja a sua situação financeira. Como cristão, se você sofrer perdas financeiras, Deus está com você, e esta é a chave para tudo aquilo que precisa. Em primeiro lugar, Deus é quem o capacita a ganhar dinheiro. Você tem sua própria garantia de que Ele conhece intimamente as suas necessidades, e que o seu bem-estar é importante para Ele” (SALE, F. Você & Deus no trabalho: A ética profissional do cristão. 1.ed., RJ: CPAD, 2001, pp.175-77).

FONTE www.estudarapologetica.blogspot.com