Ainda relacionado ao ministério do louvor ;participei no coral no período de 2 anos .O nome do coral era (BRADOS DE ALELUIA) DA ASSEMBLEIA DE DEUS DE MAUÁ).Avoz no coral era voz TENOR ALTO.Me lembro bem maestro e professor de musica;ele se chama evangelista JACI;muito de ajudou em dias que eu queria desistir de canta tenor.O evangelista edimilsom também me incentivou a continuar e tudo bom.A lembro bem que a presença de DEUS era constante nos ensaios na sexta feira.Nos ensaios havia momentos que todos ficavam cheios do Espirito Santo de tal modo que o ensaio era interrompidos ;havia mensagens proféticas;;batismo no Espirito Santo ;muito alegria e renovação e avivamento.Eram mais de 30 componentes.Quando o coral cantava aos domingos ;JESUS visitava a igreja de maneira gloriosa ;é difícil para mim esquecer desses momentos tão maravilhosos que tivemos 2 anos que participei do coral ;brados de aleluia.
O hino se presta a verdadeira adoração a Deus e deve ;portanto .possuir seguintes elementos:
Um artigo do Pastor DAVID WINKERSON ele diz"Fiquei extremamente chocado quando presenciei vendo uma revista evangélica e vi uma foto de um grupo de rock "pesado"dizendo-se evangélico .Estavam vertidos com mesmo traje de roqueiros ;eu me lembro bem do horror que senti nas ruas daquela cidade quando dez deles caminhavam na minha direção vestidos de couro escuro ;com sintos repletos de tacha ;com bracheletes ;corentes;argolas de metal ;cabelo cumprido e de punk;e cara pintada.Tinham olhar agrssivo ;e expressão fisionomica vaga e maligna.Chegaram perto de mim como demonios rebelados ;avançaram sobre a calçada onde eu estava;abri caminho para deixa-los passar ;mas eu estava certo que estava vendo demonios anadando em forma de homem homens"ESTA FOI A EZPERIENCIA DO PASTOR DAVID WILKERSON DOS ESTADOS UNIDOS EM 1988".David Wilkerson prossegue sua experiencia"sento horror na minha alma quando vi a foto do grupo de rock pesado ;intitulando-se embaixador de Cristo vestido do mesmo traje e cabelo de punk ;mesma expressão de mundana ;cantando e tocando musica profana."
A até que ponto certas pessoas chegaram em nome do rock gospel.Musica rock pesado e punk em certas igrejas jr 51.51;onde esta a trombeta para ser tocada onde esta a sua reação?onde estão os pregadores que bradam bem alto:"CHEGA ;A CASA DO SENHOR NÃO É LUGAR DE MUSICA PROFANA ".IS 3.18-24".porventura a casa Deus passou agora a ser lugar de preticas malignas companhada de música profanas de ball?;não podemos ser tolerantes em aplaudir essas musicas profanas.VAMOS PRETESTAR contra estes falsos profetas da música que estão enganando tanta gente?mt 24.4-5.OS TAIS DIZEM QUE SÃO DE CRISTO mas o evangelho que eles pregam é outro evangelho e o Jesus deles é diferente ;eles estão transtornando o evangelho gl.6-7 ;as musica profana esta por ai david.wilkinson 1988).
É de pasmar o grande numero de jovens crentes ;inclusive determinados pastores jovens que estão dominados pala música de rock.Então presos ao idolo do rock;então os pais e pastores devem alestar seu rebanho a respeito da musica profana prinpalmente os aolecentes que foram criados na igreja.
Desejo nesta conclusão citar as palavras de Joe Jordam '"ACABAMOS DE OLHAR RAPIDAMENTE O PROPÓSITO AS ARMADILHAS E OS PRINCÍPIOS PARA A MÚSICA O ALVO DESTE ESTUDO FOI SER JUSTO ,EMBORA COMPLETAMENTE BÍBLICO EM NOSSA ABORDAGEM RELATIVAMENTE A MÚSICA.ESPERO QUE A MEDIDA QUE CONSIDERAR ESTAS PALAVRAS ,VOCÊ O FAÇA COM SEU CORAÇÃO E SUA VIDA PERMITINDO QUE O ESPIRITO DE DEUS ORIENTE O SEU ENTENDIMENTO ,PARA GLORIA DO SENHOR.
E os filhos de Arão, Nadabe e Abiú, tomaram cada um o seu incensário e puseram neles fogo, e colocaram incenso sobre ele, e ofereceram fogo estranho perante o SENHOR, o que não lhes ordenara. Então saiu fogo de diante do senhor e os consumiu; e morreram perante o SENHOR. Ee disse Moisés a Arão: isto é o que o SENHOR falou, dizendo: serei santificado naqueles que se chegarem a mim, e serei glorificado diante de todo o povo. Porém Arão calou-se.
- Quando eles ofereceram em ADORAÇÃO algo que o Senhor não tinha ordenado, isto foi tomado pelo Senhor como um sinal de DESRESPEITO a Sua santidade.
- Tal exemplo foi escrito para NOSSA instrução. 1Co 10:11
Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos.
Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; porquanto está escrito: sede santos, porque eu sou santo.
- Simetricamente, é de suma importância que tratemos a Deus como o SANTO!
- Só podemos fazer isto, em adoração, se fizermos exatamente como Deus nos instrui na Sua Palavra!
Para nos assegurarmos disto, consideraremos primeiro o que o NT diz sobre:
- A natureza da adoração em geral
- E, especialmente, sobre a música na adoração do NT
Antes de prosseguir, vejamos os significados dos termos chave. No NT :
{psalmos, 5568, traduziremos como "LOUVOR-ENSINO-JUNTO-À-HARPA"}: Para os descrentes de língua do tronco hebraico, significava apenas "um tanger de cordas de instrumento musical". Na Bíblia significa "música em instrumento tal como a harpa, com cordas dedilhadas tocando só a melodia ou em arpejos, acompanhando voz ou vozes distintamente cantando (1) louvor a Deus ou (2) ensino totalmente baseado na Bíblia"; "um cântico santo e piedoso, expressando a lírica emoção de uma alma devota e grata, onde a voz é acompanhada por instrumento como a harpa DEDILHADA, e onde a letra e a música têm o nobre estilo e o santo caráter dos Salmos do VT!".
O termo é usado em 1Co 14:26; Ef 5:19; Cl 3:16. Enfatiza que há acompanhamento por instrumento musical [repetimos: por instrumento de cordas tal como a HARPA, TOCADA POR DEDILHAMENTO da melodia ou de arpejos, não em golpes de acordes ritmantes como fazem os violões dos "forrós-evangélicos"].
Um exemplo do que poderíamos legitimamente chamar de salmo poderia vir de CC-046 "Eu perdido pecador" (fala do que Deus fez [por mim], exalta Deus). Cantemos a 1a estrofe alegre e fortemente, acompanhados do dedilhar da harpa... Agora, silenciemos e ouçamos só a harpa, suavemente ... Que contraste com quando a mesma peça é tocada como por escola de samba ou bandinha, ouçamos...
Muitos estudiosos crêem que o estilo do salmo tem que ser como o do canto gregoriano inicial (que refletia o dos judeus dos dias do NT)! Este estilo não pode ter mais de 1 tom (mais freqüentemente é um tom menor), só tem acordes maiores ou menores, e não tem elementos de sofisticação, de ostentação, nem de tensão (nem mesmo os acordes sétimos, quanto mais os acordes mais dissonantes tão populares nesta geração de crentes pós Beattles)! Cantemos a 1a. estrofe de CC-580 "Vem, Visita a Tua Igreja" acompanhados do dedilhar da harpa (até o CC tem umas poucas falhas: para evitar associação com más doutrinas atuais, troquemos "visita" por "santifica") ... Este era o estilo das músicas nas igrejas dos 1os séculos, quer ou não queiramos obedecer ao que o Espírito Santo nos ensinou e nos deixou como exemplo. Você decida se quer seguir ao que Deus ensina ou ao que seu coração deseja.
{psallô, 5567, traduziremos como "LOUVAR-ENSINAR-JUNTO-À-HARPA"} é o verbo para entoarmos um salmo, ver acima. O termo é usado em Rm 15:9; 1Co 14:15; Ef 5:19; Cl 3:16; Tg 5:13.
{humnos, 5215, traduziremos como "LOUVOR-CANTADO"}: Para os descrentes gregos, significava apenas "cântico em louvor a deuses/ heróis/ conquistadores/ países/ etc." No NT, significa "hino, cântico religioso e com métrica, PALAVRAS entoadas em LOUVOR a DEUS [como herói e conquistador]; às vezes o hino é cantado acompanhado de instrumentos musicais piedosamente tocados, muitas vezes é cantado singelamente, ACAPELA".
O termo é usado em Ef 5:19; Cl 3:16. Enfatiza o elogio, exaltação, LOUVOR, adoração a DEUS com PALAVRAS cantadas. Note que, na Bíblia: o louvor cantado nunca põe a ênfase no homem e nos seus sentimentos, mas sim em Deus, Seus atributos e Suas obras; 1 só vez (Ap 5:8-12) o louvor cantado é ao Deus-Filho; todas as outras centenas de vezes é a Deus-PAI; nunca, nem mesmo em 1 pequena sentença, é a mim, aos deuses, aos anjos, nem mesmo ao Deus-Espírito Santo!...
Um exemplo do que legitimamente poderíamos chamar de hino é CC-135 "Louvamos-Te ó Deus" (o hino louva a Deus, pelo que fez [por mim]). Cantemos a 1a. estrofe SUAVEMENTE, ao som da harpa ... Depois, acapela, a 2a. estrofe, forte e IMPONENTEMENTE, algo mais rápido... Que contraste com "Salmo Brasileiro", cuja letra não louva a Deus, é antibíblica, e a música, especialmente o ritmo, agrada ao sensualismo, à carnalidade. Ouçamos o trecho que diz "Louvai a Deus com o som da cuíca, louvai-o com o reco-reco, com tamborim, xiquexique e o cavaco, com a nossa ginga, nossa voz e nosso samba. {{louvai a Deus ao som da cuíca, louvai-o com o reco-reco, com agogô, com o surdo e o pandeiro. louvai a deus com o samba brasileiro}}"... (Este pode ser um exemplo mais para o extremo, mas não é raro: Talvez 50% das músicas dos hinários novos e 20% dos antigos, 50% dos corinhos das igrejas que se consideram fundamentalistas e 95% dos corinhos das outras igrejas, não satisfaça o que o NT, os dicionários e os exemplos dos tempos apostólicos nos ensinam. Que vamos fazer? Ficar com estas músicas? Ou obedecer e agradar a Deus?)
Muitos estudiosos crêem que o estilo do hino também tem que ser como o do canto gregoriano inicial.
"cantar hinos" {humneô, 5214, traduziremos como "LOUVAR-CANTANDO"} é o verbo expressando cantarmos o acima. O termo é usado em Mt 26:30; Mc 14:26; At 16:25; He 2:12.
"cântico" {ôdê, 5603, traduziremos como "CÂNTICO-DE-LOUVOR-ENSINO"}: Para os descrentes gregos significava apenas "cântico ou ode, palavras entoadas, podendo ou não haver acompanhamento musical." No NT, significa "cântico ou ode, palavras entoadas (1) em louvor a Deus-Pai ou a Deus-Filho, ou (2) ensinando doutrinas bíblicas, podendo ou não haver acompanhamento musical (obviamente, harmônico com o caráter de Deus)".
O termo é usado em Ef 5:19; Cl 3:16; Ap 5:9. Sendo termo genérico, Deus-Espírito Santo teve que nos esclarecer explicitamente (Ef 5:19; Cl 3:16) que, nas igrejas, se refere estritamente a "cânticos espirituais" {ôdais pneumatikais} isto é, "palavras cantadas em louvor a Deus-Pai ou a Deus-Filho, ou ensinando doutrinas bíblicas, sendo que essas palavras expressam as coisas assopradas por deus- espírito santo [na palavra] e têm a fragrância de deus. talvez possa haver acompanhamento por instrumentos, mas tudo (letra, melodia, autor, cantor, instrumentos, etc.) tem que se harmonizar com o santo caráter de deus". Há quem restrinja a VERSÍCULOS SANTAMENTE CANTADOS.
Um exemplo do que poderíamos legitimamente chamar de "cântico espiritual" poderia ser "Se confessarmos os nossos pecados". (1Jo 1:9). Cantemos suavemente, ao som da harpa ... Que contraste com "Celebrai com júbilo ao Senhor" com os instrumentos e estilo do rock pesado, balançando as cabeças como macacos ou rodopiando como pião ou pulando como um guariba... (Mesmo sendo todo o Salmo 100, versos 1 a 5, esta música ficou inaceitável pela associação com os "inflamados carnavais carismáticos", pelo "Oba, oba, oba, oba, oba" associado à introdução, pela sensualidade do ritmo (já vimos que todos os ritmos quaternários com os tempos pares (2, 4) fortes vieram das antigas danças sexuais européias, africanas e indígenas), e por todos os maus elementos musicais que estudamos no ano passado).
Muitos estudiosos crêem que o estilo do cântico espiritual também tem que ser como o do canto gregoriano inicial.
{adô, 103, traduziremos como "CANTAR-LOUVOR-ENSINO"} é o verbo expressando cantarmos o acima. O termo é usado em Rm 15:9; 1Co 14:15; Ef 5:19; Cl 3:16; He 2:12; Tg 5:13; Ap 5:9; 15:3.
Repetindo e sumariando: Pelo ensino e exemplo do NT + dicionários + História, cremos que os 3 únicos tipos de música que Deus deseja nos nossos cultos são:
1. SALMOS = música SANTA em instrumento tal como a HARPA, tocada só a melodia (ou, no máximo, em doces arpejos, não em acordes ritmantes). Pode acompanhar palavras de louvor a Deus (usualmente Deus-Pai, possivelmente Deus-Filho, nunca Deus-Espírito), ou ensinar doutrina bíblica.
2. HINOS = palavras SANTAS cantadas em LOUVOR a DEUS (usualmente Deus-Pai, possivelmente Deus-Filho, nunca Deus-Espírito). Podem ser lindamente acapela ou acompanhadas por instrumento tal como a HARPA, tocada só a melodia (ou, no máximo, em doces arpejos, não em acordes ritmantes).
3. CÂNTICOS ASSOPRADOS PELO ESPÍRITO = VERSÍCULOS cantados SANTAMENTE, em louvor a Deus (usualmente Deus-Pai, possivelmente Deus-Filho, nunca Deus-Espírito), ou ensinando doutrina bíblica. Podem ser lindamente acapela ou acompanhadas por instrumento tal como a HARPA, tocada só a melodia (ou, no máximo, em doces arpejos, não em acordes ritmantes).
O elemento vital, nestes 3 tipos de música aceitáveis a Deus, é que venham como verdadeira, santa e reverente adoração, adoração de corações que somente vêem a Deus. Talvez o estilo de todas essas músicas deva ser semelhante ao do canto gregoriano original.
A seguir, como estamos na dispensação da igreja, vejamos todos os exemplos e ordens que Deus deixou para a música das Suas IGREJAS:
Mt 26:30; Mc 14:26 -- Jesus e seus discípulos, depois de tomarem a Ceia "..., TENDO-LOUVADO- CANTANDO {humnêsantes}, saíram para o monte das oliveiras." [Nota 1]
At 16:25 -- Na cadeia de Filipos, Paulo e Silas, com [mãos e] pés presos no tronco, "... orando ESTAVAM-LOUVANDO-CANTANDO {HUMNOUN} A DEUS, e os OUTROS presos os escutavam."
Rm 15:9 "E PARA QUE os gentios glorifiquem a Deus pela SUA misericórdia, como está escrito: por isso eu te confessarei entre os gentios, e LOUVAREI-ENSINAREI-JUNTO-À-HARPA {PSALÔ} ao teu nome."
1Co 14:15 -- "... orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento. LOUVAREI- ENSINAREI-JUNTO-À-HARPA {psalô} com o ESPÍRITO, mas também LOUVAREI-ENSINAREI-JUNTO- À-HARPA {psalmô} com oENTENDIMENTO."
- O contexto mostra o que Paulo quis dizer: "salmodiarei de todo coração, mas também, sempre, de modo tal que aqueles que ouvirem possam entender perfeitamente (sem esforço nem atrapalho) o pensamento expresso, todas as palavras cantadas". Tanto é assim que o verso seguinte diz que "De outra maneira, se tu bendisseres [somente] com o espírito, como dirá o que ocupa o lugar de indouto o amém sobre a tua ação de graças, visto que não sabe o que dizes?"
- Vejamos toda a passagem 1Co 14:7-38, detalhadas ordens de Deus sobre os cultos na igreja, inclusive a música (além do ensino pela pregação, e dos dons durante a vida dos apóstolos):
" 7 Da mesma sorte, se as coisas inanimadas, que fazem som, seja flauta, seja cítara, não formarem sons distintos, como se conhecerá o que se toca com a flauta ou com a cítara? 8 Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha? 9 Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? Porque estareis como que falando ao ar. 15 Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; LOUVAREI- ENSINAREI-JUNTO-À-HARPA {psalmô} com o espírito, mas também LOUVAREI-ENSINAREI-JUNTO-À- HARPA {psalmô} com o entendimento. 16 De outra maneira, se tu bendisseres [SOMENTE] com o espírito, como dirá o que ocupa o lugar de indouto, o Amém, sobre a tua ação de graças, visto que não sabe o que dizes? 26 Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós(1) TEM LOUVOR-ENSINO- JUNTO-À-HARPA {psalmon}, (2) tem doutrina, (3) tem revelação, (4) tem língua, (5) tem interpretação. Faça-se tudo para edificação. 27 ... Faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, ... 29 E falem dois ou três profetas, e os outros julguem. 30 Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro. 31 Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados. 33 Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos. 34 As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. 35 E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é vergonhoso que as mulheres falem na igreja. 37 Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor. 38 Mas, se alguém ignora isto, que ignore. 40 Mas faça-se tudo decentemente e com ordem. "
- Conclusões e aplicações indiscutíveis (indiscutíveis por quem quer obedecer a Deus, sempre haverá os que vão querer contestar...):
A. A cada segundo do culto, somente UMA só palavra de uma só frase deve estar sendo pronunciada, bem distintamente, todos os presentes devem estar ouvindo com a máxima veneração e respeito.
B. É contra o NT "música de fundo" enquanto o culto não começou e depois que terminou, e os presentes conversam. Igreja não é restaurante, nem boate, para ter música de fundo. Escapemos das disfarçadas imitações ao mundo e às igrejas moderninhas. Ou todos paremos para ouvir a música, ou ela pare para orarmos ou termos ordeira comunhão uns cons os outros. Qualquer mistura é indecente e vergonhosa.
C. É contra o NT "música de fundo" durante a pregação, particularmente durante o "apelo". Isto não é visto no N.T., confunde as palavras, visa incendiar o emocionalismo, resulta em falsas conversões, entristece crentes pensantes, é influência das igrejas moderninhas, é baixo e indigno.
D. É contra o NT que, enquanto a congregação canta, o dirigente da música fique pronunciando palavras não em uníssono com ela, quer (A) animando, insuflando emocionalismo; quer (B) ditando as próximas palavras para a igreja (que não quer usar hinário nem ao menos folha impressa). Confusão é. Influência pentecostal-moderninha e secular é. Indigno, indecente e vergonhoso é.
E. É contra o NT, no culto: música de boas vindas aos visitantes, música de parabéns, música quebra-gelo (especialmente acompanhada de torvelinho de todos se movimentando e abraçando). Deixemo-las para as reuniões sociais específicas, ou orientemos para que ocorram antes ou depois do culto, do lado de fora ou em outro salão da igreja. Não deve haver palavra ou gesto no culto que não seja culto! Culto a DEUS!
1Co 14:26 "Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais,(1) cada um de vós tem UM LOUVOR- ENSINO-JUNTO-À-HARPA {psalmon},(2) tem um ensino,(3) tem uma língua,(4) tem uma revelação,(5) tem uma interpretação. Faça-se tudo para edificação."
Ef 5:18-19 -- "E não vos embriagueis com o vinho, em que há dissolução; mas enchei-vos com o Espírito; falando entre vós em (1) LOUVORES-ENSINOS-JUNTO-À-HARPA {psalmois}, e (2) LOUVORES- CANTADOS {humnois}, e (3) CÂNTICOS-DE-LOUVOR-ENSINO {ôdais} ASSOPRADOS-PELO-ESPÍRITO {pneumatikais},(1) CANTANDO-LOUVOR-ENSINO {adontes} e (2) LOUVANDO-ENSINANDO-JUNTO-À- HARPA {psallontes} ao Senhor com vosso coração;" [Nota 2]
Cl 3:16 "A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria; ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros em (1) LOUVORES-ENSINOS-JUNTO-À-HARPA {psalmois}, (2) LOUVORES- CANTADOS {humnois} e (3) CÂNTICOS-DE-LOUVOR-ENSINO {ôdais} assoprados-pelo-Espírito {pneumatikais}: CANTANDO-LOUVOR-ENSINO {adontes} ao Senhor com graça em vosso coração."
Estas 2 últimas passagens, de Efésios e Colossenses, (segundo o livreto "Instruments Of Music In The Service Of God", impresso por McQuiddy Printing Co., Nashville), significam exatamente a mesma coisa:
- "enchei-vos do Espírito" e "a palavra de Cristo habite ricamente em vosso coração" significam exatamente o mesmo;
- "cantando e salmodiando ao Senhor com vosso coração" e "cantando ao Senhor com graça em vosso coração" são uma e a mesma coisa, e significam pôr em harmonia os pensamentos e sentimentos do coração (o interior e real) com o sentimento sendo expresso pelo cantar da voz e dedilhar da harpa (o exterior). É O SENTIMENTO SENDO CANTADO QUE CONSTITUI A ADORAÇÃO; NÃO HÁ ADORAÇÃO ACEITÁVEL À PARTE DO SENTIMENTO SENDO CANTADO. A música da canção é somente um meio de imprimir mais fortemente o sentimento cantado nos corações de quem canta e de quem ouve. O que é cantado tem que ser o fruto da palavra de Deus "habitando ricamente" no coração. Isto é alcançado por falar a palavra de Deus em canção.
He 2:12 "Dizendo: Anunciarei o teu nome a meus irmãos, LOUVAR-TE-EI-CANTANDO {humnêsô} no meio da congregação." (Em Sl 22:22, a palavra é "hâlal", 1984, louvar, glorificar com os lábios)
Tg 5:13 "Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? LOUVE-ENSINE-JUNTO-À- HARPA {psalletô}."
Ap 5:8-12 "E, quando ele tomou o livro, as quatro criaturas-viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles(1) HARPAS {kitaras} e (2) salvas de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos. E CANTAVAM-LOUVOR-ENSINO {adousin} um novo CÂNTICO-DE- LOUVOR-ENSINO {ôdên}, dizendo: Digno és ..." (Música de louvor e adoração, em toda a Bíblia: há centenas a Deus-Pai; só uma (esta, não na dispensação da igreja) a Deus-Filho; nenhuma a Deus-Espírito Santo!)
Ap 15:3 "E CANTAVAM-LOUVOR-ENSINO {adousin} o CÂNTICOS-DE-LOUVOR-ENSINO {ôdên} de Moisés, servo de Deus, e o CÂNTICOS-DE-LOUVOR-ENSINO {odên} do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor Deus Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos santos."
Não chegamos ainda ao ponto de crer que de modo algum, em hipótese alguma, instrumentos alguns podem ser usados no culto a Deus nas nossas igrejas. (Cremos que as palavras "salmos" e "salmodiar", usadas em relação a igrejas, implicam no acompanhamento por harpa onde são dedilhados arpejos ou a melodia). Mas, para que ponderemos gravemente no assunto instrumentos e seus usos, e os saibamos melhor adequar à vontade de Deus, não rígidamente adaptaremos, aqui, um esboço por M.A. Copeland.).
A. "ADORAÇÃO EM VERDADE"
1. Referida por Jesus em Jo 4:20-24
Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade. (Um espírito não depende nem se prende a nada material.)
2. Este é o tipo de adoração que DEUS espera de NÓS, HOJE, na dispensação da Igreja ("a hora vem, e AGORA é")
3. Uma vez que isto nos diz respeito tão particularmente, estudaremos melhor, um pouco mais na frente.
B. "ADORAÇÃO INÚTIL"...
1. Referida por Jesus em Mt 15:7-9
Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens.
2. Este tipo de adoração resulta de:
- Seguir as tradições antigas e as modas atuais de homens e ignorar as ordens de Deus.
- Adoração e louvor que não vêm totalmente "DO CORAÇÃO."
C. "ADORAÇÃO EM IGNORÂNCIA"
1. Referida por Paulo em At 17:22-23
E, estando Paulo no meio do Areópago, disse: Homens atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos; Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio
2. Esta é a adoração oferecida na ausência de um conhecimento da vontade de Deus concernente a quem Ele é, e como deve ser adorado.
D. "ADORAÇÃO AUTO-IMPOSTA, SEGUNDO NOSSA PRÓPRIA VONTADE"
1. Referida por Paulo em Cl 2:20-23
Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: Não toques, não proves, não manuseies? As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne. [Nota 3]
2. Esta adoração, proximamente alinhada com adoração EM VÃO:
- É o resultado de fazer o que NÓS pensamos que é bom ou que NÓS gostamos.
- Mas é abominada por Deus, conforme nos ensina com Nadabe e Abiú.
[Não é QUALQUER tipo de adoração-bem-intencionada que é aceitável por Deus, Ele só aceita UM tipo: A "VERDADEIRA ADORAÇÃO". Temos que entender em que consiste! ...]:
A. CONFORME DEFINIDO POR JESUS...
1. "os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai EM ESPÍRITO E EM VERDADE;" - Jo 4:23 (acima)
2. Mas que significa a frase "em Espírito e em verdade"?
3. Note, primeiramente, o contraste salientado por Jesus -- cf. Jo 4:19-24 (acima)
a. Os judeus tinham estado adorando corretamente, ao irem a Jerusalém.
b. Mas agora estava chegando a hora em que o local (e tudo que é físico) não mais seria importante (como o foi no VT).
4. Então está sendo feita uma diferenciação e um diametral contraste entre adoração no VT e no NT!
a. De alguma forma, a adoração no VT não tinha sido "em espírito e verdade."
b. Mas a adoração no NT seria! (em espírito e em verdade).
[O contraste ficará mais evidente ao definirmos o que foi intencionado com "em espírito e em verdade."]
B. ADORANDO DEUS "EM ESPÍRITO"...
1. Alguns entendem que isto significa adorá-Lo com sinceridade do coração"
a. Mas isto não se encaixa com a idéia que Jesus está fazendo um contraste entre adoração no VT e no NT;
b. Pois sinceridade era exigida no VT, em igual medida - Deu 6:4-7; Isa 1:10-18
Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças. E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te.
Ouvi a palavra do SENHOR, vós poderosos de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra. De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o SENHOR? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; nem me agrado de sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecer perante mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis a pisar os meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e as luas novas, e os sábados, e a convocação das assembléias; não posso suportar iniqüidade, nem mesmo a reunião solene. As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a minha alma as odeia; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer. Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal. Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas. Vinde então, e argüi- me, diz o SENHOR: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã
2. Uma interpretação melhor é que adoração em espírito significa oferecer adoração que seja espiritual,
a. Em contraste com adoração que é física, carnal
b. Este contraste está em harmonia com o contexto:
1) Jesus começou por dizer "Deus é Espírito",
2) Portanto, a adoração a Deus tem que ser "espiritual", isto é, mais adequada à Sua natureza.
c. Esta interpretação está em harmonia com aquilo que aprendemos em outras passagens sobre o contraste entre adoração no VT e no NT:
1) De He 9:1-10 aprendemos que a adoração no VT consistia de ordenanças CARNAIS, por exemplo:
a) Uma estrutura física (tabernáculo).
b) Roupas especiais para os sacerdotes
c) Candelabros
d) Queimar de incenso
e) Instrumentos de música
f) Sacrifícios de animais
-- tudo isto apela para os sentidos FÍSICOS.
2) Mas a adoração no NT é dirigida mais ao lado ESPIRITUAL do homem:
a) O templo de Deus é espiritual, é constituído dos salvos - 1Co 3:16; Ef 2:19-22
Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?
Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus; Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito.
b) Todos os salvos são sacerdotes, oferecendo sacrifícios espirituais - 1 Pe 2:5,9; Rm 12:1; He 13:15
(5) Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo. (9) Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
Portanto, ofereçamos sempre por ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome.
c) Nossas orações tomaram o lugar do suave incenso do VT - Ap 5:8
E, havendo tomado o livro, os quatro animais e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles harpas e salvas de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos.
d) Nossa música é fazendo melodia com o CORAÇÃO - EF 5:19
Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração;
3) As ordenanças físicas do VT foram instituídas para durar até um "tempo da correção" (o qual ocorreu com a chegada do Nova Aliança, o NT) - He 9:9-10
Que é uma alegoria para o tempo presente, em que se oferecem dons e sacrifícios que, quanto à consciência, não podem aperfeiçoar aquele que faz o serviço; Consistindo somente em comidas, e bebidas, e várias abluções e justificações da carne, impostas até ao tempo da correção.
3. Portanto, "adorar em espírito" é oferecer adoração ESPIRITUAL como ensinada no NT, e não a adoração FÍSICA como encontrada no VT.
C. ADORANDO DEUS "EM VERDADE"
1. Que significou o Senhor Jesus Cristo ao nos ordenar adorar "em verdade"?
a. Adorar de acordo com os mandamentos de Deus (como é tão freqüentemente interpretado)?
b. Obviamente que devemos adorar assim.
c. Mas, novamente, não há contraste com o que Deus esperava no VT - cf. Dt 5:32-33
Olhai, pois, que façais como vos mandou o SENHOR vosso Deus; não vos desviareis, nem para a direita nem para a esquerda. Andareis em todo o caminho que vos manda o SENHOR vosso Deus, para que vivais e bem vos suceda, e prolongueis os dias na terra que haveis de possuir.
d. Jesus admitiu que os judeus estavam corretos ao adorarem - Jn 4:22
Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus.
e. Portanto, o contraste que Ele significou não é entre adoração "FALSA" e "VERDADEIRA".
2. O contraste é entre aquilo que é "VERDADEIRO" (ou real), e aquilo que tinha sido uma "SOMBRA" apontando para o verdadeiro!
a. Muitos elementos da adoração do VT eram simplesmente uma "sombra" ou "figura" do que estava por vir. 1) O Tabernáculo foi um símbolo - He 9:8-9
Dando nisto a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do santuário não estava descoberto enquanto se conservava em pé o primeiro tabernáculo, Que é uma alegoria para o tempo presente, em que se oferecem dons e sacrifícios que, quanto à consciência, não podem aperfeiçoar aquele que faz o serviço;
2) Toda a Lei Cerimonial com seus modos de adoração foi somente um "símbolo" daquilo que estava por vir - He 10:1
Porque tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam.
b. Cristo está agora no VERDADEIRO tabernáculo (o céu) He 9:11-12,24
(11) Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, (12) Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.) (24) Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus;
1) Portanto, deveríamos esperar que a adoração "em VERDADE" seja diferente daquela "em SOMBRA".
2) E já vimos que este é o caso:
a) A adoração do VT, que não foi senão uma SOMBRA, foi FÍSICA na sua natureza.
b) Mas a adoração do NT, a qual Deus agora espera dos "verdadeiros adoradores", é por VERDADEIRAS realidades (Deus é espírito, Cristo está no céu), é ESPIRITUAL em natureza.
A. A ÚNICA MÚSICA ORDENADA NO NT FOI "VOCAL" (só pela voz) ... [Hélio diria "principalmente vocal", mas vê salmos no NT, portanto a suave harpa, harpa dedilhada. Ver "psallô" em Rm 15:9; 1Co 14:15; Ef 5:19; Cl 3:16; Tg 5:13. Ver "psalmos" em 1Co 14:26; Ef 5:19; Cl 3:16.]
1. O exemplo de Jesus e Seus discípulos - Mt 26:30; Mt 14:26 ("..., TENDO-LOUVADO-CANTANDO- HINO {humnêsantes}")
2. O exemplo de Paulo e Silas - Ac 16:25 ("... orando ESTAVAM-LOUVANDO-CANTANDO-HINOS {HUMNOUN} A DEUS")
3. Outra referência He 2:12 - "Louvar-te-ei-cantando-hinos {humnêsô}"
B. A MÚSICA NO NT ENFATIZAVA O "ESPIRITUAL" ...
1. Ef 5:19 - "LOUVANDO-ENSINANDO-JUNTO-À-HARPA {psallontes} ao Senhor com vosso coração"
a. (psallontes) - No VT isto implicava no acompanhamento por instrumentos musicais como a harpa.
b. Mas note que agora (no NT) o instrumento é o coração, o NT não fala de sequer um instrumento mecânico nesta dispensação da igreja!
c. Note o contraste entre o coração (ESPIRITUAL) versus instrumentos mecânicos (FÍSICOS).
d. Uma vez que música é para ser oferecida "ao Senhor", é sumamente importante que os reconheçamos como Santo e ofereçamos a Ele exatamente o que Ele especificou (cf. Nadabe & Abiú)!
2. Cl 3:16 - "CANTANDO-LOUVOR-ENSINO {adontes} ao Senhor com graça em vosso coração."
a. Esta passagem é paralela a Ef 5:19
b. Note, novamente, que a ênfase é ESPIRITUAL "ao Senhor com graça em vosso coração."
C. REVISE O CONTRASTE ENTRE A MÚSICA DO VT E DO NT...
1. Música do VT
a. A cargo de um coral especializado, poderíamos dizer "profissional".
b. Acompanhado por vários instrumentos mecânicos.
c. ÊNFASE: Como soa ao ouvido "bem entendido em boa música" (apelo ao lado FÍSICO do homem).
2. Música no NT
a. Cantada por toda a congregação ("falando [conjuntamente] um ao outro em salmos e ...")
b. A melodia é feita no CORAÇÃO, não em instrumento artificial.
c. ÊNFASE: Como soa ao coração de Deus e, conseqüentemente, à alma, lado ESPIRITUAL do homem.
[A música no NT, portanto, deve ser ESPIRITUAL em ênfase:
1. Cantada por toda congregação [Hélio&Nira diriam "preferencialmente, usualmente, com maior valorização"]
2. Enfatizando não o soarmos "bem", mas sim o fazermos melodia verdadeira ao Senhor, em nossos corações!
[Não estamos inventando nada novo, veja incontáveis citações e registros históricos, como as da seção 4].
A. "INSTRUMENTOS TÊM SIDO UMA TRADIÇÃO DA IGREJA, DESDE SUA FUNDAÇÃO"
1. Não realmente. A História indisputada mostra que só foram introduzidos séculos depois.
2. Na maioria das "denominações", instrumentos só foram introduzidos na virada dos séculos XVII- XVIII.
3. Mesmo se a tradição viesse do século II, se qualificaria como adoração EM VÃO - Mt 15:9
B. "EU NÃO VEJO MAL EM USARMOS TODO TIPO DE INSTRUMENTO E MÚSICA"
1. Então sua adoração é EM IGNORÂNCIA - At 17:22-23
2. No sentido que você não está apercebido do tipo de adoração que Deus lhe ordena.
C. "NÃO ME INTERESSA: EU GOSTO DE TODO TIPO DE INSTRUMENTO E MÚSICA QUANDO EU CULTUO A DEUS"
1. Então sua adoração se tornou "SEGUNDO A SUA PRÓPRIA VONTADE" - Cl 2:20-23
2. E você já começou a adorar como Nadabe e Abiú
a. Oferecendo aquilo que VOCÊ gosta
b. Mas que é profano, pois Deus não o ordenou.
D. "MAS MUITOS INSTRUMENTOS (E OUTRAS COISAS...) ESTÃO NO VT"
1. Também estão um monte de outros atos de adoração "impostas até ao tempo da correção" - He 9:10
2. Este tempo chegou com Cristo, Deus espera Seu povo adore diferentemente - Jo 4:23-24
3. O fato que Deus possa ter ordenado algo no passado não significa que Ele aprove seu uso agora (especialmente quando Ele tem revelado o que Ele AGORA quer!). Você imola cordeiros, etc.?
4. Considere o pecado de Moisés
a. Primeiramente, Deus lhe disse para BATER na rocha e assim receber água - Ex 17:5-6
b. Depois, noutra ocasião, Deus lhe disse para FALAR à rocha - Nu 20:7-8
c. Mas Moisés bateu na rocha como antes, e assim pecou e perdeu seu direito de entrar na terra prometida - Nu 20:9-12
5. Seu pecado? Não tratou Deus como Santo e fazendo EXATAMENTE E SÓ o que ordenara para o PRESENTE!
a. Deus pode ter tolerado e até ordenado música de vários tipos e com vários instrumentos, no VT.
b. Mas agora Ele ordena música VOCAL, no NT. [Hélio diria "principalmente vocal", mas vê salmos no NT, portanto a suave harpa, harpa dedilhada.]
(Nenhum relato mostra instrumentos sendo usado em nenhuma igreja, pelo menos as não heréticas, pelo menos até 300 DC!). (Melhor dizendo, até 1300, certamente; talvez mesmo até 1400, falta-nos repesquisar melhor).
Não chegamos ainda ao ponto de crer que de modo algum, em hipótese alguma, instrumentos alguns podem ser usados no culto a Deus nas nossas igrejas. (Cremos que as palavras "salmos" e "salmodiar", usadas em relação a igrejas, implicam no acompanhamento por harpa onde são dedilhados arpejos ou a melodia). Mas, para que ponderemos gravemente no assunto instrumentos e seus usos, e os saibamos melhor adequar à vontade de Deus, citaremos aqui o que grandes santos de Deus relatam sobre o assunto:
Primeiramente, vejamos 7 entre as muitas citações de alguns dos chamados "Pais da Igreja", os maiores líderes das igrejas nos primeiros séculos, historiadores fielmente escrevendo testemunhos oculares.
- MÁRTIR: "O simplesmente cantar não agrada crianças (os judeus), mas o cantar acompanhados de instrumentos sem vida [artificiais], de danças e de bater de palmas, lhes agrada [muito]. Por isto, o uso deste tipo de instrumentos [artificiais] e de outras coisas agradáveis a crianças foi removido das músicas das igrejas, e ficamos com o puro e singelo cantar [acapela]". (Justino Mártir, no ano 139 depois de Cristo. Mártir nasceu em 100 DC, ao tempo que João escrevia o Apocalipse ).
- MÁRTIR: "O uso de música não foi recebido nas igrejas cristãs da maneira que ela era entre os judeus, no estado infantil deles, mas somente [foi aceito pelas igrejas] o uso do puro e desadornado cantar [com os puros lábios, acapela]." (Justino Mártir, 139 AD. Voltamos a ter crianças entre nós, Nadabes teimosamente amantes de modismos, outros de decibéis, outros de palmas, danças, ritmos).
- CLEMENTE: "Ademais, Rei Davi, o Harpista de quem falamos acima, nos incitou à verdade e para longe dos ídolos. Tão distante estava [Davi] de cantar os louvores de demônios, que estes foram postos em fuga por ele, com a verdadeira música; e quando Saul estava possesso, Davi o curou meramente por tocar a harpa [não é dito que Davi cantou]!. [Em contraste] O Senhor [como supremo artífice] formou no homem um [o mais] lindo instrumento, que respira [com vida], [criado] à Sua própria imagem. Seguramente Ele mesmo [o Cristo] é um instrumento de Deus, totalmente harmônico, melodioso e santo, a sabedoria acima deste mundo, a Palavra celestial" ... "Aquele que brotou de Davi e todavia era antes dele, o Verbo de Deus, zombou e desprezou a lira e a cítara, aqueles instrumentos sem vida. Pelo poder do Espírito Santo, Ele dispôs em harmoniosa ordem este grande mundo e, sim, o pequeno mundo do homem também, corpo e alma juntos; e nestes instrumentos de muitas vozes do universo, Ele [o Cristo] faz música para Deus, e canta com o acompanhamento do instrumento humano, 'Porque vós sois minha harpa e meu órgão de flautas e meu templo.' [isto é uma aplicação de 2Co 6.16?]. Clemente de Alexandria, 185 DC, "Readings" p. 62).
- CLEMENTE: "Deixai o órgão de flautas [ou gaita] para o pastor [de cabras], a flauta para os homens que temem os deuses-demônios e se enfeitiçam [usando-a] na adoração dos seus ídolos. Tais instrumentos musicais têm que ser expulsos de nossas festas sem a suas asas, pois são mais adequados para os animais brutos e para aquela classe de homens que é menos capaz de raciocinar [espiritualmente]. O Espírito, para purificar a liturgia divina de qualquer tal celebração sem controles, canta [no Salmo 150]:
[a] 'Louvai-O com o som da trombeta' --> porque, de fato, ao som da trombeta os mortos ressuscitarão;
[b] 'Louvai-O com a harpa' --> porque, de fato, a língua é a harpa do Senhor;
[c] 'e com o alaúde-saltério. Louvai-O' --> entendendo a boca como um alaúde-saltério movido pelo Espírito, tal como o alaúde-saltério é movido pelo plectro [a palheta, de marfim ou de ouro];
[d] 'louvai-O com o tamborim e coral [que responde em eco]' --> isto é, a Igreja esperando pela ressurreição do corpo na carne [a pele], [Igreja] que é o coral, [o corpo e] eco [de Cristo];
[e] 'louvai-O com instrumentos de cordas e com órgão,' --> chamando nossos corpos um órgão e seus tendões cordas, porque deles o corpo deriva seu movimento coordenado e, quando tocado pelo Espírito, produz [os maravilhosos, inigualáveis, inimitáveis e insuplantáveis] tons humanos;
[f] 'louvai-O com címbalos sonoros; louvai-O com címbalos altissonantes' --> [címbalos sonoros] significam a língua da boca a qual, com os movimentos dos lábios [címbalos altisonantes], canta as palavras.
[g] Então Ele convoca a toda a humanidade 'Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor', porque Ele reina sobre todo espírito que Ele tem feito. Na realidade, o homem é um instrumento de arco [uma inigualável harpa] para a paz, mas estes outros instrumentos, se alguém se focaliza demasiado neles, tornam-se instrumentos de conflito, para inflamar as paixões. Os Etruscos, por exemplo, usam a trombeta para guerra; os Arcadianos, a corneta; os Siquels, a flauta; os Cretenses, a lira; os Lacedonianos, o tubo de órgão [ou gaita]; os Trácios, o clarim; os Egípcios, o tambor; e os Árabes, o címbalo. Mas, quanto a nós, fazemos uso de somente um instrumento: somente a Palavra [cantada] de paz pela qual adoramos Deus, não mais com as anteriores harpa ou trombeta ou tambor ou flauta, as quais aqueles [pagãos] treinados para a guerra usam." (Clemente de Alexandria, 190AD, "The instructor, Fathers of the church", p. 130).
- EUSÉBIO: (admirável historiador, chamado "O Pai da História da Igreja"): "Antigamente, no tempo em que aqueles da circuncisão estavam adorando com símbolos e tipos, não era inapropriado elevar hinos a Deus [acompanhados] com o saltério e a cítara, e fazê-lo nos dias de sábado... [Hoje, porém] nós [os cristãos] oferecemos nossos hinos com um saltério vivo e uma cítara viva, e com cânticos espirituais. As vozes dos cristãos, em uníssono, são mais aceitáveis a Deus do que qualquer instrumento musical. É de acordo com isto que, em TODAS as igrejas de Deus, unidas em alma e atitude, com um só pensar e em concordância de fé e piedade, nós enviamos ao céu uma melodia em uníssono, com as PALAVRAS dos Salmos [sem instrumentos]." (Eusébio, 260-340 DC).
- AGOSTINHO: "... instrumentos musicais não eram usados. A gaita, o tamborim, e a harpa são aqui [neste mundo] tão intimamente associados com os sensuais cultos pagãos, como também com as orgias desenfreadas e com as performances imorais dos circos e teatros, que é fácil entender os [justificados] preconceitos contra o uso deles [os instrumentos] na adoração." (Agostinho 354 D.C., descrevendo o cantar [na igreja] de Alexandria, sob Atanásio). POR QUE SERÁ QUE, HOJE, ALGUNS DOS NOSSOS IRMÃOS MAIS AMADOS DE MODO ALGUM ADMITEM IMITAR O APÓSTOLO PAULO EM 1CO 8:13: "PELO QUE, SE O MANJAR ESCANDALIZAR A MEU IRMÃO, NUNCA MAIS COMEREI CARNE, PARA QUE MEU IRMÃO NÃO SE ESCANDALIZE" ? POR QUE? QUEM PODE JUSTIFICAR?
- CRISÓSTOMO: "Davi antigamente cantava canções, hoje nós também cantamos hinos. Ele tinha uma lira com cordas sem vida, a igreja tem uma lira com cordas vivas. Nossas línguas são as cordas da lira, tendo um som realmente diferente mas muito mais de acordo com a devoção. Aqui não há necessidade de cítara, ou de cordas esticadas, ou de plectro [palhetinha de ouro ou marfim, para tanger cordas], ou de arte, ou de nenhum instrumento; mas, se você quiser, você mesmo pode se tornar uma cítara, mortificando os membros da carne e fazendo uma completa harmonia entre a mente e o corpo. Porque, quando a carne não mais cobiça contra o Espírito, mas tem se submetido às suas ordens e tem sido profundamente levada no caminho melhor e mais admirável, então você criará uma melodia espiritual."(Crisóstomo, "Exposition of Psalms 41", escrito em 381-398 DC, Source Readings in Music History, ed. O. Strunk, W. W. Norton and Co.: New York, 1950, pg. 70.Crisóstomo viveu em 347-407 DC).
Vejamos, agora, em ordem cronológica, uma amostra de 9 citações entre as muitas dúzias, talvez centenas, que temos disponíveis, dos mais respeitados eruditos e historiadores cristãos, sobre a música no culto a Deus.
- AQUINAS: "Nossa igreja [isto é, o cristianismo, da origem até este nosso século XIII] de modo algum usa instrumentos musicais (tais como harpas e saltérios) para louvar a Deus, para que não pareça [ou ocorra] que ela judaízou-se." (Thomas Aquinas, [1225-1274 DC], Bingham's Antiquities, Vol. 3, pág. 137).
- ERASMO: "Temos [recentemente] trazido para dentro das nossas igrejas certa música teatral e de ópera; um tal confuso e desordenado conflito de algumas palavras [palavras lutando contra sons de instrumentos e contra palavras diferentes] como eu dificilmente penso que existiu mesmo em qualquer dos teatros [dos pagãos] Gregos ou Romanos. As igrejas [catedrais católicas] estrondam com o barulho das trombetas, dos órgãos [gaitas de fole] [NOTA 4] e dulcímeros; e as vozes humanas [da congregação] lutam para se fazer ouvir por debaixo deles. Os homens correm para as igrejas como se fossem para os teatros, para terem seus ouvidos excitados. E, com esta finalidade, fabricantes de órgãos são contratados com grandes salários, e muitos rapazes desperdiçam todo o seu tempo aprendendo estes tons zoantes." (Erasmo, 1466-1536 DC, Commentary on 1Co 14:19).
- LUTERO: "O órgão (!) na adoração é a insígnia [o emblema simbólico] de Baal. ... Os Católicos Romanos o tomaram emprestado dos judeus." (Martinho Lutero, Mcclintock & Strong's Encyclopedia Volume VI, pajé 762).
- CALVINO: "Instrumentos musicais celebrando os louvores a Deus seriam não mais adequados do que o queimar de incenso, o acender de candeeiros, e a restauração de outras sombras da Lei. Os Papistas, portanto, têm imbecilmente tomado isto emprestado, como também muitas outras coisas, dos judeus. Homens que são afeiçoados à pompa externa podem se deleitar naquela barulheira; mas a simplicidade que Deus nos recomenda pelos apóstolos é muito mais agradável a Ele. Paulo nos permite abençoar Deus na reunião pública dos santos, somente em uma língua conhecida (1Co 14:16). Que iremos então dizer do canto de coros que enche os ouvidos com nada mais que um som vazio [vazio porque é atrapalhado pela zoeira dos instrumentos]?" (João Calvino, Commentary on Psalms 33)
- WESLEY: "Não tenho nenhuma objeção ao uso de instrumentos de música em nossa adoração, uma vez que eles não sejam vistos nem ouvidos." (João Wesley, fundador do Metodismo, citado em Adam Clarke's Commentary, Vol. 4, p. 685)
- FULLER: "A história da igreja durante os três primeiros séculos fornece muitos exemplos de cristãos primitivos se enlevando em cantar, mas (que eu possa me lembrar) nenhuma menção é feita de instrumentos. (Se minha memória não me engana), este [uso de instrumentos] originou-se na Idade das Trevas, [o apogeu] do Papado, quando quase que toda outra superstição foi introduzida. Hoje, [instrumentos] são mais usados onde o menor dos respeitos é dado à simplicidade primitiva." (André Fuller, batista, "Complete works of Andre Fuller", Vol 3, P. 520, 1843).
- SPURGEON: "Louvai ao Senhor com a harpa. Israel estava na escola [primária] e usava coisas infantis para ajudá-la a aprender; mas nestes dias quando Jesus nos dá [sólido e maduro] alimento espiritual, pode-se fazer melodia sem instrumentos [mesmo os] de corda e de sopro. Não temos necessidade deles. Eles impediriam ao invés de ajudar nosso louvor. Cantai a Ele. Esta é a mais doce e melhor música. Nenhum instrumento é como a voz humana." (Comentário sobre Salmo 42:4). "Davi parece ter tido uma recordação particularmente terna do cantar [simples] dos peregrinos, e seguramente esta é a mais deliciosa parte da adoração e que chega mais próximo da adoração no céu. Que degradação suplantar o cantar inteligível de toda a congregação pela beleza teatral de um quarteto [não estamos certos se Spurgeon se refere a cantores ou rabecas], foles, e gaita de fole! Tanto podemos [inutilmente] orar mecanicamente como [inutilmente] louvar por maquinários [instrumentos e equipamentos]." (Charles H. Spurgeon, Commentary on Psalm 42. Spurgeon pregou para 20.000 pessoas cada domingo, por 20 anos, no Tabernáculo Batista Metropolitano, em Londres, antes do uso da eletricidade e microfones, e jamais foram instrumentos de música mecânicos usados nos cultos. Quando lhe perguntaram a razão, citou 1Co 14:15 ["Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento"] e então declarou: "Eu tão cedo oraria a Deus com maquinário quanto cantaria a Deus com maquinário."]
- FINNEY: "Os cristãos iniciais recusaram a ter nada a ver com instrumentos musicais, os quais [sabiam que] eles poderiam ter herdado do antigo mundo [pagão]." (Teodoro Finney, A History of Music, 1947, p. 43)
- LANG: "Todas as nossas fontes [livros] lidam amplamente com a música vocal na igreja, mas se resguardam de mencionar quaisquer outras manifestações da arte musical [na igreja]. ... O desenvolvimento da música Ocidental foi decisivamente influenciado pela exclusão de instrumentos musicais da igreja cristã inicial." - Paul Henry Lang, Music In Western Civilization, pp. 53,54.
- LEICHTENTRITT: "No entanto, na Igreja Cristã inicial, só o cantar era permitido, não o tocar de instrumentos." - Hugo, Music, History And Ideas, p. 34
- NAUMAN: "Não pode haver nenhuma dúvida de que, originalmente, em todos os locais, a música do culto a Deus foi inteiramente de natureza vocal." - Emil Nauman, The History Of Music, Vol. 1, p. 177
- RITTER: "Não temos conhecimento real do caráter exato da música que formava uma parte da devoção religiosa das primeiras congregações cristãs. No entanto, [sabemos que] ela foi puramente vocal." - Dr. Frederick Louis Ritter, History Of Music From The Christian Era To The Present Time, p. 28
- COLEMAN: "Tanto os judeus nos seus cultos no templo, como os gregos em sua adoração aos ídolos, tinham o costume de cantar com o acompanhamento de instrumentos musicais. Os convertidos ao cristianismo têm que ter sido familiares com este modo de cantar ... Mas é geralmente admitido que os primeiros cristãos não empregavam nenhum instrumento musical nos seus cultos." -- Lyman Coleman (Presbiteriano), The Apostolic And Primitive Church, pp. 368-369.
[Talvez lhe pareça estranho que a música fosse inteiramente vocal na igreja inicial, quando instrumentos musicais eram tão comuns na adoração dos judeus e dos gentios. Mas não quando você relembrar que a adoração no Novo Testamento devia ser espiritual em sua ênfase.]
- ROMA: "... os primeiros crentes eram de uma fibra demasiadamente espiritual para substituírem a voz humana por instrumentos sem vida, ou [mesmo] para usar [aqueles instrumentos] como acompanhantes [da voz humana]." -- Catholic Encyclopedia
- CAVARNOS: "Na igreja bizantina, a execução de música por instrumentos, ou mesmo o acompanhamento de cânticos sacros por instrumentos, era proibida pelos Pais [os líderes religiosos] do Oriente [as regiões ao redor e incluíndo a Grécia], como sendo incompatíveis com o caráter espiritual, solene e puro da religião de Cristo." -- Constantine Cavarnos [Grego Ortodoxo], Bysantine Sacred Music
- CLARKE: "A música, como uma ciência, eu estimo e admiro: mas os instrumentos de música na casa de Deus, eu abomino e aborreço. Eles são o abusar da música [o transgredir da música de louvor a Deus]; e eu aqui registro meu protesto contra todas tais corruções na adoração do Autor do Cristianismo." - ADAM CLARKE (comentarista Metodista).
[Por que estes homens objetam tão fortemente contra instrumentos musicais na adoração da igreja? Porque têm compreendido, apropriadamente, que:
1. [Tais instrumentos] eram uma extrapolação [indevida, pelos judaizantes] da adoração judaica;
2. Como tal, [os usos de tais instrumentos, nos cultos] estavam em desarmonia com a natureza ESPIRITUAL da adoração do NT; e
3. [Os usos de tais instrumentos, nos cultos] se encaixavam bem na Lei Antiga com suas "sombras", não com a VERDADEIRA adoração do NT.
Um breve olhar na história da música protestante.
Religião e arte andam irmanadas desde os primórdios da humanidade. A narrativa bíblica da criação do mundo fala repetidas vezes da aprovação estética de Deus à sua criação através da expressão “E viu Deus que era bom”. A relação Criador/criatura foi estabelecida através de ofertas e cultos a partir da necessidade de transposição para uma esfera diferente da natural cotidiano, o comportamento do ser humano transformou a vulgaridade dos gestos naturais, dando a esses gestos novas significações diante do divino, tornando-os assim ritualizados: “A arte é necessária para que o homem se torne capaz de conhecer e mudar o mundo. Mas a arte é necessária em virtude da magia que lhe é inerente”. O rito e a arte, portanto, transformam pensamentos e objetos naturais em meios de expressão do mundo transcendente.
A partir da Reforma Protestante uma nova estética musical se faz presente para acompanhar a teologia reformada. Com uma nova teologia surgiria também uma nova estética de adoração e conseqüentemente uma nova estética musical. Esta marcará a música como instrumento de propagação dos ideais da Reforma. Assim, principalmente Lutero percebe que poderia usar a música como suporte para a proclamação do evangelho e difundir os novos conceitos doutrinários, que, aliados à nova perspectiva musical, revolucionariam o mundo no século XVI.
Dos anos 40 para cá, a música de Igreja tem sofrido uma grande transformação tanto na sua prática quanto na sua conceituação. Se antes se pensava em música como instrumento de adoração e louvor como resultado de um conceito teológico reformado; na música dos tradicionais hinários denominacionais e executada ao som de um harmônio ou órgão, hoje, tudo parece mudado. A teologia traduz um conceito mercadológico da fé, produto da modernidade. A música sacra de hoje, executada ao som das guitarras e contra-baixos elétricos parece traduzir um sentimento de diversão e entretenimento.
Provavelmente a música protestante, aliada às várias velocidade dos veículos de comunicação, tornou-se produto de consumo, afetando ou alterando sensivelmente sua função no culto. Esta estética tem mudado a face das igrejas protestantes que fizeram parte da primeira reforma.
Para observarmos a diferença estética musical reformada do século XVI e a protestante do século XX, temos que percorrer pela história da atitude musical nas liturgias desde a Reforma aos dias atuais, fazendo uma tomada clara da mudança de atitude em que a música chega à modernidade nas igrejas. Formulando um breve comentário sobre os momentos da história da música nas igrejas da primeira reforma (Luterana, Calvinista e a Anglicana), que tinham suas particularidades, as expressões Barrocas de G.F. Haendel e J.S. Bach no barroco protestante seu ethos litúrgico, e a adequação da nova estética musical na igreja protestante do Século XIX e o que é vivenciado atualmente diante da popularização da música e atuais necessidades das igrejas. Assim notaremos um distanciamento claro e agressivo na estética musical vivida nos século XVI em detrimento a vivenciada no final século XX.
Um olhar na história da música protestante
Fica evidente que uma nova teologia recorre a uma nova estética formal e artística. Tendo uma eclesiologia divergente da Romana, as igrejas da primeira reforma trabalharam a “Centralidade do Culto” de formas reformuladas ou adversas ao culto romano.
O altar permanece o centro da eclesiologia anglicana, porém há uma simplificação na elaboração litúrgica de forte influencia luterana, conseqüentemente na simplificação das tintas musicais, mantendo uma ortodoxia protestante. Além de “motetos e missas”, os compositores elisabetanos também escreveram hinos para serem cantados por coros durante os cultos das igrejas. O hino é contado em inglês e não em latim como nos motetos.
Há duas espécies de hinos: o hino completo (full anthem), cantado pelo coro do começo ao fim, sem acompanhamento instrumental; e o hino com acompanhamento em versos (verse anthem), com solistas, coro e órgãos ou violas.
Já na eclesiologia luterana se divide em ortodoxa e pietista, onde na primeira temos na música um requinte e exclusivismo do canto nas músicas pelo Coro e “Kantor”, e na Segunda a participação efetiva da comunidade cantando as músicas na igreja. Cria-se a tradição de compor hinos para serem cantados em alemão por toda a congregação, no lugar dos “Corus” cantados em latim. Podiam ser músicas recentemente compostas sacras ou populares, como podiam ser originários de cantochãos.
O procedimento de Lutero foi o seguinte: ele toma algumas melodias do repertório popular e de outras fontes, para doutrinar os fiéis. Segundo ele, o povo deveria aprender doutrinas bíblicas cantando melodias simples relacionadas ao seu dia-a-dia. Este procedimento foi extremamente importante para o sucesso e popularização da reforma. Em carta escrita a Spalatinus, secretário de Frederick I, Lutero revela seu intento:
“(Nosso) plano é seguir o exemplo dos Profetas e os Pais antigos da Igreja e compor salmos para as pessoas no vernáculo… de forma que a Palavra de Deus também possa estar entre as pessoas em forma de música”.
Na eclesiologia calvinista a “palavra” se torna o centro de tudo. A mesa do altar sai do centro para dar espaço ao púlpito.
Essa dinâmica parte para certos extremos onde igrejas chegavam a ter púlpitos com três andares e a música nestes casos ficava limitada quanto a sua execução nos cultos. No entanto, Calvino usou a música como suporte ao ensino das Escrituras, apesar de ter uma posição totalmente diferente de Lutero no que diz respeito a sua visão musical. Para entender o ponto de vista de Calvino sobre a música é necessário conhecer também a sua teologia. Ele não permitia o uso de instrumentos musicais e nem qualquer música no culto. Calvino porém, defendia o uso exclusivo da Salmódia, que era uma coleção de cântico dos Salmos de Davi; os demais usos poderiam ser nocivos, pois, segundo ele, a depravação da raça humana, poderia comprometer a pureza do Evangelho de Cristo. Diz ele em sua obra intitulada “As Institutas da Religião Cristã”, volume III, que “as Escrituras nos dizem que todas as nossas obras são maculadas, e, portanto, não podem suportar o escrutínio de Deus”.
Com a finalidade de colocar em prática a idéia de um culto em que houvesse uma participação mais ativa dos crentes e necessitando de hinos com texto em alemão, Lutero empenhou-se em requisitar que os compositores de língua alemã o ajudassem nessa tarefa, colaborando com novas composições. A prática anterior do canto ficava delegada aos que presidiam a missa. O canto de hinos pela congregação era algo muito inovador e os hinários ainda não eram acessíveis ao povo. Os hinos eram escritos com a melodia no tenor, com arranjo para quatro vozes, concebidas como instrumentos acompanhadores. Não existia ainda a harmonia funcional com sua sucessão de acordes encadeados tonalmente. A polifonia consistia aqui no arranjo das vozes em torno do cantus firmus. Essa melodia principal era quase sempre retirada de outra fonte conhecida, processo denominado contrafactum. Lutero prezava a simplicidade do tema; que vinha no cantus firmus, porque queria que o texto fosse compreendido claramente pelos que sabiam ou não ler.
As novas melodias trabalhadas por Lutero iriam evoluir para o que passou a ser denominado de coral protestante. Em princípio, as técnicas composicionais desse coral diferiam bastante daquelas que, na segunda metade do século XVI, caracterizariam este estilo. Usava-se uma notação não-rítmica, com melodias emprestadas dos Lieder seculares ou com melodias compostas com os mais variados exemplos rítmicos e não-rítmicos, com fermatas nos fins de frases.
Nos séculos XVI e XVII, contemplamos um Barroco tardio nas igrejas protestantes como parte da estética litúrgica dominical. A música sacra do período barroco defrontou-se com a alternativa entre ficar com a tradição (o stile antico), que representava todo o acervo que os compositores haviam adquirido através do seu treinamento acadêmico, ou aceitar o stile moderno, ora representado pelas várias tendências que surgiam.
São seus maiores representantes J. S. Bach pela igreja luterana e G. F. Haendel pela anglicana, os quais são responsáveis por essa prática no protestantismo europeu deste período.
No âmbito religioso, a última metade do século XVI e todo o XVII viram surgir um movimento de avivamento espiritual, que destacava a liberdade individual. Seus adeptos queriam desligar-se de toda a autoridade temporal e legalmente constituída, quer política quer religiosa, para poderem se dedicar às leis do “Reino”. Esse individualismo era herança da Renascença e tornou-se conhecido como “pietismo”. Os pietistas rejeitavam a ortodoxia representada pela conservação dos dogmas tradicionais, que se baseavam na observância fiel das formas litúrgicas, dos sacramentos, da Bíblia e do sermão. O movimento pietista reuniu cristãos de várias denominações, incluindo católicos, os quais tinham como propósito, uma vez desvinculados das autoridades, reunirem-se para oração, para trabalhos de assistência social e para compartilharem suas experiências religiosas. O movimento inspirou uma hinodia marcada pelo subjetivismo, com melodias adaptadas para o compasso ternário, que servia para as danças, em contraste com o estilo coral anterior.
O iluminismo, que alimentava a música de concerto (fora do templo), iria influir na teologia e na música sacra a partir da segunda metade do século XVIII. As pessoas estavam às voltas com o racionalismo, que substituía o pietismo. A classe média alta, na Alemanha, dada a influência dos concertos públicos, começava a se afastar da igreja, e a música secular atingia o clímax com a Escola Clássica Vienense. No fim do século XVIII e início do XIX as igrejas protestantes viam o enfraquecimento das instituições que eram em grande parte nutridas por elas. As escolas para meninos e coros, os músicosKantor responsáveis pelo seu treinamento, as sociedades Kantoreien, que tinham a finalidade de manter os coros de adultos, começaram a perder sua importância tanto nas cidades maiores como nos pequenos centros.
O nível artístico decresceu e a música da igreja ficou sob a responsabilidade de gente menos treinada. Na perspectiva iluminista, só deveria permanecer como música verdadeiramente sacra aquela que pudesse servir à “edificação”, significando que essa música devia suscitar reverência em todos os congregados para o culto. O slogan desse período seria “simplicidade e dignidade nobres”, para evocar sentimentos de devoção. A simplicidade seria atingida no momento em que todos pudessem ser edificados pela música e não somente aqueles que eram responsáveis por executá-la. Toda música sacra moderna do período deveria conter esse espírito ditado pelo iluminismo, ou seja, possuir um estilo popular e melodioso, como o encontrado nas óperas. Aliás, os coros das óperas de Gluck e Mozart até foram recomendados para o uso da igreja. As fugas, por exemplo, eram consideradas impróprias para a igreja: eram incompreensíveis, não despertavam o sentimento devocional.
Nem sempre, contudo, o ideal de simplicidade em relação à música sacra correspondeu à realidade, mas influenciou fortemente para que algumas práticas fossem adotadas: a cantata acabou por ser suprimida; o canto à capela foi reintroduzido; os coros cantavam corais a quatro vozes, motetos, árias e hinos acompanhados pelo órgão ou instrumentos de sopro; surgiram os conjuntos de trombones. Essa posição antibarroca ainda considerava que os textos próprios para a música na igreja deveriam primar por uma poesia altamente lírica, atendo-se às Escrituras. Possuindo textos próprios, compostos especialmente para os hinos, deveriam evitar os que fossem descritivos e homiléticos, como os das cantatas.
Já no romantismo do século XIX uma característica marcante, consiste na busca dos feitos grandiosos do passado, agora relembrados na música, na literatura, na pintura. Na música, os compositores voltaram-se para as obras de Tallis, Byrd e Palestrina (este apadrinhado pela Igreja Romana). O rei prussiano Frederico Guilherme IV, por exemplo, mandou músicos protestantes a Roma para estudar o estilo da música sacra de Palestrina. Os motetos, salmos e missas do século XVI foram vistos como protótipos da música ideal para a igreja. Esse retorno às glórias do passado fez surgir uma nova disciplina, a musicologia. Outra característica do período foi a atração por tudo o que fosse medieval. J. S. Bach foi revivido como o grande artista da arte musical barroca, graças principalmente aos esforços de Mendelssohn.
O zelo pelas raízes históricas do passado exerceu influência sobre clérigos e professores da Igreja Anglicana, os quais empreenderiam um movimento para restituir a essa igreja a herança de sua tradição litúrgica. Dentro da hinodia da era romântica, floresceu um movimento conhecido como “Hino Poético” ou “Hino Literário”, cujo objetivo era fazer com que os hinos veiculassem uma linguagem rica de poesia. Isso aconteceu bem no início do século XIX e inúmeros poetas da língua inglesa quiseram prestar sua contribuição. Com esse movimento para resgatar a boa linguagem literária para os hinos, pode-se dizer que a hinodia, na Inglaterra, tendia para duas direções: para o reavivamento de suas tradições litúrgicas e para o enriquecimento dos textos usados nos hinos, de tal forma que fossem considerados obras literárias.
Foi com “O Movimento de Oxford” que surgem mudanças na hinodia protestante. O Movimento de Oxford nasceu sob a égide de alguns professores da Universidade de Oxford, os quais pertenciam a uma ala da Igreja Anglicana conhecida como Tratadista ou Apostólica. O sermão pregado por John Keble (1792-1866) em 14 de julho de 1833, publicado com o título “Apostasia Nacional”, foi o evento que marcou o início do Movimento de Oxford. A ala dos Tratadistas defendia pertencerem a uma seção bastante antiga, cuja origem e autoridade provinham diretamente dos apóstolos e que representava a tradição autenticamente católica, sacerdotal e sacramental da igreja.
Essa ala baseava sua fé em duas revelações: na Bíblia e na autoridade da própria igreja, que seria independente e suprema, razão por que ressentia-se por estar subordinada às regras seculares do Estado. Havia muitas injustiças a serem combatidas, principalmente a questão da distribuição da riqueza da igreja. Um dos objetivos do movimento era restituir à Igreja Anglicana o seu caráter de igreja católica (universal, histórica e apostólica), muito anterior ao movimento da Reforma. Criam que a Bíblia devia ser interpretada de acordo com os escritos dos apóstolos e de acordo com os concílios da igreja realizados entre os séculos IV e VII d.C.
Os líderes do movimento também queriam resgatar uma teologia descompromissada com o que chamavam de “erros” de Roma e com a trivialidade e irrelevância dos reformadores, caminho denominado por John Henry Newman (1801-1890), um dos cabeças do movimento, de Via Media. Essas reformas incluíam também a renovação do clero em relação aos seus deveres e à sua espiritualidade, pois muitos não estavam levando a sério essas responsabilidades. Aliado à preocupação com a decadência material e espiritual de muitas paróquias, havia o anseio de restaurar a liturgia, com a Eucaristia sendo colocada como parte central do culto. Com isso queriam evangelizar as massas, atingindo principalmente a população pobre que sofria as conseqüências da Revolução Industrial.
A nova concepção litúrgica que pretendiam para a igreja trouxe mudanças que afetaram a hinodia anglicana.
Foram buscar na Idade Média os cantos em latim desconhecidos desde a Reforma. Iniciaram vertendo os textos para o inglês e colocando-os em melodias já familiares. Depois acharam melhor reescrevê-los em inglês, de sorte que pudessem ser cantados nas melodias dos cantos gregorianos a que pertenciam. A restauração de hinos antigos trouxe uma revolução à Igreja da Inglaterra dentro do seu acervo de hinos litúrgicos, com o estudo dos cantos gregorianos e os modos eclesiásticos. Mas as conseqüências do Movimento de Oxford para a música foram mais longe e atingiram inúmeras ordens de mosteiros anglicanos através do treinamento das vozes para o canto coral. Movimentos leigos também prosperaram: a Motet Society, surgida na cidade de Londres em 1841, tendo por secretário e editor E. F. Rimbault, nasceu com a intenção de agrupar coristas desejosos de resgatar para a música litúrgica as obras históricas defendidas pelo Movimento de Oxford. Em 1852, com o objetivo de tornar conhecidos antigos ofícios, foi publicado The Psalter, or Seven Hours of Prayer, according to the Use of the Illustrious and Excellent Church of Sarum.
Além da redescoberta da música perdida do passado, os responsáveis pelo Movimento de Oxford quiseram ampliar o repertório do canto congregacional, contudo resistiram duramente contra o estilo ornamentado do pietismo, o qual consideravam ofensivo.
Já os puritanos que chegaram às terras americanas em 1620 e que faziam parte de um grupo denominado “Os Peregrinos”, que quando aportaram em Plymouth, traziam um saltério adaptado pelo teólogo Henry Ainsworth, o qual possuía diversos salmos metrificados que podiam ser cantados com 39 melodias diferentes, herdadas da antiga edição de Sternhold e Hopkins, de 1562. No entanto, as primeiras dificuldades de se adotar uma hinologia comunitária vieram a tona, pois essa meta não foi de todo alcançada, uma vez que as levas que chegavam à baía de Massachusetts eram agora formadas de gente menos instruída.
Foi então que se introduziu a prática do “ler ou cantar em voz alta”, também denominada de “diaconia”.
Segundo esse costume, cada verso do salmo era cantado por um diácono e, em seguida, repetido pela congregação, que não sabia ler. Esse procedimento acarretou o desmembramento e a deturpação do canto dos Salmos e ainda influiu para que o culto se alongasse sensivelmente. Como se isso não bastasse, a comunidade foi descobrindo uma forma de adaptar as letras dos salmos às baladas populares, fato facilitado pelo “metro comum” utilizado por oito das 13 melodias do Bay Psalm Book.
As Escolas de canto surgiram da necessidade de se colocar ordem nessa maneira de se cantar os salmos, buscando um retorno à forma mais antiga.
O declínio da salmodia fora fruto da ignorância. Nas congregações, eram muito numerosos os membros que não sabiam a música dos salmos. Portanto, se ensinasse os fiéis a cantar a música corretamente, tal como impressa no saltério, seria possível restabelecer o esplendor dos velhos cantos. Foi dentro desse espírito de reforma que se fundaram pouco depois de 1710 as primeiras Escolas de Canto.
Com a criação das escolas para a reforma do canto nas igrejas, foram redigidos os primeiros livros didáticos de música na América.
Em meados do século XIX, nas igrejas protestantes americanas da linha evangelical, o canto congregacional consistia nos salmos e hinos, que eram cantados sem muito entusiasmo. O canto verdadeiramente refinado ficava sob a responsabilidade dos coros.
Os spirituals foram cantos originários do movimento de avivamento da América do Norte, ocorrido entre 1740 e o final do século XIX. O termo faz parte da expressão spiritual songs, que, nas primeiras publicações americanas, significava os hinos que não pertenciam à categoria dos salmos métricos nem à dos hinos tradicionais sacros.
Chamaram-se white spirituals os cantos com características populares, como os do tipo “balada”, e ainda aqueles usados em acampamentos de avivamentos comuns no século XIX, realizados nas áreas onde os colonizadores puritanos se instalaram. Esse tipo de canto originou-se principalmente das reuniões de avivamento.
Os negro spirituals surgiram da necessidade de os escravos negros norte-americanos expressarem-se numa linguagem sutilmente modificada através de palavras com duplo sentido. Privados de uma educação formal e até orientados por pastores brancos a serem subservientes à escravatura, os negros, segregados dos brancos, deram nova significação aos temas religiosos. Assim é que os temas sobre salvação, céu e terra prometida passaram a substituir a emancipação e a liberdade na terra.
Os cantos primavam pela espontaneidade e improvisação. O líder era apoiado por um grupo de cantores “vocalistas”. Havia tanta interpolação improvisada que os primeiros editores dos negro spirituals consideravam uma tarefa penosa e até temerária a notação exata desses cantos. A contribuição africana encontrada nos cantos pode ser detectada nas improvisações, na forma “diálogo e resposta” de algumas canções, nos gritos, nas palmas e batidas de pés e ainda em outras manifestações corpóreas resultantes de uma religiosidade altamente emocional, também presentes nas reuniões do Grande Avivamento do início do século XVIII. Alguns dos temas da hinodia de avivamento aparecem retrabalhados, muitas vezes fundindo elementos disparatados, com imagens e vocabulário extraídos da situação vivida concretamente.
Esse estilo marca uma consolidação de uma visão eclesiológica e litúrgica nova, onde a música é o alvo principal do culto, em detrimento ao simbolismo do Ágape Pascal. O centro do culto a partir dos reavivalistas, tinha mudado e agora passava a ser transferido. Onde tínhamos a música como ferramenta (meio) para a adoração, agora o prazer que ela trazia era a sua finalidade.
Assim, a música fora do templo (religiosa) passa a ganhar novamente espaço para concertos e apresentações seculares.
Os negro spirituals espalharam-se pelo mundo todo, graças, principalmente, à fundação de estabelecimentos objetivando a educação da população negra bem como seu treinamento em artes manuais. A Universidade de Fisk, no Tennessee, e o Instituto Hampton, na Virgínia, tornaram-se famosos por suas publicações de spirituals e pela proficiência de um grupo de alunos e alunas no canto de negro spirituals. O conjunto Fisk Jubilee Singers empreendeu viagens internacionais, dando concertos que se tornaram famosos e ajudaram a propagar esse estilo musical. Dando margem ao surgimento do que chamamos hoje de música Gospel (Gospel Songs).
Os termos gospel song e gospel music foram primeiramente usados por P. P. Bliss nos seus livros Gospel Songs, de 1874, e no Gospel Hymns and Sacred Songs, de 1875, este em co-autoria com Ira Sankey. As principais características dessa música eram: texto subjetivo, direcionado aos irmãos; um tema único, enfatizado através de frases que se repetem; um estribilho, cantado após cada estrofe; uso da tonalidade maior, com a harmonia baseada no encadeamento dos graus I, IV e V, em andamento lento; as seqüências rítmicas são rotineiras e há pródigo uso da colcheia pontuada seguida da semicolcheia. Os temas mais recorrentes são: a conversão do indivíduo, a redenção por Cristo, a certeza da salvação e da vida eterna no céu. O caráter musical varia entre o “guerreiro de guerra”, o “didático doutrinário”, o meditativo e o sentimental. O efeito de “eco” pode aparecer entre voz feminina e voz masculina: o soprano e o contralto apresentam o modelo rítmico que vem imitado pelo tenor e baixo logo após a apresentação do mesmo pelas vozes femininas, no tempo seguinte. O idioma popular também serviu para os gospel songs. Muitas das idéias musicais usadas nas canções da Guerra Civil Americana foram re-arranjadas para os gospel.
Música sacra tradicional dos protestantes, em termos de século XX, é entendida como aquela que vem sendo cantada há, pelo menos, duas gerações e cujo estilo musical é aceito pela geração mais velha sem causar perplexidades. Esse estilo de música detém uma percentagem alta nos hinários das denominações cristãs protestantes. Nos principais hinários cristãos evangélicos, essa música vem mais ou menos padronizada seguindo critérios do século passado: a estrutura musical possui uma quadratura formal, com frases metricamente correspondentes; a melodia é reconhecida facilmente e, nos hinários a quatro vozes, vem no soprano; a harmonia segue os princípios da chamada harmonia tradicional, com seus encadeamentos harmônicos girando em torno da tônica, subdominante e dominante do tom principal; o estilo mais constante é o do coral, com uma ou duas enunciações rítmicas para cada tempo musical. O acompanhamento mais usual é feito pelo órgão ou pelo piano. O texto segue os parâmetros do verso medido, com métrica regular e rima. A linguagem ainda segue as tendências do período romântico, herdada diretamente do protestantismo americano, cuja teologia se fundamenta nos avivamentos dos dois séculos anteriores.
Destacam-se quatro classificações para o canto do protestantismo, que se passa a apontar como características fundamentais da linguagem da música tradicional cristã protestante:
1. linguagem acentuadamente individualista.
2. Expectação pelo porvir (ênfase na escatologia).
3. Sentido provisório do caminhar cristão na terra (a peregrinação).
4. Textos que se referem ao povo de Deus como “exército”, usando termos militares.
Acrescentaria a esse grupo uma quinta característica: hinos que chamam o não converso ao arrependimento de pecados e à “conversão”.
A música sacra contemporânea está apenas parcialmente ligada à estética musical do século XX. É principalmente a que utiliza novos conceitos de ritmo, de harmonia e melodia, mas de uma forma menos “arrojada” do que a não sacra, pois seus padrões não rompem totalmente com a tonalidade maior e menor do sistema modal, nem aderem ao sistema de música serial ou aleatória ou a qualquer das novas técnicas composicionais do século XX. Ela varia bastante de acordo com os diversos segmentos cristãos.
Para um determinado tipo de igreja, sua principal característica é o uso da eletrônica e da percussão. Para outros, a substituição do órgão ou do piano por qualquer outro instrumento (como o violão e instrumentos de sopro e de percussão) indica haver uma tendência de contemporaneidade.
As igrejas pentecostais dão destaque às improvisações individuais durante seus cultos. Nessas igrejas e em outras protestantes sem um rígido padrão litúrgico, a forma de apresentação da música sacra contemporânea mais usual é a que imita os grupos musicais denominados seculares, os quais se colocam no palco à frente da platéia com um líder para o canto. Em outras denominações, o fato de se usar cantos não pertencentes ao hinário oficial já será um marco suficientemente explícito de que ali os cantos não são apenas tradicionais. Porque existe uma grande e rápida mutação para o conceito do que é atual, a música sacra contemporânea usa as seguintes características:
1. Nova concepção rítmica, com tendência para abraçar os ritmos autóctones (no Brasil; o samba, o baião, o sertanejo, a bossa-nova entre os mais usuais) e reforço na pulsação através do uso da percussão;
2. Aceleração do andamento musical; harmonia não mais centrada nos encadeamentos óbvios da harmonia tradicional (como o encadeamento harmônico dos graus I, IV e V);
3. Melodia não quadrada, isto é, a que serve como veículo da métrica ditada pelo texto, que, atualmente, não vem necessariamente medido;
4. Quanto ao verso, foge das rimas antigas mais usuais (como a abab ou aabb ou a abba), preferindo a rima livre;
5. O texto dá destaque a temas relacionados com os interesses da atualidade.
Nas denominações preocupadas com a teologia da libertação, os cantos falam de luta em favor dos pobres e oprimidos e convoca os cristãos a se engajarem na luta contra a opressão dos mais fortes. Existe preocupação com a unidade dos cristãos (influência do ecumenismo), por essa razão há cantos voltados para a fraternidade dos crentes. Nos segmentos carismáticos e evangelicais existe uma grande inclinação para os cânticos doxológicos e koinoníacos, grande parte de procedência americana.
Quanto à forma de apresentação e veiculação há uma clara tendência de tomar as características da música secular. Qualquer tipo de instrumento musical é aceito como possível de ser usado como próprio à música sacra contemporânea, embora os mais adequados sejam os eletrônicos. Os cantos, cuja forma musical se identifica com a do passado, só serão considerados contemporâneos se a sua letra expressar conteúdo de problemas atuais (como os da teologia da libertação) ou se, mesmo contemplando assuntos pertinentes ao acervo cristão, sua linguagem está comprometida com o modernismo literário. Cantos do passado serão considerados contemporâneos se houver alterações melódicas, rítmicas ou harmônicas que modifiquem a versão original, revestindo-a das características modernas acima mencionadas.
Compreendemos assim, que o século XX apresenta uma diversidade de estilos e linguagens musicais como nunca ocorreu anteriormente em nenhum período da história da música. Muitas tendências até contraditórias aparecem simultaneamente, expressas em estilos e sistemas de composição ousados, como os que empregam materiais não-musicais.
As características mais presentes podem ser catalogadas em dois tipos: as que perpetuam os procedimentos do romantismo e as que rejeitam as marcas desse período e buscam modificação. Estão arroladas no primeiro tipo as obras conhecidas como neo-românticas. No segundo bloco, acham-se as pós-românticas, as expressionistas, as impressionistas, as futuristas, as dadaístas, as dodecafônicas, as microtonais, algumas nacionalistas, passando à música eletrônica, à música conhecida como “pop” e ao jazz. A diferença entre os dois grupos está em que as obras do último bloco não respeitam mais o sistema tonal instituído desde o século XVI, com seus princípios harmônicos e cadenciais, sistema também conhecido como “tonalidade funcional”.
Nos círculos protestantes, principalmente nas igrejas “não-litúrgicas”, na década de 20, iniciou-se nos Estados Unidos da América a era do gospel song no rádio, que seria, 25 anos depois, seguida pela televisão. Esse tipo de canção, mais tida como “música especial”, não congregacional, pois era principalmente para solos, duetos, trios, quartetos e pequenos conjuntos, iria ser transplantada para os países evangelizados pelos americanos. Na década de 40, o evangelismo nessas igrejas estava principalmente relacionado a Youth for Christ (YFC), que mais uma vez reteve a tradição gospel das reuniões avivalistas. A era do evangelista Billy Graham iniciou-se também sob os auspícios da YFC no ano de 1949, tendo como diretor musical Cliff Barrows, que utilizou repertório da tradição avivalista do século anterior, comprovadamente eficaz para esse propósito.
Com exceção das tradicionalmente litúrgicas, a luterana e a episcopal anglicana, as demais igrejas históricas protestantes estão abandonando seus hinários tradicionais e adotando os corinhos das igrejas carismáticas. Existe, portanto, um sério risco de banimento da tradição do uso de hinários. Ao classificar os tipos de música usados nas igrejas, João Faustini colocou os corinhos dentro da “canção evangelística”, por entender que provêm das reuniões de avivamento, como a de Moody e Sankey, por serem informais e mais apreciados pelas “massas”. A palavra “corinho” não está dicionarizada e parece ser o diminutivo de “coro”.
As igrejas protestantes receberam esse tipo de música através da influência norte-americana, iniciada na década de 50 e intensificada nos anos 60 e 70, por missionários americanos vindos ao país especialmente para os acampamentos jovens. O termo “música gospel” vem dos Estados Unidos e se refere àquela produzida a partir dos anos 60, que usa “novo som”, apresentado por corais de todas as idades, solistas e pequenos conjuntos corais, muitas vezes acompanhados de play-backs.
Na década de 80, os cânticos doxológicos (que glorificam a grandeza e majestade de Deus) predominaram graças à divulgação da mídia e ao crescimento dos carismáticos. Ainda na presente década, esses são os cantos dos cancioneiros mais vendidos nas alas evangelicais, o que pode ser constatado literaturas evangélicas.
A música gospel multiplicou-se e os neopentecostais hoje, principalmente no Brasil, têm-se apropriado dela.
Nas décadas de 50 e 60, sob a influência dos Rock, despontaram compositores e grupos do chamado gospel folk (regionalistas), ou gospel rock na Inglaterra. Muitos hinários da década de 60 publicaram música nesse estilo, que acabou por revolucionar a música vigente nas igrejas, contextualizando uma linguagem que estava sendo disseminada rapidamente nos círculos não-eclesiásticos, graças à moderna tecnologia de comunicação.
Essa tendência valorizava tanto as obras tradicionais quanto as contemporâneas, dando ao culto um sentido festivo, que acabou traduzido pela palavra “celebração”. Esse tipo de culto apela à participação coletiva através de formas e expressões gestuais na música e no drama. A linguagem caracteriza-se por ser mais pessoal em toda a liturgia, inclusive com o uso de linguagem atualizada da Bíblia. Nas comunidades com essas características, é costume dar grande ênfase à comunhão (koinonia) entre os crentes.
Em termos amplos, como tendência internacional, os anos 70 foram ainda mais produtivos para a música “pop”, principalmente em razão da expansão das igrejas carismáticas ou neopentecostais. Alguns compositores de música sacra surgiam das fileiras das próprias comunidades, o que tornava o movimento mais peculiar, diferindo dos movimentos anteriores de aproximação com o povo, encabeçados por líderes denominacionais. Esses cantos, embora muito semelhantes aos da música contemporânea secular, enfatizavam a contemplação e a simbologia. Por causa da influência carismática, a música escrita para a igreja “fugiu” das mãos dos profissionais e se colocou ao alcance de todos.
Quanto à contemporaneidade do fazer musical nas igrejas protestantes, precisa-se admitir que não foram poucos os esforços no sentido de se obter música com as mesmas estruturas daquelas produzidas fora do ambiente eclesiástico, vividas e disseminadas cotidianamente pelos meios de comunicação velozes do presente século. Nem sempre esse tipo de música secular, como o caso da música “pop” iniciada nos anos 50, foi aceito sem causar polêmica. Surgiram inúmeras pessoas escrevendo do mesmo modo e com o mesmo objetivo: atrair os jovens para a igreja.
A ala evangelical dos protestantes resistiu um pouco mais para adotar esse procedimento, mas, com o passar do tempo, também acabou deixando que o estilo da música popular invadisse seus domínios. Isso aconteceu principalmente através das chamadas “cantatas musicais jovens” ou “louvorzão”, apresentadas mais para comemoração de dias especiais do calendário cristão, como páscoa e natal, ou então, como “testemunhos” em cultos de “celebração”.
A atitude de coadunação do canto sacro às características da música “pop” vigente no meio secular demonstra que em alguns setores de igrejas cristãs tem havido a preocupação com a educação religiosa dos jovens. Essas igrejas perceberam que o canto é um veículo poderoso para o ensino e crescimento espiritual da juventude, principalmente se sua linguagem for a mesma que circula nas rádios, televisões e demais canais de comunicação atuais.
As igrejas Luterana e Anglicana também estão em processo de tornar contemporâneos o estilo musical e o texto de seus hinos. Embora isso ainda não esteja presente nos hinários oficiais, essa tendência pode ser facilmente atestada pela análise dos cancioneiros que têm surgido há pouco tempo e da produção fonográfica. As duas igrejas também têm dado espaço para a produção de cantos caracteristicamente regionalísticos.
As demais igrejas protestantes históricas, como a Metodista, Batista e Presbiteriana, estão também tornando contemporânea sua linguagem musical, mas de forma diferente. Na verdade, estão apenas contextualizando os “gestos” do fazer musical, quando copiam os trejeitos das bandas estrangeiras e traduzem, mesmo que sofrivelmente, as canções que a mídia vem propagando “aos quatro ventos”.
Essas igrejas imitam as neopentecostais, adotam seus cantos, compram seus cancioneiros. Mais que isso: abandonam seus hinários oficiais e passam a projetar nas paredes as canções dos carismáticos. Estão, com isso, perdendo a identidade denominacional e fragilizam sua teologia, pois os textos desses cantos dão prioridade à doxologia e, embora falem também sobre a comunhão entre irmãos, não dão relevo a assuntos tão vitais para o protestantismo histórico, como o pecado, a salvação pela graça de Deus, a cruz, morte e ressurreição do Senhor Jesus.
Os cantos avulsos provenientes da ala carismática tampouco descem das “regiões celestiais” para o nível do chão, a fim de se colocarem à disposição do serviço ao próximo e/ou aos menos favorecidos. A tendência atual de algumas igrejas protestantes históricas em abandonar seus hinários oficiais enfraquece sua identidade como denominação distinta e não valoriza suas raízes históricas, muitas vezes arduamente conquistadas.
Em contra ponto, algumas igrejas protestantes têm-se apercebido de que é essencial guardar a herança que outras gerações lhes legaram, herança expressa nos cantos de eras passadas, mas que preservam seu passado histórico e fomentam sua identidade. Esse fato foi ainda constatado pela observação do apego que os protestantes de algumas igrejas não-litúrgicas têm expresso pelo seu hinário, chegando a tomá-lo como um “livro doutrinário” ou documento oficial da denominação. Por causa de tal função, sentem que é imperioso resguardar a sua memória. Algumas vezes, a própria igreja se deu conta de que a tradição dos cantos vale a pena ser mantida quando se deseja educar o povo.
Hoje no mundo e no Brasil, vive-se uma nova eclesiologia e estética musical a partir mudança da centralidade do culto. No que diz respeito ao papel da música na liturgia, é muito comum vermos nas igrejas evangélicas grupos chamados “equipe de louvor”, cuja finalidade é ministrar o louvor à igreja em um certo momento do culto. Estes grupos surgiram provavelmente com o crescimento do movimento neopentecostal, culminando no surgimento de várias denominações, como a Igreja de Nova Vida, Cristo Vive, Universal, Comunidades Evangélicas, etc. Todas elas possuem uma coisa em comum: a ênfase na música de adoração impregnada de um emocionalismo exagerado.
Suas equipes de louvor têm a função de ministrar o louvor; de levar o público a um êxtase musical, de maneira que possam sentir a presença do Espírito de Deus. Formadas por jovens, estes grupos cantam…, cantam…, cantam…, até que o clima do culto seja satisfatório às necessidades de cada membro.
Normalmente, um líder toma a palavra enquanto os outros participantes cantam suavemente. Logo depois, o líder começa a proferir palavras de ordem: vamos fazer isso…; fazer aquilo…; eu estou vendo isso…, eu estou vendo aquilo…A repetição de trechos musicais com grande teor de emoção intercalados a estas “falas” do líder conduzirá a congregação a experimentar um sentimento de satisfação pessoal momentâneo, pois esta prática possui, em muitos casos, um efeito passageiro, caracterizado pelo espírito de vida pós-moderno, em que o ser humano busca entretenimento e prazeres imediatos em coisas transitórias. Nestas equipes de louvor, a música é usada, talvez de forma inocente, como meio de manipulação para tornar o culto mais agradável para os crentes e visitantes.
A música no culto cristão que leva a busca da satisfação do homem não é coerente com o seu papel na vida da igreja, e sim caracteristicamente ufanista ou personalisticamente devocional (religioso), pois a centralidade do culto está inquestionavelmente em Deus e na partilha do pão, onde o papel da música deve ser de levar o homem a contemplar a beleza e refletir sobre o centro da adoração (Sacro).
A música é arte, e arte é instrumento. Ela pode ser uma obra religiosa ou sacra.
Hoje, pode-se fazer uma leitura clara de que a modernidade trouxe novas visões, ouvidos e rumos para a eclesiologia da igreja protestante. Sendo assim, o seu desafio é a consciência estar diante de uma modernidade consumista que agride sua identidade histórica, refletindo sobre de que forma ela pode ser Reformada e estar sempre se Reformando..
Bibliografia:1. ALLMEN, J. J. von. O Culto Cristão : Teologia e Prática. São Paulo : Aste, 1968. 2. CARPEAUX, Otto Maria. O Livro de Ouro da História da Música. Rio de janeiro: Ediouro. 2001. 3. FREDERICO, Denise Cordeiro de Souza. Cantos para o Culto Cristão. São Paulo: Editora Sinodal. 1999 - See more at: http://musicaeadoracao.com.br/25015/da-sacra-a-religiosa/#sthash.kTITqaZ3.dpuf